Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer começa a realizar cirurgias
Com investimentos de quase R$ 80 milhões em obras e equipamentos de ponta, Governo do Estado entrega ao Sistema Único de Saúde o primeiro centro do país dedicado exclusivamente à neurocirurgia
Salas com tecnologia de ponta e os melhores neurocirurgiões do país. A partir desta semana, pacientes do estado do Rio vão poder contar com a excelência do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer (IEC). As cirurgias começam em 1º. de agosto, sob o comando do neurocirurgião Paulo Niemeyer Filho. A unidade, que atenderá exclusivamente pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), é o primeiro centro voltado para o tratamento de doenças do cérebro do país.
O projeto integral do Instituto Estadual do Cérebro recebeu quase R$ 80 milhões em investimentos em obras e equipamentos de última geração, todos feitos integralmente pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro através da Secretaria de Estado de Saúde (SES) e da Empresa de Obras Públicas (Emop). O complexo que compreende o IEC e o Hospital Estadual Anchieta, no Caju, conta com 44 leitos de UTI e outros 56 de retaguarda (enfermaria) nesta primeira fase. Serão construídos ainda outros 100 novos leitos na segunda fase.
A nova unidade do Estado se dedica exclusivamente a casos cirúrgicos e terá técnicas inéditas na rede pública, incluindo a sala híbrida, que possibilita a realização de exame de ressonância magnética durante a cirurgia, com o paciente ainda na mesa de operação. Há também o primeiro Centro de Epilepsia do estado do Rio de Janeiro e UTI exclusiva do protocolo do AVC isquêmico. A previsão é realizar de 8 a 10 cirurgias por dia, garantindo assim uma das maiores produções do país neste tipo de procedimento.
– Esse é um projeto pioneiro no Brasil e arrisco dizer que é a maior iniciativa dessa gestão do Estado do Rio de Janeiro. Há muitos centros no país, públicos e privados, dedicados ao coração, à ortopedia, ao câncer; mas esse é o primeiro dedicado exclusivamente ao cérebro. E o que se encontra aqui, não está reunido em nenhuma outra unidade de saúde. É a arte na neurocirurgia, o que fez que todos os melhores profissionais do Rio e até do resto do país pedissem para compor a nossa equipe. Esse projeto é a esperança de podermos atender à população carente em melhores condições. Acho que o hospital fará uma diferença enorme na medicina carioca. Nossa meta é 10 cirurgias por dia e 200 por mês, assim que estivermos em pleno funcionamento – destaca o neurocirurgião Paulo Niemeyer Filho.
Abertura do ambulatório – Desde 24 de junho, mais de 180 pacientes já foram atendidos no ambulatório da unidade e preparados para as cirurgias que começam no dia 1º. de agosto. A unidade vai concentrar o tratamento de doenças do sistema nervoso central e periférico, como tumores e doenças vasculares e degenerativas. Serão quatro centros cirúrgicos, dos quais dois terão capacidade de realizar cirurgias neuronavegacionais, operação menos invasiva feita por computador e espaço de fisioterapia que reproduz uma residência para a readaptação dos pacientes após AVCs.
Protocolo para diminuir sequelas do ataque cerebral – O tratamento do Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico vai contar com um protocolo de atendimento especial para pacientes com a doença. O protocolo segue a experiência já bem sucedida no atendimento à dor torácica, implementado nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em agosto de 2008, e que reduziu em 50% o número de óbitos por infarto no estado com o uso de trombolítico.
– O que vamos implementar a partir do Instituto Estadual do Cérebro é um atendimento diferenciado que começa no SAMU. Se há suspeita de AVC pelo relato do quadro do paciente, será enviada uma ambulância com equipe treinada para as primeiras abordagens. O paciente será levado diretamente para hospitais da rede ou UPAs que terão tomógrafos portáteis, que possibilitam a realização do exame direto na maca e envio do resultado para o especialista por telemedicina. Detectado o AVC isquêmico, o trombolítico será administrado pela equipe da UPA ou do SAMU que o encaminhará para o leito especializado no Instituto Estadual do Cérebro. Isso é totalmente inédito no Brasil e vai garantir que muitas vidas sejam salvas – ressalta o secretário de Estado de Saúde, Sérgio Côrtes.
Atendimento referenciado – O Instituto não terá atendimento de emergência, o serviço é integralmente referenciado pela Central Estadual de Regulação. Após o primeiro diagnóstico de necessidade de neurocirurgia, o paciente é encaminhado via Central para realização de consulta para avaliação de exames e risco cirúrgico. O modelo de agendamento de consulta é o mesmo já utilizado no Rio Imagem – Centro Estadual de Diagnóstico por Imagem (CEDI) do Governo do Rio. Cada município terá cota de consultas em um sistema online, de acordo com a sua população.
Números – O Acidente Vascular Cerebral (AVC) representa cerca de 1/3 das mortes por doenças vasculares no Brasil, especialmente nas camadas sociais mais pobres da população e entre os mais idosos. São 16 milhões de vítimas por ano no mundo, sendo 6 milhões fatais. Quando se trata de epilepsia, são cerca de 8 milhões de pessoas com a doença só na América Latina, sendo que 3,5 milhões não recebem o tratamento médico adequado, segundo a Associação Brasileira de Epilepsia.
Gestão – A administração da unidade segue o modelo de gestão compartilhada por Organizações Sociais (OSs), a cargo da Pró-Saúde – Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar.
FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro
http://www.saude.rj.gov.br