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Empresa recolhe dosímetros e técnicos em Radiologia são obrigados a restringir exames no DF

thumbnail_1438283659Por falta de contrato entre empresa e governo, os técnicos e tecnólogos em Radiologia da rede pública de saúde do Distrito Federal tiveram seus cartões de dosimetria pessoal recolhidos. O equipamento, que monitora o nível de radiação ionizante dos servidores, foi retirado dos hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) ainda na semana passada.

Diante do cenário, os profissionais das técnicas radiológicas se viram reféns do impasse instalado e passaram a restringir os exames radiológicos como atitude preventiva.

Para se ter uma ideia, de acordo com a Portaria ANVISA n.º 453/98, os limites pessoais determinados pela legislação são de 50 milisieverts (mSv) de dose efetiva por ano, devendo possuir uma média de 20 mSv em cinco anos, além de valores intermediários durante os meses, que traduzem níveis sujeitos à investigação e/ou intervenção laboratorial (exames citogenéticos) e notificação às autoridades reguladoras. Portanto, sem o dosímetro, a monitoração dessas doses fica comprometida e, consequentemente, a saúde dos profissionais, ameaçada.

As denúncias anônimas chegaram ao conhecimento do Conselho Regional de Técnicos em Radiologia da 1ª Região (CRTR/DF) e do Sindicato dos Técnicos e Auxiliares em Radiologia do Distrito Federal (SINTTAR-DF). Como ação, ambos enviaram ofícios ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), à Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Para o presidente do CRTR/DF, Adriano Levay, a situação é grave e requer providências urgentes, uma vez que a exposição excessiva à atividade pode causar problemas graves de saúde. “Os profissionais da Radiologia precisam ter sua saúde resguardada para realizar o devido atendimento ao paciente. Trata-se de um direito básico que não está sendo respeitado. A radiação é cumulativa e, daqui a alguns anos, pode trazer sérias consequências aos indivíduos ocupacionalmente expostos”, relata.

Em nota, a SES-DF confirma que o antigo contrato com a empresa responsável pelos dosímetros foi finalizado e que, no momento, um novo acordo está em fase de tramitação, porém, sem previsão para ser implantado. Ainda segundo a Secretaria, os técnicos e tecnólogos em Radiologia deverão receber os novos equipamentos assim que o processo for finalizado.

Mais problemas

A saúde do Distrito Federal também enfrenta problemas com a falta de remédios para tratamento de câncer. De acordo com o Secretário de Saúde do DF, Fábio Gondim, o problema se arrasta desde o governo anterior, que deixou mais de R$17 milhões em dívidas com laboratórios fabricantes de remédios. O responsável pela pasta afirma ainda que a licitação para a compra dos medicamentos já foi feita.

FONTE: CONTER
http://www.conter.gov.br