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Novo protocolo pode reduzir em 40% índice de mortalidade em alguns casos de infarto agudo do miocárdio

Programa da Secretaria de Estado de Saúde estipula uso de medicamento trombolítico nas UPAS municipalizadas. Medida traz benefícios imediatos ao paciente, diminuindo as chances de sequelas graves

Foto: Mauricio Bazilio/SES
Foto: Mauricio Bazilio/SES

Pacientes que buscam atendimento em Unidades de Pronto Atendimento municipalizadas na Baixada Fluminense e no interior do estado vão contar com mais uma ferramenta de ponta no tratamento de casos de infarto agudo do miocárdio. Até o final do mês, essas unidades vão receber, da Secretaria de Estado de Saúde, doses de trombolíticos para serem usadas em casos de infarto provocado pela presença de um coágulo em alguma artéria do coração. Esses casos são facilmente detectados por um eletrocardiograma e o medicamento serve para dissolver esses coágulos, diminuindo as chances de lesão muscular e sequelas no paciente.

O uso do trombolítico implica em uma mudança no protocolo de atendimento de pacientes que chegam às UPAs municipalizadas com relato de dor torácica. A Secretaria de Estado de Saúde promoveu a capacitação dos profissionais das unidades e médicos e enfermeiros deverão realizar eletrocardiograma nestes pacientes tão logo eles deem entrada.

O exame, realizado com aparelho de eletrocardiografia digital, será transmitido online e em tempo real para o Hospital do Coração (HCor), em São Paulo, onde será avaliado por cardiologistas de plantão, que enviarão o laudo após análise. Este é um programa do Ministério da Saúde, em parceria com o HCor, e em questão de minutos o laudo médico estará disponível aos profissionais da UPA, com a indicação – ou não – do uso dos trombolíticos.

Segundo o cardiologista Antônio Ribeiro Neto, coordenador do programa da SES, cerca de metade dos casos de infarto agudo do miocárdio provocados pela presença de algum tipo de coágulo nas artérias coronárias devem ser tratados com trombolíticos, tendo resultados expressivos.

– O uso do trombolítico pode reduzir em cerca de 40% o índice de mortalidade por infarto agudo no miocárdio. Quanto mais rápido esse medicamento for aplicado, nos casos em que o uso é indicado, melhores os resultados – acrescentou Antônio Neto, referindo-se aos casos de infarto provocados pela presença de um coágulo em alguma artéria do coração, os chamados infartos agudos do miocárdio com supradesnivelo do segmento ST.

O secretário de Estado de Saúde, Felipe Peixoto, destaca o papel do Estado na implantação das novas diretrizes, otimizando ainda mais o atendimento à população.

– Mais do que fornecer o medicamento, o Estado entra como articulador, ajudando os municípios a implantarem uma linha de cuidados única em todo o estado, oferecendo capacitação ao profissional da ponta, e quem ganha com isso é o paciente – afirma Felipe Peixoto.

A aplicação de trombolíticos em casos específicos vem sendo estudada há mais de 20 anos, em todo o mundo, e os estudos mais recentes apontam que os benefícios são mais evidentes com a aplicação precoce do medicamento, preferencialmente em até duas horas. Representantes das UPAs foram treinados na utilização do trombolítico e no manuseio dos equipamentos de eletrocardiografia digital. Além disso, cartazes com o fluxo de procedimentos para a aplicação do medicamento serão afixados nas Unidades de Pronto Atendimento.

Com o acompanhamento do programa pela SES, as UPAs que alcançarem metas previstas receberão uma placa com a certificação de Unidade Amiga do Coração, concedida pelo Governo do Estado e pela SOCERJ. A elaboração do protocolo com as diretrizes para o atendimento do infarto agudo do miocárdio levou cerca seis meses, com reuniões quinzenais do grupo de trabalho formado por cardiologistas representantes das esferas estadual, federal e municipal, além da SOCERJ e do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (CREMERJ).

Estrutura – As UPAs funcionam sete dias por semana, 24 horas por dia. Sua estrutura conta com equipamentos de raio-X, eletrocardiografia, laboratório de exames e leitos de observação. Até o dia 13 de outubro, as UPAs estaduais fizeram 30,4 milhões de atendimentos, com a distribuição de mais de 202 milhões de medicamentos. Também foram realizados 20.025.581 exames laboratoriais e outros 5.170.703 exames de raio-x. Já as UPAS municipalizadas foram construídas e equipadas pelo Governo do Estado, mas são geridas pelas prefeituras.

FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro
http://www.saude.rj.gov.br