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Ministério da Saúde divulga ação em aplicativo de relacionamento para prevenção à aids

O público-alvo são jovens, população gay e homens que fazem sexo com homens (HSH). A novidade foi anunciada pelo ministro Chioro, durante divulgação da campanha de carnaval no RJ

Com o objetivo de chamar a atenção para a importância do uso do preservativo, o Ministério da Saúde divulgou nesta segunda-feira (9) ação de prevenção em aplicativos de celular Tinder e Hornet. A estratégia, que tem como público-alvo os jovens, a população gay e HSH (homens que fazem sexo com homens), foi anunciada nesta segunda-feira pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, durante a divulgação da Campanha de Prevenção às DST e Aids do Carnaval 2015, no Rio de Janeiro. Também foram apresentados os resultados regionais da Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas na População Brasileira (PCAP).

Durante o evento, o ministro Chioro ressaltou a importância, não apenas do uso da camisinha, mas também da realização do teste e tratamento oportuno, no caso do diagnóstico positivo. “ A campanha de Carnaval deste ano, que também será estendida a outras festas populares, inovou ao focar na prevenção combinada: camisinha, testagem e tratamento”, ressaltou o ministro. Segundo ele, hoje os jovens apresentam um comportamento cada vez mais liberal, com aumento do número de parceiros ocasionais, razão pela qual o Ministério tem direcionado as campanhas a esse público.

Por outro lado, o ministro lembrou que a prevenção deve ser adotada por toda a população brasileira. “Hoje não podemos falar de grupo de risco. Todas as pessoas com vida sexual ativa estão vulneráveis. Por isso, a importância de usar a camisinha e se testar”, destacou o ministro.

A escolha dos aplicativos, que promovem encontro de pessoas para encontros casuais a partir de localização geográfica e de interesse, levou em conta a ampla repercussão nesse público. O Tinder possui milhares de usuários no Brasil, onde é um dos líderes do aplicativo. O Hornet é voltado, especificamente, para o público gay masculino e reúne milhares de usuários no país.

Para atingir o objetivo de dialogar com o maior número de pessoas, foram criados cinco perfis de personagens – sendo três homens e duas mulheres – que se identificavam como pessoas à procura de sexo sem camisinhas. O intuito da ação foi de atingir as pessoas que estão adotando comportamento de risco ao aceitarem ter uma relação sexual sem o uso do preservativo. Ao interagir com esses personagens, as pessoas receberam, imediatamente, uma mensagem direta sobre a importância da prevenção e sexo seguro.

Assim, o Ministério da Saúde atinge esse público sem utilizar as mídias tradicionais. Além disso, a ação preserva a identidade dos participantes, não havendo nenhum tipo de perfil público ou informação compartilhável fora do ambiente do aplicativo. A ação contou com um projeto piloto nos dias 23 e 24 de janeiro em Brasília, sendo estendida para o Rio de Janeiro (30 e 31 de janeiro) e Salvador (31 de janeiro e 01 de fevereiro). Nessas ações foram realizadas mais de duas mil interações com o público-alvo. Os locais visitados foram bares, boates LGBT e shows.

PCAP – Na ocasião, o ministro também divulgou dados regionais do uso de preservativos. Segundo Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas na População Brasileira (PCAP), realizada em 2013 com 12 mil pessoas de 15 a 64 anos, 93% dos moradores do sudeste sabem que a camisinha é a melhor forma de prevenção às DST e aids. Mesmo assim, 46% da população sexualmente ativa dessa região não fez uso do preservativo em todas as relações sexuais com parceiros casuais no último ano.

Os dados regionais comparativos com pesquisas anteriores mostram que o uso do preservativo em todas as relações sexuais com parceiros casuais, ocorrida nos últimos 12 meses, tem se mantido estável com pequena tendência de crescimento: 48% em 2004, 47% em 2008 e 54% em 2013, apesar das constantes campanhas de estímulo ao uso do preservativo durante todos esses anos. Além disso, houve um crescimento significativo de pessoas que relataram ter tido mais de 10 parceiros sexuais na vida. Esse percentual subiu de 18%, em 2004, para 26% em 2008, chegando a 49% no ano de 2013, o maior percentual dentre todas as regiões brasileiras.

CAMPANHA – Os materiais reforçam o slogan final usando a gíria “# partiu teste”, linguagem típica desta faixa etária prioritária. Nas cidades com maior concentração de foliões, como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Recife haverá um reforço das estratégias de comunicação da campanha. Além do rádio e da TV, a campanha também será divulgada pela internet e em revistas temáticas de carnaval e de comportamento LBGT.

A mensagem geral da campanha de carnaval deste ano é informar o jovem para se prevenir contra o vírus da aids, usar camisinha, fazer o teste e, se der positivo, começar logo o tratamento, reforçando o conceito “camisinha + teste + medicamento” de prevenção combinada.

São 129 mil cartazes em quatro versões – segmentados para a população jovem, travesti e jovem gay – um spot de rádio, 315 mil folders explicativos da prevenção combinada e um vídeo para TV.

A ação faz parte da estratégia de prevenção combinada adotada pelo Ministério da Saúde. O Brasil é um dos primeiros países do mundo a adotar nova estratégia de prevenção contra aids conhecida como “90-90-90”, que corresponde a 90% de pessoas testadas, 90% tratadas e 90% com carga viral indetectável até 2020. As metas foram adotadas pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS).

CAMISINHAS – Nos aeroportos de Santos Dumont, no Rio de Janeiro, Salvador e Recife serão instalados 34 displays para a retirada de camisinhas. Os equipamentos serão instalados, a partir de 1º de fevereiro, nos banheiros femininos e masculinos destes aeroportos. Inicialmente, serão abastecidos com 195 mil preservativos. Neste ano, além do Carnaval, a campanha será estendida, com adaptações, para festas populares – como São João e outros eventos – durante todo o resto do ano.

Apenas para o período do carnaval, o Ministério da Saúde está distribuindo aos estados de todo país 70 milhões de preservativos. Ao todo, os estados já contam com estoque de 50 milhões de unidades para as ações cotidianas de prevenção, o que inclui o carnaval. O quantitativo de camisinhas é definido com base no consumo médio mensal, além da capacidade de armazenamento e o estoque presente no almoxarifado.

Para o estado do Rio de Janeiro foram distribuídos 8 milhões de preservativos. Nos últimos cinco anos, o Ministério da Saúde passou aos estados 2,2 bilhões de preservativos.

FONTE: Ministério da Saúde
http://www.saude.gov.br