Conheça a bactéria que come urânio
O pioneiro Amilton Guerra Vieira – que foi o primeiro Operador de Raios X do Distrito Federal – uma vez nos disse que “o ser humano se adapta a qualquer lugar, pois a necessidade é maior que a vontade”. Isso é verdade mesmo e pode ser observado nos outros seres vivos também! Viver, na maior parte do tempo, é sobreviver…
Mesmo nas situações mais adversas, o planeta Terra abriga vida e a observação das miudezas nos faz compreender a complexidade do todo e a necessidade de cada detalhe da natureza, por mais insignificante que possa parecer.
Recentemente, descobrimos que os ambientes altamente radioativos, tão insalubres para os seres humanos, pode ser lugar ideal para o desenvolvimento de uma bactéria que “se alimenta” de urânio. Isso mesmo. As bactérias absorvem o elétron livre da substância radiativa em um processo chamado de redução.
O micróbio pertence à uma classe chamada betaproteobacteria e foi descoberto no Colorado, nos EUA, em uma usina usada para a produção de armas nucleares, um lugar que possuía altos índices de radioatividade.
Ainda não há informações precisas sobre como esses micróbios metabolizam o urânio e conseguem sobrevivem à radiação, mas dá para ter uma ideia. Eles podem ser como as bactérias que de alguma maneira desenvolvem resistência aos antibióticos. É como se o micro-organismo tivesse aprendido a se desintoxicar do urânio e usá-lo para crescer.
“A biologia é uma maneira de resolver este problema de contaminação, especialmente em situações como esta, onde os radionuclídeos são altamente diluídos, mas ainda presentes em níveis considerados perigosos”, disse o professor Lee Kerkhof, da Universidade Rutgers, nos EUA.
O avanço das pesquisas nesta área pode levar a humanidade a encontrar um elemento da natureza capaz de descontaminar áreas radioativas com eficiência e devolvê-las ao convívio humano. O futuro do planeta passa pela diminuição dos riscos nucleares.
FONTE: CONTER
http://www.conter.gov.br