Quem ama cuida: como garantir a segurança das crianças durante os exames de raios X
Cuidar de criança é uma tarefa que exige muito zelo. Quando a saúde dos filhos está em xeque, pais e mães sofrem junto com a cria, buscam ajuda e recorrem às melhores formas de tratamento possíveis. Sendo assim, submeter gestantes e crianças a exames radiológicos desnecessários e/ou sem os devidos cuidados, pode ser fatal.
Quem explica, com propriedade, os cuidados a serem tomados com os pequenos é o Tecnólogo em Radiologia e Mestre em Radioproteção e Dosimetria (IRD/CNEN) Giovane Teixeira: “Eles possuem uma radiossensibilidade maior em função de seu estágio de desenvolvimento, de modo que a consequência da exposição radioativa pode originar doenças como o câncer e, em caso de gestantes, até mesmo a perda do bebê”.
O especialista afirma ainda que não existe limite fixo para os efeitos radioativos. Entretanto, a possibilidade de ocorrência de doenças aumenta com a dose. Portanto, quanto mais se puder evitar o exame, melhor. Caso haja necessidade real de um exame detalhado, recomenda-se que os profissionais das técnicas radiológicas respeitem o princípio ALARA (As Low As Reasonably Achievable, que significa tão baixo quanto razoavelmente exequível).
Em geral, os exames mais pedidos para crianças são os de seios da face e tórax. Isso devido as características das patologias acometidas, como viroses e bronquites. Diante de tantas doenças e da necessidade real de avaliações médicas, muitas vezes os pais se veem reféns no que diz respeito a resguardar a saúde dos filhos. Sendo assim, como diminuir os riscos para gestantes e crianças? Confira alguns cuidados que os profissionais e pacientes podem adotar:
> Efetuar uma busca por exames anteriores do paciente, bem como seu devido arquivamento, para evitar exposições desnecessárias a radiação. A radiologia diagnóstica é um complemento de outras avaliações. Junto a isso, o paciente deve sempre informar (aos responsáveis pelo exame) quais procedimentos radiológicos foi submetido anteriormente.
> Na hora do exame, é recomendada a ajuda orientada dos pais em casos de irritação e ansiedade das crianças. Tranquilizar os filhos é essencial para que os exames não precisem ser repetidos, o que aumentaria a dose, o tempo de exposição e, consequentemente, o risco à saúde.
> Um cuidado interno que precisa ser sempre checado em clínicas e hospitais é o treinamento em radioproteção do corpo técnico local. É necessário que o paciente sinta confiança dos profissionais e que o ambiente dê resguarda a um bom atendimento. Afinal de contas, a saúde deve vir em primeiro lugar.
> No caso de gestação, a mãe só deve utilizar o bodyscan ou ser submetida a exames que utilizam radiação ionizante quando for comprovadamente necessário. Principalmente se estiver no primeiro trimestre da gravidez, quando o feto tem maior radiossensibilidade.
> A lactante, pelos mesmos motivos que não pode tingir o cabelo, deve evitar exames de medicina nuclear, pois os radiofármacos administrados no paciente podem ser transmitidos como conteúdo radiativo por meio da amamentação. Dependendo da meia-vida efetiva do radioisótopo e do procedimento realizado, pode perdurar uma contagem significativa, gerando risco de efeitos biológicos para a criança.
> A radiossensibilidade celular está diretamente relacionada com a taxa de reprodução do grupo celular. Quanto maior a taxa de reprodução, maior a radiossensibilidade. Então as células da pele, tireoide, gônadas e cristalino estão mais suscetíveis aos efeitos biológicos das radiações ionizantes.
Além disso, é importante que os pacientes tenham ciência de quais Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) devem ser utilizados. Confira:
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) a serem utilizados |
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Crianças |
Adultos |
– Vestimentas Plumbíferas*
Onde: Em toda região do corpo onde não houver interesse diagnóstico, desde que essa não atrapalhe a execução do exame e qualidade da imagem. Exemplo: Se uma criança precisa fazer um exame do tornozelo, os outros membros podem ser protegidos com um avental. |
– Vestimentas Plumbíferas; – Protetor de Tireoide. Onde: Em toda a região do corpo. Quando: Depende da idade, estado físico e agitação da criança. O responsável técnico observa se a presença do acompanhante é realmente necessária durante o procedimento.
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* Plumbíferas: De chumbo
FONTE: CONTER
http://www.conter.gov.br