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Especialistas questionam uso de EPIs em exames de mamografia

thumbnail_1443624964A matéria publicada pelo Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia (CONTER), recomendando o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) em exames radiológicos, teve uma discussão bastante produtiva, principalmente, no que diz respeito ao uso de protetores para a glândula tireóide em exames de mamografia.

Entre as opiniões divergentes, três aspectos restaram mais evidentes:

a) Segundo Técnicos e Tecnólogos em Radiologia que atuam na área, o uso de EPIs pode comprometer a qualidade da mamografia e aumentar significativamente a chance de repetição do procedimento, o que causaria uma exposição ainda maior;

b) Os especialistas reclamam que existe um temor exagerado sobre os riscos associados e que, por isso, as mulheres têm medo de se submeter à mamografia. Fazer elas usarem coletes e protetores aumentaria o medo e afastaria as pessoas da prevenção;

c) Não existem pesquisas conclusivas sobre a relação entre disfunções na tireóide e a exposição à radiação em exames de mamografia.

Bem, a discussão é muito rica e precisa ser ampliada. Afinal, em que medida os profissionais e pacientes devem usar EPIs durante os exames e tratamentos radiológicos?

Neste contraponto, vale uma reflexão. Com o subterfúgio de não causar pânico entre os passageiros, retiram o adesivo que indica a emissão de radiação ionizante dos equipamentos usados na inspeção de bagagem da maioria dos aeroportos no Brasil.

A retirada dos indicadores de risco nos aeroportos leva a uma completa desconsideração dos aspectos de segurança. Tanto que, facilmente, você encontra um operador enfiando a mão dentro da cortina de proteção para desenganchar uma mala ou, pior, grávidas operando esses equipamentos.

Importante lembrar trecho do relatório do grupo de trabalho sobre segurança nuclear da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados:

3.3 EFEITOS DAS EXPOSIÇÃO A BAIXAS DOSES DE RADIAÇÃO

A investigação dos efeitos somáticos como, por exemplo, o surgimento de alguns tipos de câncer e leucemia, levou ao questionamento de um limiar de dose de radiação – abaixo dele não existiriam efeitos biológicos. Hoje é consenso entre especialistas que os riscos da radiação estão relacionados a um modelo linear proporcional. Isto é: não há dose de radiação tão pequena que não produza um efeito colateral no organismo humano. Quanto maior a exposição, maior é o risco dos efeitos biológicos, existindo, assim, uma relação contínua entre exposição e risco.  

Podemos até admitir que, em ambientes controlados, a radiação derivada de uma mamografia seja insignificante. Entretanto, é necessário levar em consideração as condições em que esses serviços funcionam no país. Não são ideais.

Para o CONTER, o fato de as pesquisas científicas ainda não indicarem uma relação direta entre a exposição radioativa e o surgimento de disfunções na tireóide deve ser observado com cuidado, pois nada impede que amanhã surjam dados conclusivos provando o contrário.

Na programação do 5º Congresso Nacional e 2º Intercâmbio Internacional dos Profissionais das Técnicas Radiológicas, será realizada uma mesa redonda exclusivamente sobre o assunto. Especialistas, profissionais e estudantes vão discutir quais são os parâmetros de radioproteção. Nós pretendemos levar as informações a todos os internautas.

Outubro rosa

Hoje, começa o mês de sensibilização sobre a importância de prevenir o Câncer de Mama. O CONTER apoia a iniciativa.

Segundo tipo mais frequente no mundo, o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano. De acordo com o INCA, em 2014, 57 mil novos casos foram registrados no Brasil. Dessas pessoas, mais de 13 mil morreram.

Nossos profissionais atendem mulheres em todo o Brasil. Todos os dias, realizam mamografias e ajudam a diagnosticar essa doença que vitima milhares de brasileiras todos os anos. Podem também ajudar promovendo a boa informação.

A mamografia é fundamental para o diagnóstico. A recomendação é que o exame comece a ser feito preferencialmente a partir dos 35 anos. Após os 40 anos, o exame deve ser feito a cada um ou dois anos, de acordo com a orientação do médico. A partir dos 50 anos, o ideal é que se faça uma mamografia a cada ano.

Além disso, é recomendado que as mulheres façam o autoexame com frequência. Pesquisas apontam que 90% das alterações na mama são as próprias mulheres que descobrem e então relatam ao médico.

O Câncer de Mama é uma doença grave se não descoberta a tempo. Se descoberta em seu surgimento, a chance de controle da doença e cura é enorme.

As taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estádios avançados. Na população mundial, a sobrevida média após cinco anos é de 61%.

FONTE: CONTER
http://www.conter.gov.br