Programa Estadual de Transplantes bate recordes de doação e de transplantes de órgãos e córneas
Pelo 5º ano consecutivo, números são superados. Projeto que resultou em aumento de quase 400% no número de doadores recebeu prêmio internacional, na Coréia do Sul
Faltando pouco menos de um mês para o final do ano, o Programa Estadual de Transplantes (PET) já conseguiu bater três recordes. Na última quinta-feira (03/12), foi alcançada a marca de 279 doadores de órgãos e realizados até o momento 400 transplantes de córnea, número que representa um aumento de mais de 40% em relação a 2014 e a diminuição da fila de espera para dois anos. Além disso, de 1º de janeiro a 3 de dezembro deste ano, foram feitos 670 transplantes de órgãos, entre rim, fígado e coração.
— É um orgulho fazer parte de um programa consolidado, que por cinco anos seguidos tem superado os recordes do estado do Rio e segue fazendo história, com um modelo de gestão que já é reconhecido internacionalmente. É um trabalho que compreende muitos desafios, mas o acolhimento das famílias doadoras e a motivação para salvar as vidas dos pacientes em lista de espera tem movido toda a nossa equipe para superar os próprios recordes – afirma Rodrigo Sarlo, coordenador do PET.
Criado em abril de 2010, o PET já salvou 6,4 mil vidas e acumula outros recordes, como o crescimento de 143,12% nas doações de órgãos registradas no estado (919) entre 2010 e 2014 em comparação com as captações realizadas no período de 2005 a 2009, quando foram realizadas 378 doações.
Reconhecimento internacional – Em outubro, o PET conquistou um prêmio da Sociedade Internacional de Transplantes (The Transplantation Society), em Seul, na Coréia do Sul, pelo trabalho cientifico do Congresso Mundial de Doação de Órgãos, que documentou o Projeto de Implantação de Coordenadores de Transplantes nas unidades estaduais.
O reconhecimento internacional se deu pela atuação das Comissões Intra-hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos (CIHDOTTs) em quatro hospitais da rede estadual de Saúde, que resultou em um aumento de quase 400% no numero de doadores, comparando os anos de 2011 e 2014.
O projeto se baseia no modelo espanhol de doação de órgãos e funciona nos hospitais estaduais de emergência e trauma Alberto Torres, em São Gonçalo, Albert Schweitzer, em Realengo, Getúlio Vargas, Na Penha, e Adão Pereiro Nunes, em Saracuruna, todas unidades onde os registros de morte encefálica têm maior frequência.
Campanha Doe + Vida – Lançada em abril, a campanha busca incentivar a sociedade a discutir o tema doação de órgãos, e conta o site www.doemaisvida.com.br e o aplicativo de mesmo nome (disponível para Android), que permitem compartilhar a decisão com amigos e familiares nas redes sociais. Vale lembrar que a legislação brasileira determina que somente familiares diretos podem autorizar a doação de órgãos de pacientes com morte encefálica. Não existe nenhum documento que possa ser deixado, em vida, para garantir a doação. Por isso, declarar a vontade de ser doador entre as famílias é a melhor forma de fazer com que a vontade seja conhecida e respeitada.
Ações fortalecem crescimento – Ao lado da dedicação das equipes que trabalham no Programa estadual de Transplantes, uma série de ações adotadas pela Secretaria de Estado de Saúde nos últimos anos vem fortalecendo o crescimento no número de captações e transplantes efetivados. Foram concluídas parcerias para a criação de dois bancos de olhos e a rede estadual ganhou o Centro Estadual de Transplantes e o Hospital Estadual da Criança, responsável por realizar procedimentos infantis. Além disso, o Estado habilitou o Hospital de Traumatologia e Ortopedia Dona Lindu, para transplantes de tecido músculo esquelético.
A SES conta com cinco Organizações de Procura de Órgãos (OPOs) no estado, sendo duas localizadas na capital, uma em Itaperuna, uma em Petrópolis e uma em Barra Mansa. Elas foram criadas com o intuito de descentralizar e aperfeiçoar o processo de doação de órgãos e tecidos, consolidando o trabalho do PET. Elas atuam em conjunto com as equipes já existentes, como o grupo de Terapia Intensiva e a Coordenação Familiar.
FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro
http://www.saude.rj.gov.br