Roda de Conversa com Mães e Gestantes estreita vínculos familiares no Hospital Estadual dos Lagos
Grupo com psicólogos acolhe e tira dúvidas de gestantes e puérperas sobre transformações com a maternidade
Em uma manhã de tempo nublado, começa a se formar o “Roda de Conversa com Mães e Gestantes”, projeto iniciado em fevereiro no Hospital Estadual dos Lagos. As pacientes chegam timidamente, algumas ao lado de seus acompanhantes. Num espaço ao ar livre, na unidade de saúde localizada em Saquarema, na Região dos Lagos, o grupo é recebido por dois psicólogos, que iniciam a conversa falando sobre a importância de se desenvolver e manter o vínculo mãe-bebê e ampliá-lo à família. O que pode parecer algo natural e espontâneo, nem sempre é, como explica o coordenador de psicologia do hospital, Ronaldo Garcia.
– Criamos o “Roda de Conversa” a partir da observação do comportamento das pacientes. Percebemos que muitas mães apresentam dificuldades na construção de vínculo com seus filhos porque sentem medo das transformações da maternidade em suas vidas. Elas têm dificuldade para falar, e em alguns casos, identificar e compreender o próprio sentimento com carga emocional ambivalente em relação ao filho. E não encontram amparo para dividir estas emoções, que muitas vezes são motivos de críticas na família ou entre as pessoas próximas, situação que aumenta consideravelmente sua dor e gera prejuízos na vivência da maternagem – explica.
A ideia é desenvolver um espaço acolhedor para que as gestantes e puérperas possam receber orientações dos profissionais, mas também tirem dúvidas. Entre os temas mais frequentes estão os tipos de parto; aleitamento; cuidados com o filho; nutrição e direitos e deveres da mãe e do bebê.
A dona de casa Leticia da Silva, de 21 anos, foi internada no Hospital dos Lagos no dia 24 defevereiro, após sofrer perda de líquido amniótico, e vem recebendo acompanhamento pela equipe médica até o momento do parto. Nestes dias internada, Letícia recebeu o convite para participar do “Roda de Conversa” e, mesmo já tendo um filho de 7 anos, ela garante que o aprendizado vale a pena.
– Toda mãe sabe que nenhum filho é igual, por isso quanto mais informações tivermos, mais estaremos seguras para cuidar do bebê que está chegando. Participando das conversas com o grupo, eu aprendi que o aleitamento ajuda também a aproximar o bebê da mãe e também qual a posição correta de colocar a criança no berço – exemplifica.
Referência em humanização – Com 1 ano e 8 meses, o Hospital Estadual dos Lagos realiza, em média, 100 partos por mês e é exemplo no que se refere às práticas de humanização na assistência, já que este foi um dos grandes desafios que os profissionais da unidade enfrentaram na inauguração do hospital: mudar a cultura de que o parto cesáreo é a melhor opção às futuras mamães. Grande parte das pacientes apresentava resistência ao parto normal e desconhecia práticas de humanização na assistência. Com isso, a equipe multidisciplinar desenvolveu um trabalho focado em esclarecimento e vem conquistando resultados importantes. Mesmo sendo uma maternidade de alto risco, o número de partos normais vem crescendo mensalmente.–
FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro
http://www.saude.rj.gov.br