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Época de guloseimas

Em tempos de mesa farta, nutricionista do Into alerta para a importância da dieta balanceada para a saúde. Saiba ainda de que forma o cálcio age no organismo e como sua absorção pode ser prejudicada e favorecida

Diversos estudos sobre alimentação apontam para o consumo inadequado de cálcio pela população brasileira, em todas as fases da vida. Isso se deve em parte pela alta ingestão diária recomendada de alimentos em geral, porém, com baixo consumo de itens ricos nesse mineral, tais como, leite e derivados. A nutricionista do Into (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad) Alessandra Pereira aproveita a época de final de ano em que as guloseimas são fartas e alerta para a importância da dieta balanceada para a saúde.

O cálcio é o mineral mais abundante no organismo. Seu maior estoque está nos ossos, embora, possa ser encontrado em boas quantidades nos dentes e em processos metabólicos. O osso é um tecido dinâmico, ou seja, passa por remodelações durante toda a vida. Sua ingestão adequada é importante em todas as fases da vida. Durante a primeira infância e no decorrer da adolescência – fases de intenso crescimento – ocorre intensa maturação do tecido ósseo, havendo mais necessidade desse mineral na alimentação, quando comparada ao adulto. “O que não invalida o bom consumo do mineral na fase adulta, já que a remodelação óssea é constante”, acrescenta.

Osteoporose – Na osteoporose ocorre notável diminuição da massa mineral óssea e é a doença osteometabólica mais comum. Pesquisas apontam para maior prevalência dessa doença em mulheres. “Geralmente, o início desse processo patológico inicia-se após a menopausa, período em que ocorre diminuição na produção de estrógenos – hormônios com ação anti-reabsortiva, prevenindo a perda de massa óssea”, explica a nutricionista. O ideal é atingir a recomendação de ingestão diária de cálcio através da dieta. “Por exemplo, para um adulto de 30 anos, recomenda-se ingestão diária de 1000 mg / dia, o que pode ser atingido com o consumo de 2 copos de leite + 1 iogurte ou 2 copos de leite + 2 fatias de queijo. O leite e derivado é sempre uma boa opção de fonte de cálcio, pois, além de boas quantidades desse mineral, eles contêm lactose, que tem ação de melhorar a absorção do cálcio.

Alguns alimentos verde-escuros, tais como espinafre, possuem também uma boa dose de cálcio, porém, sua biodisponibilidade é menor, devido a presença de ácido oxálico. O ácido fítico, presente em sementes, também é um potente inibidor de cálcio. Daí a preocupação com o grupo ovolactovegetariano, que apresenta restrição alimentar ao leite e derivados. “Nestes casos, a suplementação pode ser uma opção – devendo ser muito bem elaborada e levando em consideração diversos aspectos individuais”, sugere.

Mocinho e vilão – Diversos estudos avaliam associação entre atividade física e densidade mineral óssea. O efeito decorrente dependerá do tipo de atividade física realizada, força, resistência. O consenso é que a prática de atividade física regular tem efeito positivo sobre a densidade mineral óssea. Já o tabaco está associado ao efeito inibidor direto dos osteoblastos e à menopausa precoce. Estudos sugerem ainda que o tabagismo pode ser um fator de risco para fraturas. Fumar pode provocar ainda efeitos adversos sobre a força do osso através da toxicidade direta da nicotina neste. Isso ocorre devido à vasoconstrição periférica, isquemia tecidual e diminuição da tensão de oxigênio. Outras ações do tabagismo sobre os ossos são: diminuição da absorção intestinal de cálcio, aumento do metabolismo e diminuição da produção de estrogênio, impacto negativo sobre a cicatrização óssea e inibição da neovascularização.

FONTE: INTO
http://www.into.saude.gov.br/