Em resposta soberba, CFBM deixa transparecer discriminação e preconceito contra Técnicos em Radiologia
O Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia (CONTER) manifesta repúdio à declaração desrespeitosa e preconceituosa feita pelo Conselho Federal de Biomedicina (CFBM) contra os profissionais das técnicas radiológicas, após a publicação de parecer do Ministério Público Federal (MPF) contra o exercício ilegal da profissão.
Com argumentos infundados, o CFBM ofende o MPF, ataca uma categoria que tem mais de 100 anos de história e reivindica um status profissional que não tem. É inadmissível que ainda hoje representantes de classe se refiram a trabalhadores de maneira preconceituosa, tratando especialistas como “incautos” e cidadãos de “segundo grau”, pelo simples fato de terem uma formação técnica ou tecnológica, e não de graduação.
Ao se comportar de maneira desarrazoada, o CFBM esquece que os Tecnólogos em Radiologia fazem parte da categoria e possuem nível superior. Portanto, não devemos nada à academia. Nossos profissionais, em seus diversos níveis de formação, fazem pesquisa, extensão, mestrado e doutorado, como qualquer profissional que está no mercado. Embora não defendamos que títulos acadêmicos legitimem algum profissional a agir com arrogância e superioridade.
Diferentemente do que diz a nota do CFBM, o ingresso ilegal dos biomédicos nesse setor se dá por critérios unicamente mercadológicos, que não levam em consideração a saúde desses trabalhadores. Ou seja, como não possuem carga horária especial, podem trabalhar mais e consequentemente “custam” menos do que um Técnico em Radiologia.
O fato de não possuírem jornada de trabalho especial, por si só, é um forte indício da ilegitimidade para operarem equipamentos emissores de radiação ionizante. O curso de biomedicina é voltado para a área de análises clínicas e não contempla em seu currículo as disciplinas necessárias para obtenção da habilitação legal junto ao Sistema CONTER/CRTRs. Por isso, como entendeu o MPF, o exercício de atividades ligadas à Imaginologia por biomédicos é considerado ilegal, além disso é perigoso para os trabalhadores e para a sociedade.
Um técnico, depois de ter concluído o ensino médio, estuda pelo menos dois anos exclusivamente sobre Radiologia, sem falar no tempo de estágio e especialização necessários para atuar dentro das áreas mais complexas, como Medicina Nuclear, Radioterapia e Ressonância Magnética.
O CFBM sustenta que o curso de biomedicina habilita o profissional para o exercício de 36 especialidades. Esse pensamento tem levado à judicialização das relações profissionais da categoria com médicos, enfermeiros e outros especialistas que, como nós, trabalham para manter o controle jurisdicional das profissões regulamentadas.
Nossa luta não é de hoje e vai continuar, em defesa da sociedade brasileira. Não vamos nos intimidar diante de uma nota reacionária, que expressa ódio e falta de valores éticos.
FONTE: CONTER
http://www.conter.gov.br