Esquadrilha da Fumaça emociona público no Dia Nacional do Doador de Sangue
Em comemoração ao Dia Nacional do Doador de Sangue (25 de novembro), o Hemocentro de Campinas promoveu nesta sexta-feira (25), uma celebração inédita realizada no céu da Unicamp. Pela primeira vez na história da Universidade, seis aeronaves modelo T-27 Tucano, da Esquadrilha da Fumaça da Força Aérea Brasileira, exibiram uma série de acrobacias de alta performance, que incluíram o voo de dorso, especialidade da equipe fumaceira. As apresentações se concentraram no espaço aéreo da área do Hemocentro da Unicamp e da FCM. Cerca de 800 pessoas assistiram as demonstrações no Hemocentro para comemorar o Dia Nacional do Doador de Sangue. A apresentação também foi assistida de outras partes do campus. [Mais fotos]
A Esquadrilha da Fumaça fez o primeiro vôo de reconhecimento sob o céu da Unicamp pontualmente às 11h15. Sob o comando do Major Aviador Alexandre de Carvalho Ribeiro, piloto de helicóptero com mais de 3.825 horas de voo e 205 demonstrações, a primeira manobra de apresentação foi a chamada Split. “Fiquei muito emocionada com essa apresentação. Nunca imaginei que fosse algo tão espetacular assistindo ao vivo”, comentou Maria Cleide Ranzotti, moradora de Pedreira e que compareceu para doar sangue. A Esquadrilha riscou o céu da Unicamp com a frase “Doe sangue. Doe Vida!”.
Ao solo e munido de alto falantes, o capitão aviador André Fabiano da Silva explicava ao público presente os tipos de acrobacias executadas pela Esquadrilha da Fumaça, entre elas cruzamento duplo, coração, looping em leque, looping com desfolhado, DNA, espelhado e a única realizada no mundo denominada Tuno ou formação de todos os aviões de dorso, durante 30 (trinta) segundos. Essa técnica rendeu à Esquadrilha da Fumaça, em março de 1999, o certificado do Guinness Publishing de Londres, editora responsável pelo registro de todos os recordes mundiais no Guinness Book of Records, o livro dos recordes.
Durante a Semana do Doador deste ano foi realizada uma ampla divulgação da importância da doação de sangue, além do reconhecimento aos moradores da região que realizam esse nobre ato de solidariedade e humanidade. Este ano, o tema da campanha é “Não se esqueça de quem precisa! Doe sangue”. Cabe lembrar que todos são potenciais usuários de sangue, como por exemplo em acidentes ou doenças inesperadas.
Para o médico Vagner Castro, Castro, coordenador do serviço de coletas do Hemocentro, a demonstração inédita da Esquadrilha da Fumaça tem um foco especial. “Essa demonstração será uma homenagem a essas pessoas especiais, que anonimamente praticam o altruísmo e com dedicação do seu tempo e sua solidariedade, garantem a vida e o bem estar de inúmeros pacientes”, comenta Castro.
A campanha de doação de sangue acontece numa época estrategicamente escolhida. É que com a chegada das férias e dos feriados prolongados nas festas de final de ano, o Hemocentro da Unicamp tem uma queda de 60% a 70% nas doações de sangue. Atualmente o Hemocentro tem cerca de 65 mil doadores regulares ao ano, índice que situa a instituição dentro do preconizado pela OMS, que é de 2% da população regional. Uma preocupação maior em relação aos estoques de final do ano fica por conta dos sangues do tipo RH negativo (A, B, AB e O), que representam, no Brasil e em todo mundo, cerca de 12% da população. Um transplante de fígado, por exemplo, consome em média, oito bolsas de concentrado de hemácia, de sete a oito unidades de plaqueta no mínimo e oito unidades de plasma, podendo chegar até 15 bolsas.
Esquadrilha da Fumaça – Criada oficialmente em 1952, a Esquadrilha da Fumaça é o Esquadrão de Demonstração Aérea da Força Aérea Brasileira (FAB), responsável pela divulgação da FAB em território nacional e internacional.Composta por 13 pilotos altamente treinados e capacitados, a Esquadrilha da Fumaça opera com a aeronave T-27 Tucano, projetada e fabricada pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), e realiza, em média, 100 demonstrações ao ano. Em cada uma delas, o público pode acompanhar uma série de 55 acrobacias de alta performance que incluem o voo de dorso, especialidade da equipe fumaceira. Em 2006, a Fumaça alcançou o recorde voando com 12 aeronaves em formação de voo de dorso.
Apelidados pelos aviadores de Anjos da Guarda, a Esquadrilha conta com uma equipe de graduados especialistas, responsáveis pela manutenção dos Tucanos. Esses profissionais garantem a segurança, a eficiência e a disponibilidade das aeronaves. Com mais de 3.400 demonstrações realizadas no Brasil e no exterior, a Fumaça representa a oportunidade para milhares de pessoas travarem contato, de maneira emocionante e inesquecível, com a Força Aérea Brasileira, passando a respeitá-la e admirá-la pela capacidade dos profissionais que a representam.
Depois de ser convocado, o piloto inicia um treinamento para voar em sua posição. São, aproximadamente, 70 missões de uma hora, que duram de dois a três meses. Após a sua estreia oficial, o piloto ainda permanece fazendo dois treinamentos antes de cada exibição.
Reconhecida mundialmente, a equipe representa o Brasil nos principais eventos aeronáuticos, tendo demonstrado em diversos países: Alemanha, Argentina, Bolívia, Canadá, Chile, Colômbia, Egito, Equador, Estados Unidos, França, Guatemala, Guiana, Honduras, Inglaterra, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, República Dominicana, Suriname, Uruguai e Venezuela. Atualmente, a Esquadrilha da Fumaça está sediada na Academia da Força Aérea (AFA), na cidade de Pirassununga.
O Tucano da Embraer – O EMB-312 T-27 Tucano foi desenvolvido para substituir os jatos Cessna T-37, sendo que seu protótipo voou pela primeira vez em 16 de agosto de 1980. Três anos mais tarde, em setembro de 1983, as primeiras unidades já eram entregues à Força Aérea – com a designação T-27 para treinamento e AT-27 para configuração armada – totalizando 133 aeronaves.
Sua principal base de operações no Brasil se localiza em Pirassununga, onde os cadetes do quarto ano praticam manobras avançadas nessas aeronaves. O T-27 Tucano inovou o mercado ao introduzir, entre outras novidades, assentos ejetáveis Martin Beaker BR8LC em seu conjunto. Sua cabine é similar a de um caça e visa a familiarizar o Cadete, a este tipo de aeronave.
Esta aeronave também é produzida sob licença na Inglaterra pela Shorts Brothers, recebendo o nome de Shorts Tucano e também pela Aol de Kadar, no Egito. Também exportados para outros países o Tucano faz parte das forças Aéreas da Argentina (30), Colômbia (14), Egito (54), França (50), Honduras (12), Irã (25), Iraque (80), Paraguai (6), Peru (30), e Venezuela (31). Período de utilização: 1983 até o presente.
FONTE: UNICAMP
http://www.unicamp.br/