Primeiro dia de SIEN discute necessidade de expansão e modelos de financiamento para a energia nuclear
O VII Seminário Internacional de Energia Nuclear continua amanhã, quarta-feira (21/09), no Sinduscon-Rio, Centro, das 8h às 17h
O primeiro dia do Seminário Internacional de Energia Nuclear – SIEN 2016, que começou na manhã desta terça-feira (20/09) na sede do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio de Janeiro, Sinduscon-Rio, centro da cidade, foi dedicado, entre outros temas a necessidade de expansão da energia nuclear no Brasil e de um novo modelo de financiamento para o negócio nuclear.
Leonam dos Santos Guimarães, Diretor de Planejamento, Gestão e Meio Ambiente da Eletronuclear, utilizou recente relatório da World Nuclear Association (WNA), da qual é membro, para defender a expansão da energia nuclear no Brasil. Segundo o relatório, para o mundo diminuir o impacto do setor energético no aquecimento global e atingir as metas de redução de emissão de carbono acordadas na COP21, em Paris, sobre as alterações climáticas, deverá elevar a participação da geração nuclear de 10% para 25% em 2050.
“O desafio é a questão do financiamento. É necessário recursos, mas a tendência é de crescimento. As usinas geram qualidade de vida, bem-estar para sociedade. Certamente você terá de ter participação privada importante. Dependendo de cada país, ela vai ser mais ou menos importante”
Marcelo Gomes da Silva, Assessor de Desenvolvimento de Novas Centrais Nucleares da Eletronuclear, defendeu a parceria com o setor privado como o caminho para o financiamento da expansão energética e falou da viabilidade da construção de Angra 4.
“Há um consenso de todos os agentes de que, uma vez resolvida a questão de Angra 3, pode-se pensar na expansão do setor nuclear”, disse Silva.
Além de Leonam dos Santos Guimarães e Marcelo Gomes da Silva, a abertura e palestras do evento da manhã contaram com a participação de Renato Cotta, presidente da Comissão nacional de Energia Nuclear (CNEN), João carlos Derzi Tupinambá, presidente da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), e Carlos Emiliano Eleutério, Diretor da Planeja & Informa / Casa Viva Eventos Ambientais, promotora do SIEN.
Os painéis da tarde reuniram representantes das iniciativas pública e privada em torno dos temas “Novo modelo de financiamento para o setor nuclear” e “Experiências e modelos de parcerias para gestão, construção e operação no setor nuclear”. Entre os palestrantes estavam Otávio Mielnik, especialista da Fundação Getúlio Vargas, Luiz Alberto da Cunha Bustamante, Consultor Legislativo do Senado Federal para a Área de Minas e Energia, Antonio Ferreira Muller, presidente da Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN), Orpet Peixoto, Diretor da AF Consult, empresa que atua em 80 países e está presente no Brasil desde 2012 na atividade de engenharia consultiva com foco nas áreas automotiva, de celulose e de energia nuclear, e Sergey Krivolapov, presidente da estatal russa de energia nuclear Rosatom na America Latina.
Os participantes do evento puderam ainda trocar ideias e conhecer os produtos e serviços das empresas que participam da feira de negócios paralela Exponuclear como Rosatom e Eckert & Ziegler Brasil Isotope Solutions – EZBIS, parte do grupo alemão Eckert & Ziegler.
O SIEN continua amanhã, das 8h às 17h. A programação inclui palestras, entre outros, do físico Alexandre F. Ramos, professor da Universidade de São Paulo (USP), e do Vice-Almirante Ney Zanella dos Santos e do Contra-Almirante Luciano Pagano, respectivamente diretor presidente e diretor comercial da Amazul. João Carlos Derzi Tupinambá, presidente da INB, volta ao evento para falar sobre a 2ª Fase do enriquecimento isotópico de urânio no Brasil.