As radiografias e a indústria musical da antiga União Soviética
Em 1950, o mundo acompanhava em choque a Guerra Fria que era travada entre os Estados Unidos da América (EUA) e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Na época, a indústria musical da URSS era controlada pelo estado, que não permitia a entrada de produções ocidentais em seu território. Como era difícil obter cópias de discos de vinil, a solução alternativa foi gravar as músicas nas radiografias que eram descartadas nos hospitais.
Surgiu então a chamada “bone music”, de modo que esses discos ficaram conhecidos como “ossos” ou “costelas”. Apesar da baixa qualidade e rápida deterioração, o material era barato e custava, no mercado negro, um rublo contra cinco rublos de um disco oficial. Houve até mesmo uma rede de distribuidores dos discos radiográficos, aRoentgenizdat.
Dessa forma, as técnicas radiológicas utilizadas na radiografia serviram de ponte para a distribuição de diversas gravações do ocidente, incluindo o rock’n roll. Confira algumas músicas que foram gravadas nas radiografias.
E nos dias de hoje, o que fazer com as radiografias usadas?
O Hospital das Clínicas de São Paulo, por exemplo, criou um programa de coleta para a reciclagem de radiografias usadas. Isso porque as radiografias e agentes químicos usados no processo de revelação possuem metais pesados em sua composição e não podem ser descartados em lixo comum, sob o risco de causar contaminação humana e do meio ambiente. Sendo assim, conscientizar e buscar o diálogo com as unidades de saúde é fundamental.
> Veja como é o processo de reciclagem.
FONTE: CONTER
http://www.conter.gov.br