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Sete abrigos em Xerém têm água analisada pela Secretaria de Estado de Saúde

Leptospirose e hepatite são as principais doenças que podem ser contraídas após enchentes. Cuidados são fundamentais para evitar epidemia. Resultado da análise pelo Lacen sai em um dia

A Superintendência de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) esteve nesta sexta-feira (4) em Xerém, no município de Duque de Caxias, para auxiliar na vistoria de abrigos que estão recebendo vítimas das enchentes ocorrida na última quinta-feira (3). No total, sete locais com aproximadamente 320 pessoas foram visitados por três equipes formadas por técnicos da Superintendência. O objetivo foi analisar as condições sanitárias, de estrutura e, principalmente, analisar a qualidade da água desses abrigos para evitar a proliferação de doenças como hepatite A, leptospirose e diarreia, transmitidas pela água contaminada.

Neste sábado (5), as equipes da Secretaria de Saúde estarão fazendo o mesmo trabalho novamente em Caxias e também em Teresópolis, Petrópolis, Nova Friburgo e Angra dos Reis.

Água própria para população – O superintendente de vigilância Epidemiológica e Ambiental da SES, Alexandre Chieppe, conta que o mais importante do trabalho complementar é conscientizar a população para que ela esteja tomando água adequada e com isso não aumentar a incidência de doenças causadas pela água contaminada da chuva.

– Fizemos este trabalho em Nova Friburgo, durante as fortes chuvas ocorridas em 2011. No caso de Xerém, a Secretaria de Estado de Saúde disponibilizou 50 mil folhetos orientações sobre cuidados de saúde em caso de enchentes e alagamentos, 10 mil folhetos explicativos sobre doenças como leptospirose, além de cuidados com a água e o uso do hipoclorito de sódio para filtração. Visitamos os 7 abrigos hoje e amanhã continuaremos nesse trabalho de auxílio para verificar se algum abrigo está com água contaminada. Caso isso ocorra, auxiliaremos a secretaria de saúde do município na limpeza do sistema de abastecimento de água, destaca Chieppe.

Mais ações – Outras ações estão programadas para apoiar os municípios afetados. Capacitação das equipes de saúde das Prefeituras para identificação precoce das doenças relacionadas à água, envio de ambulâncias 4×4 do SAMU que foram doadas pelo Ministério da Saúde para serem utilizadas em locais onde as ambulâncias convencionais não conseguem chegar por conta das enchentes e vacinação da população contra tétano são algumas delas. Quando as águas baixarem, serão convocados os Guerreiros Contra Dengue, que reúnem voluntários, agentes de endemia e funcionários da Secretaria de Estado de Governo que vão atuar em um grande mutirão de limpeza, localizando focos do mosquito, aplicando larvicidas, recolhendo inservíveis e distribuindo guias de combate à dengue à população.

Solidariedade – Após a tragédia, o abrigo da igreja de Nossa Senhora das Graças, que está com 21 desabrigados recebeu boa quantidade de roupas e alimentos não perecíveis. Tudo isso com a ajuda de cerca de 30 voluntários que estão organizando a distribuição dos donativos. A comerciante Flavia de Paula, de 36 é uma das voluntárias. Ela disse que a avaliação da água é muito importante para que as doenças não surjam depois. Mesma opinião da dona de casa Josiane Pereira, de 21 anos, que perdeu tudo com as enchentes. Mãe de 4 filhos, o seu maior medo é que eles fiquem doentes por conta da água contaminada, “precisamos de ajuda e estas ações são necessárias para que a situação não piore”, revela.

Estado envia kit calamidade – Nesta quinta-feira (3), a Secretaria de Estado de Saúde foi contatada pela Prefeitura de Duque de Caxias e está liberando ao município um kit calamidade e 5 mil frascos de hipoclorito de sódio para atendimento à população afetada pelas chuvas. O hiplocorito é fundamental para a desinfecção da água para consumo humano. 

Cada kit tem capacidade para atender 500 pessoas e contém medicamentos para a atenção básica, antibióticos, hipoclorito de sódio e álcool, entre outros itens. Três kits calamidade estão sendo enviados também à Região Serrana por determinação do secretário de Estado de Saúde, Sérgio Côrtes. Os municípios de Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis estão em estado de alerta por conta das chuvas. Além disso, para facilitar e agilizar o contato para apoiar as prefeituras, que estão com equipes recém-empossadas, haverá um subsecretário e um superintendente da Secretaria de Estado de Saúde responsáveis por cada um dos municípios, que incluem, além da Região Serrana, Angra dos Reis e Duque de Caxias.

FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro