SES alerta para o risco de queimaduras no período das festas juninas
Hospital Alberto Torres realizou 104 procedimentos em vítimas de queimaduras nesta época no ano em 2016 e no Hospital Adão Pereira Nunes foram 37 pacientes atendidos
O mês de junho chegou e com ele chegam também as festas típicas. É hora de vestir as roupas caipiras, dançar quadrilha e se deliciar com guloseimas como bolo de milho, pé de mole e tomar quentão. Mas para que a diversão fique completa, também é preciso tomar alguns cuidados. No próximo dia 6 de junho é celebrado o Dia Nacional de Luta Contra Queimaduras. E neste período, o risco desse tipo de ferimento aumenta e a atenção deve ser redobrada. A tradicional fogueira, os balões, a brincadeira com os fogos de artifício e até a manipulação dos caldos, prato tradicional desta época, representam um perigo não só para as crianças, que são vítimas mais frequentes, mas também para os adultos.
No Hospital Estadual Alberto Torres (HEAT), em São Gonçalo, especializado no atendimento às vítimas de acidentes, são atendidos vários pacientes com queimaduras nos meses de junho e julho. Só em 2016, a unidade realizou 104 procedimentos em queimados, nesta época.
– O período de festas juninas é também a época em que mais nos preocupamos com as vítimas de queimaduras. E se a pessoa tem esse ferimento e precisa de atendimento hospitalar, é porque quase sempre o ferimento é grave. O tratamento é longo e exige uma equipe com diferentes profissionais. Temos casos de pacientes que ficaram até um ano em tratamento com a nossa equipe – explica Bruno Costa, coordenador da equipe de Cirurgia Plástica do HEAT.
A unidade possui ainda um Centro de Trauma com 3 salas de cirurgia, além de um heliponto onde os pacientes mais graves chegam de várias partes do Estado. Todos os tipos de queimaduras são tratados no setor e o acompanhamento vai desde o primeiro atendimento, até a recuperação completa.
– A vítima com queimadura leve, pequena e superficial é atendida na emergência e quase sempre recebe alta logo depois. Mas quando o caso é grave e o paciente apresenta uma queimadura profunda, extensa, a equipe de cirurgia plástica desenvolve um papel fundamental. Mesmo depois da alta hospitalar esses pacientes precisam voltar ao hospital para o acompanhamento dos curativos – ressalta Bruno.
No Hospital Adão Pereira Nunes (HEAPN), em Duque de Caxias, em 2016, foram 37 atendimentos às vítimas de queimaduras no período de festas juninas, sendo 15% destes atendimentos feitos em crianças, o que reforça a importância da conscientização dos pais.
– Uma prática muito comum nestas festas, as fogueiras, foram responsáveis por duas internações na UTI Pediátrica do HEAPN, no ano passado. Essas crianças tinham face, pescoço e mãos queimadas, pois usaram álcool para acender as fogueiras – alerta a coordenadora da Pediatria do HEAPN, Claudia Falconiere.
A pediatra destaca ainda quais os casos mais frequentes de queimaduras nesta época.
– Pequenas queimaduras nos pés, face e tronco são muito comuns. Brincadeiras aparentemente inocentes com estalinhos são causadoras de queimaduras nas extremidades dos dedos, por exemplo. E com a manipulação de fogos de artifício, o risco de queimaduras de terceiro grau, aquelas em áreas maiores do corpo, aumentam – explica ela.
Para que a diversão seja tranquila, confira abaixo as dicas dos especialistas para evitar queimaduras:
* Não deixar que as crianças brinquem com estalinhos ou bombinhas. Esses artefatos parecem inofensivos, mas podem provocar queimaduras.
* Não utilizar álcool para acender churrasqueiras e fogueiras. Essa prática é perigosa e atrai o fogo para quem está jogando o álcool.
* Não permitir que crianças tenham acesso à cozinha e principalmente ao fogão durante o preparo das comidas típicas. Além disso, evite carregar crianças no colo enquanto manipula as panelas e produtos quentes.
* O perigo também está no acesso às substâncias quentes, como óleo de fritura e caldos. Além do risco de morte, essas substâncias geram cicatrizes que podem durar para toda vida.
* Não utilize toalhas de mesa compridas. As crianças podem puxar e trazer para si produtos quentes que podem causar queimaduras graves.
* Em caso de queimadura, não é recomendado aplicar no local remédios caseiros como: pasta de dente, manteiga, pó de café e outros. Essas medidas, não apenas pioram a evolução das queimaduras, como também dificultam o tratamento adequado, gerando infecções. O indicado é lavar a área atingida com água corrente até a dor passar.
* Desde a pequena queimadura, até as mais extensas, exigem cuidados específicos. Por isso, é sempre recomendado procurar o atendimento e orientação médica em todos os casos.
* Vale lembrar que fabricar, vender, soltar e transportar balões é crime ambiental. Para denunciar qualquer crime ambiental, a população pode ligar para: 0300 253 1177 (custo de ligação local para todo o Estado) ou (21) 2253 1177 (capital).
FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro
http://www.saude.rj.gov.br