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Acidente no Japão não se compara ao de Chernobyl, diz agência da ONU

Radiação liberada na Ucrânia foi bem maior que a de Fukushima
Autoridades japonesas elevaram acidente do nível 5 para o máximo, 7                         

A decisão do Japão de aumentar o nível do acidente em sua usina nuclear de Fukushima Daiichi de 5 para o máximo de 7 não significa que ele seja comparável ao de Chernobyl, disse nesta terça-feira (12) uma autoridade da agência de energia atômica da ONU.

“É um acidente totalmente diferente”, disse Denis Flory, da Agência Internacional de Energia Atômica. Segundo ele, a quantidade de radiação liberada em Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, era muito maior.

Segundo ele, as últimas amostras de comida fornecidas pelo Japão mostram que a contaminação continua abaixo dos limites estabelecidos pelas autoridades locais.

A Agência de Segurança Nuclear do Japão elevou o nível do desastre na central atômica de 5 ao máximo 7, e confirmou que a usina lançou uma quantidade enorme de substâncias radioativas na atmosfera durante um período após os desastres naturais que atingiram o país em 11 de março, deixando mais de 13 mil mortos.

Com a nova avaliação dos japoneses, o acidente em Fukushima fica, na escala, no mesmo nível do de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986.

De acordo com a agência, o índice reflete a gravidade inicial do acidente e não o momento atual. Segundo o governo japonês, caíram drasticamente os níveis de radiação no complexo. O Japão admite ainda que se esforça para recuperar o controle total do complexo.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou, em Viena, Áustria, o alerta da Agência de Segurança Nuclear do Japão sobre a gravidade do acidente em Fukushima.

Por meio de comunicado, informou que o nível do desastre atingiu qualificação máxima: 7, na Escala Internacional Nuclear (INES).

Anteriormente, a agência de notícias local Kyodo informou que a Comissão de Segurança Nuclear do governo estimou que a quantidade de material radioativo que vazou dos reatores de Fukushima chegou ao máximo de 10.000 terabequerels por hora em um determinado ponto por diversas horas, o que classificaria o incidente como um grande acidente, de acordo com a escala internacional de intensidade Ines.

Policiais inspecionam homem em Minamisoma, a cerca de 20km da usina de Fukushima (Foto: AP)

O Japão já tinha classificado o acidente nos reatores operados pela Tokyo Electric Power Co (Tepco), cujos engenheiros ainda tentam estabilizar a usina, como nível 5, o mesmo estabelecido no acidente de 1979 em Three Mile Island, nos Estados Unidos.
Em 11 de março, um terremoto de magnitude 9 seguido por um tsunami danificou os reatores do complexo nuclear Fukushima Daiichi, que desde então tem sofrido com vazamentos radioativos.

China

O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, disse ao premiê japonês, Naoto Kan, que estava ‘preocupado’ com a emissão de radiação ao oceano e pediu ao governo japonês que considere ‘muito seriamente’ o impacto do vazamento nuclear no ambiente marinho e nos países vizinhos.

Os comentários de Wen, publicados no site oficial do governo, ressaltam as preocupações da China com a crise nuclear no Japão, especialmente depois de o país ter despejado água radioativa no mar.

‘O governo e o povo chinês expressam sua preocupação com isso, e pedem ao governo japonês para que dê alta importância ao impacto dessa questão no ambiente marítimo e principalmente nos países vizinhos, cumpra rigorosamente com a lei internacional referente ao assunto e tome medidas efetivas de controle e prevenção, além de informar imediatamente, de forma compreensiva e precisa, sobre a situação à China’, disse Wen em comunicado.

Wen disse que o primeiro-ministro japonês havia ‘lamentado’ o acidente nuclear e garantiu ao premiê chinês que o Japão iria divulgar informações rápidas e precisas sobre o acidente.


FONTE: Do G1, com agências internacionais