Número de mortes por hepatites ultrapassa óbitos causados por HIV no mundo
Maior parte dos pacientes não sabe que está contaminado com hepatite viral. O tipo B da doença não tem cura, mas a vacina está disponível nos postos de saúde.
O Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites é comemorado em 28 de julho. Instituída pela Organização Mundial da Saúde, a data tem o objetivo de conscientizar a população sobre as formas de contágio e tratamento dos diferentes tipos da doença. A meta da OMS é, até o ano de 2030, eliminar a hepatite C, diminuir 65% das mortes causadas pela enfermidade e acabar com a transmissão vertical da hepatite B, que é passada de mãe pra filho durante a gravidez. A mortalidade mundial por hepatites virais já ultrapassou o número de óbitos em decorrência de HIV. A coordenadora do Programa Estadual de Hepatites Virais da Secretaria de Estado de Saúde, Clarice Gdalevici, explica como se prevenir.
Quais as principais diferenças entre os tipos de hepatites?
Existem quatro hepatites, A, B, C e D. O tipo A da doença ocorre por meio de contaminação da água e dos alimentos. O tipo D só aparece quando o paciente já tem hepatite B, mas, no Brasil, devido às características do vírus, os casos se restringem à Região Norte do país. As hepatites B e C são as mais preocupantes, inclusive porque o tipo B não tem cura. Existe vacina e tratamento, mas não tem cura. Atualmente, as hepatites matam mais do que HIV. Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 1.340.000 portadores de HIV morrem anualmente, contra 1.750.000 óbitos em decorrência de complicações de hepatites. Em 2017, dos 1.306 óbitos por hepatites no estado do Rio de Janeiro, 883 foram causados por cirrose e 170 por câncer de fígado.
Como se dão as hepatites B e C?
As doenças são transmitidas por via sanguínea: por relações sexuais sem preservativo, da mãe para o filho durante a gestação, parto ou amamentação, por compartilhamento de material para uso de drogas (como seringas, agulhas, cachimbos etc), para higiene pessoal (lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam) ou para confecção de tatuagem e colocação de piercings, além de por transfusão de sangue. Todo mundo que faz tatuagem ou põe piercing deve procurar uma unidade de saúde para fazer o teste de hepatite cerca de 60 dias depois do procedimento.
Quais são as formas de prevenção?
Além de usar preservativos durante as relações sexuais e ficar atentas à utilização de materiais descartáveis ou esterilizados em Autoclave no dentista, na manicure, as pessoas devem procurar os postos de saúde para se vacinar, em três doses, contra a hepatite B. Se o paciente já estiver contaminado, precisa fazer tratamento com medicação diária pro resto da vida. Já a hepatite C alcança 95% de cura quando os pacientes tomam remédio ao longo de três meses.
Quais são os sintomas?
Dificilmente as hepatites apresentam sintomas e quando ocorre de forma aguda, é nos pacientes de hepatite B, adultos jovens, entre 25 e 30 anos, que sentem dores abdominais, urina escura, febre, náuseas, vômitos e amarelamento da pele e dos olhos. O tipo C é mais encontrado em pessoas com mais de 40 anos e não costuma dar sinais.
Qual é a incidência dessas doenças no estado do Rio de Janeiro?
Hepatite B e C estão mais presentes do que a população imagina. Até o começo de julho de 2018 foram 3132 casos notificados do tipo B e 8997 do tipo C. A OMS pretende erradicar o tipo C da doença até 2030, diminuir o número de mortes por hepatites virais em 65% e encerrar a transmissão vertical, da mãe pro bebê, vacinando todas as mulheres antes da idade fértil contra a hepatite B.
FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro
http://www.saude.rj.gov.br