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Fumantes radioativos: como o tabagismo se relaciona com a radiação ionizante?

Pouco discutida, a presença de componentes radioativos é mais um dos inúmeros perigos do tabagismo
Pouco discutida, a presença de componentes radioativos é mais um dos
inúmeros perigos do tabagismo

No calendário da saúde, o dia 29 de agosto é sinalizado como o Dia Nacional de Combate ao Fumo. O cigarro possui mais de 4 mil substâncias tóxicas, as mais conhecidas são a nicotina e o monóxido de carbono, mas ele também contém componentes radioativos como polônio-210 e chumbo-210, que podem ser encontrados nas baterias dos carros. Por ser uma droga regulamentada e legalizada, sabemos quais são as substâncias mapeadas nas mais diversas marcas de cigarro, mas isso não indica que ela é menos perigosa do que outras drogas legais ou ilegais.

Com um índice de vício próximo ao da cocaína e da heroína, o cigarro e as complicações do seu uso matam cerca de 6 milhões de pessoas por ano em todo o mundo e pode ser a porta de entrada para outras drogas. Segundo estudo realizado na Universidade de Columbia (EUA), a nicotina interfere na regulação do DNA e acaba por aumentar a expressão de um gene chamado FosB, relacionado à propensão ao vício não só no cigarro, mas em outros narcóticos.

Mas, afinal, qual é a relação da radioatividade com o tabagismo? Bom, sendo a Radiologia uma ciência da saúde, é seu dever alertar sobre os riscos de fumar, principalmente em um país com cerca de 32 mil fumantes crônicos, sem contar os passivos que estão tão expostos quanto os ativos. O alerta principal é: cigarros emitem radiação ionizante e podem modificar nossas células.

A radiação está presente desde os raios de sol até o ar que respiramos, mas estas mais comuns são categorizadas como não-ionizantes. As ionizantes têm capacidade de retirar elétrons dos átomos, ionizando-os e potencialmente causando lesões no nosso DNA. Estão presentes em diversos elementos da tabela periódica e em aparelhos usados na Radiologia e o cigarro não fica fora dessa relação. A radiação é passada para o fumo em sua fertilização com agrotóxicos e, uma vez que ela se mostra presente nas folhas do fumo, não há como retirá-la.

Uma pessoa que fuma diariamente um maço e meio de cigarros, ao longo de um ano recebe cerca de 4,6 mSv de radiação ionizante, o que não parece muita coisa. Acontece, contudo, que o alcatrão, outra substância presente no cigarro, se deposita nas áreas de bifurcação dos brônquios, que absorve quantidades relevantes de polônio e chumbo radioativos.

Ser um fumante passivo também traz complicações à saúde. Quando falamos em radiação, 75% do polônio presente no cigarro não é absorvido pelo fumante ativo e ele pode ser absorvido por alguém que convive com ele. Ainda não se sabe o quanto dessa radiação é absorvida e como ela reage no organismo do fumante passivo, mas as várias outras substâncias contidas no fumo são extremamente tóxicas e nocivas e tornam o fumante passivo um potencial alvo de doenças como o câncer.

FONTE: CONTER
http://conter.gov.br