Rio de Janeiro terá novo banco de olhos para agilizar transplante de córnea
Nos primeiros meses de 2013, número de cirurgias já é o dobro do mesmo período de 2012
Depois de colocar o estado do Rio de Janeiro no 3º lugar no ranking da doação de órgãos do país, o Programa Estadual de Transplantes (PET) tem novo desafio para 2013: melhorar a posição do Rio no que diz respeito ao transplante de córneas. Esse trabalho já começou. Em janeiro e fevereiro deste ano foram realizados 52 transplantes de córnea no estado, quase o dobro dos 27 procedimentos realizados no mesmo período de 2012.
– Os dois primeiros anos do PET foram voltados para “arrumar a casa” e melhorar os números da captação e transplantes de órgãos. Este ano vamos concentrar mais esforços nos tecidos. E zerar a fila do transplante de córnea é o nosso principal objetivo – esclarece o coordenador do Programa Estadual de Transplantes, Rodrigo Sarlo.
Algumas medidas já estão em andamento. A primeira delas é a abertura do segundo Banco de Olhos do estado. O primeiro funciona desde 2010 em Volta Redonda. O novo Banco de Olhos será uma parceria com o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), que já possui Banco de tecidos músculo-esqueléticos. A abertura do novo Banco de Olhos pretende aumentar ainda mais a oferta de córneas no estado.
Na outra ponta do processo, o esforço da equipe do PET tem se concentrado em organizar e enxugar a lista de pacientes à espera do transplante de córnea no estado, que hoje conta com cerca de 700 pacientes. Durante essa varredura, a equipe observou que muitos pacientes possuem alguma pendência para a realização da cirurgia.
– É importante que todos os pacientes inscritos, sejam eles do SUS ou da rede particular, estejam sempre com seu status atualizados no Sistema Nacional de Transplantes (SNT). O próprio paciente deve manter contato com o médico e solicitar que os exames pré-operatórios permaneçam em dia – alerta Rodrigo.
Transplante de córnea – Ao contrário do que acontece com órgãos como coração, fígado e rim, os tecidos como córneas, ossos, pele e válvulas cardíacas podem ser doados tanto em caso de morte encefálica quanto na morte por coração parado. Um profissional do Banco de Olhos irá até o falecido para providenciar a autorização por escrito de algum familiar. Em seguida, será providenciada a coleta de sangue para realização de exames e, após a obtenção dos resultados, finalmente ocorre a retirada das córneas. Devidamente armazenadas no Banco de Olhos, as córneas captadas podem durar até 14 dias, o que é um facilitador para as cirurgias de transplante.
Atualmente, sete hospitais realizam esse tipo de cirurgia no estado através do SUS: Hospital Federal de Ipanema, Hospital Universitário Antônio Pedro (UFF), Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE/Uerj), Hospital Federal dos Servidores do Estado e Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (UFRJ), Hospital Adventista Silvestre e Oftalmoclínica São Gonçalo.
Parceria – Na semana passada, o presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO), Marcus Safady, visitou a sede do PET. A instituição se prontificou a trabalhar junto com o PET para ajudar a zerar a fila do transplante de córnea investindo na formação de profissionais.
– Temos que despertar nos jovens profissionais e residentes o interesse por este tipo de cirurgia. Assim, poderemos estimular outros centros a realizar transplantes de córnea – resume Marcus Safady.
FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro