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Praticidade e acesso à saúde: Telessaúde Rio garante atendimento médico de qualidade por videoconferência

Central da Prefeitura tem capacidade para 10,5 mil consultas por mês. Iniciativa beneficia principalmente pacientes crônicos e em grupo de risco
Central da Prefeitura tem capacidade para 10,5 mil consultas por mês. Iniciativa beneficia principalmente pacientes crônicos e em grupo de risco

A Prefeitura do Rio, por meio de parceria entre a IplanRio e a Secretaria Municipal de Saúde, inovou no atendimento médico com a criação da Telessaúde Rio, central de marcação de consultas por videoconferência. Com a inauguração do serviço, em 13 de julho, a distância entre a casa do paciente e a unidade de saúde mais próxima foi reduzida a uma tela de celular ou de computador.

Para Orondina Nogueira, de 82 anos, a alternativa acabou com a aflição de não poder fazer o acompanhamento regular. Diabética e hipertensa, a idosa era paciente frequente da Clínica da Família Jeremias Moraes da Silva, no Complexo da Maré, mas teve que suspender as idas presenciais por conta da pandemia do novo coronavírus. Com o lançamento da Prefeitura, ela já conseguiu se consultar duas vezes.

— O doutor foi muito atencioso, conversamos bastante. Fiquei muito satisfeita com o atendimento, e o melhor de tudo, de ter sido feito de casa — avaliou a paciente.

Quem soube da novidade e correu para garantir a consulta de Orondina foi a filha dela, a nutricionista Ana Paula Nogueira, de 39 anos, que fez o cadastro e auxiliou a mãe a fazer a marcação.

— No início tive dúvidas se a consulta à distância seria eficiente de fato, mas foi uma ótima surpresa. Baixamos o aplicativo, vimos todas as explicações e conseguimos agendar para o dia seguinte da marcação. O médico de família tem uma escuta diferenciada, ouviu com atenção e cuidado tudo o que ela tinha para dizer, renovou os pedidos de exames e as prescrições de medicamentos — detalhou a moradora da comunidade Nova Holanda, que diz já ter indicado o serviço para os vizinhos e amigos.

Central tem capacidade para 10,5 mil consultas mensais

Munidos de computadores e celulares, 89 médicos de família e comunidade se dividem em turnos de seis horas, das 8 às 20 horas, de segunda a sábado, na Central Municipal de Regulação, que fica no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro. O local conta com 20 computadores e a capacidade é de até 10,5 mil consultas por mês.

Até 7 de agosto, a central registrou 482 atendimentos pelo prontuário eletrônico. Entre as opções, a mais procurada foi a de orientações gerais sobre saúde.

Telemedicina fortalece Atenção Primária

Inicialmente, o projeto foi pensado para não deixar os pacientes sem atendimento durante a pandemia, como prevê a Portaria nº 467, de 20 de março de 2020, publicada pelo governo federal. A iniciativa, no entanto, é ainda mais abrangente, uma vez que a telemedicina pode facilitar ainda a vida de quem têm dificuldade de acesso às unidades de Saúde da Família.

— Em países mais desenvolvidos, a telemedicina é avançada na Atenção Primária. A consulta remota é complementar, mas garante que os pacientes não fiquem desassistidos e que tenham orientação médica de qualidade — ponderou idealizador do Telessaúde Rio, o médico de família e comunidade Leonardo Graever.

De acordo com ele, em outras unidades federativas que também investiram na telemedicina, os serviços estão principalmente voltados para os cuidados com síndromes gripais, com a Covid-19.

— Temos o único serviço do Brasil que abrange o atendimento com este foco — avaliou.

A coordenadora médica da central, Júlia Mello Costa Lima, que também é médica de família e comunidade, reforçou a importância da especialização desse tipo de profissional para a iniciativa.

— Médicos de família lidam com todos os tipos de público, oferecendo cuidado integral, para todas as faixas etárias e acompanhando todas as condições crônicas, inclusive de saúde mental, de todas as pessoas da família — elencou.

Como acessar o Telessaúde Rio?

Para marcar a consulta, o primeiro passo é entrar no site (agenda.saude.rio), fazer o cadastro ou preencher o usuário e senha, para pacientes já cadastrados. Em seguida, deve-se selecionar o tipo de atendimento, a data e a hora desejada para a consulta, que pode ocorrer a partir das 24 horas subsequentes.

Ao acessar a plataforma, o paciente escolhe o que precisa: acompanhamento de doenças crônicas; orientações gerais sobre saúde; problemas de saúde mental; questões relacionadas a encaminhamentos; renovação de receita; solicitação de laudos e documentos; e dúvidas sobre Covid-19.

Todo o passo a passo já aparece na tela da marcação e as orientações também são enviados automaticamente por e-mail.

Depois da confirmação, é preciso se preparar. O usuário deve instalar o Zoom, que é o aplicativo indicado para a videoconferência. Para aqueles que usam computador, é preciso ter câmera e fone de ouvido.

No horário agendado, é só entrar no sistema, selecionar a consulta, clicar em iniciar e aguardar o médico. Quando há alguma dificuldade de acesso, os profissionais de saúde entram em contato por telefone.

— O fundamental é garantir que consulta ocorra — enfatizou a coordenadora médica do Telessaúde Rio.

É importante ressaltar que o padrão da assistência virtual adotado pela Prefeitura segue os protocolos do Conselho Federal de Medicina e do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro. De acordo com a regulamentação, pessoas que nunca foram atendidas na rede municipal ou que estejam sentindo alguma coisa que nunca sentiram antes, são orientadas procurar o atendimento presencial, para então utilizar o serviço de forma complementar.

Integração e tecnologia aprimoradas

Para desenvolver os serviço, a IplanRio se baseou na ferramenta do Identidade Carioca, que é um cadastro que o cidadão faz para acessar serviços da Prefeitura como imprimir o IPTU ou pegar um cartão de estacionamento para idoso.

Como o sistema é todo integrado, o paciente pode consultar todo o histórico e fazer o download das prescrições médicas direto pela interface do site. Ao final, os pacientes podem avaliar o sistema e o atendimento. Até o momento, o serviço está com 87% de aprovação dos usuários, com o objetivo de que seja cada vez mais prático e acessível.

— Além de melhorar a tecnologia para favorecer a acessibilidade e o uso do celular, estamos buscando aprimorar o serviço com ferramentas como uma sala de espera para encaixes, por exemplo. Também trabalhamos em um processo logístico para as consultas de retorno, de forma que sejam marcadas de forma automática, com o mesmo profissional — adiantou Fernando Ivo Cavalcante, diretor de planejamento da IplanRio.

FONTE: Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro
http://www.rio.rj.gov.br/web/smsdc