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Entenda a logística de um transplante de coração

Insuficiência cardíaca é a causa mais comum para os casos registrados no estado

A insuficiência cardíaca do apresentador Fausto Silva jogou luz sobre o tema dos transplantes de coração: por que é necessário fazer? Como é a lista única de pacientes à espera de um órgão? Seu caso será prioritário? Os especialistas do programa RJ Transplantes vinculado à Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ), que fiscaliza e atua em todo o processo de doação e transplantes de órgãos, ajudam a esclarecer a questão. O Estado do Rio de Janeiro tem uma espera média por um coração de 3,6 meses, segundo os dados de 2022. Até o dia 16/08 deste ano, foram realizados no estado 19 transplantes de coração e 19 pacientes aguardam na lista de espera.

“No Rio, temos duas unidades de saúde públicas que fazem o transplante de coração: o Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) e o Instituto Nacional de Cardiologia (INC), este o maior centro, que oferece transplantes tanto em crianças quanto em adultos. Apesar de a lista do estado ser pequena, ela não representa a realidade, pois a doença cardíaca é uma das principais causas de morte no país e no estado. Há, portanto, uma necessidade de se criar um meio para que as pessoas que têm insuficiência cardíaca grave alcancem os centros transplantadores. Além de regular as vagas, o que o Estado já faz hoje, é muito importante que os médicos reconheçam aquele paciente grave e encaminhe para avaliação de transplante”, diz o diretor do RJ Transplantes, o cardiologista pediátrico Alexandre Cauduro.

O médico cardiologista Antonio Ribeiro, responsável pela coordenação da Linha de Cuidados de Doenças Cardiovasculares da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, explica em quais casos se faz necessário um transplante de coração.

“A insuficiência aparece da forma mais simples até a mais grave e vai evoluindo se não for tratada adequadamente. Por isso, é importante ir ao médico regularmente. Além disso, se o paciente tem histórico familiar de pessoas com diabetes, hipertensão, cardiopata, obesos, infarto ou se alguém já teve história de insuficiência cardíaca é preciso ficar mais atento. Quando a insuficiência cardíaca não responde à medicação, o coração perde todas as funções para contração mínima, necessitando de um transplante cardíaco”, explica ele.

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Sobre a logística de transplante

Nos transplantes de órgãos, a logística é iniciada quando a morte encefálica do potencial doador é constatada, sendo encerrada com a chegada do órgão doado ao receptor final. Uma equipe de cirurgiões e logística é responsável pela retirada, a conservação, a armazenagem e o transporte, para respeitar o limite de tempo da isquemia de cada órgão. O tempo de duração do pulmão e do coração fora da circulação sanguínea, por exemplo, é de quatro horas; do fígado, 12 horas; e dos rins, 24 horas.

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A falta de informação e o preconceito podem limitar o número de doações, impedindo que vidas sejam salvas. Para ser doador, basta conversar com os familiares e deixar bem claro a sua vontade. Um único doador pode beneficiar pelo menos 8 pessoas que aguardam na lista de espera por um transplante de órgãos e tecidos. Rins, pâncreas, córneas, válvulas cardíacas, intestino e/ou multivisceral, pele, osso, coração, esclera (o branco do olho), pulmão e fígado são possíveis de serem transplantados. O Estado do Rio de Janeiro tem 5.555 pessoas que aguardam por um transplante, 10 de coração, 4.106 de córnea, 124 de fígado e 1.306 de rim.

Responsável por todo o processo desde a doação, transplantes dos órgãos e capacitação da rede de apoio, o RJ Transplantes credenciou novos centros transplantadores e treinou equipes transplantadoras e de acolhimento às famílias enlutadas, que atuam na sensibilização sobre o gesto da doação de órgãos. Atualmente, 160 comissões atuam em conjunto com o RJ Transplantes.

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O programa estadual alcançou recorde de doação de órgãos e transplantes realizados em 2022. Os números foram os maiores da série histórica, iniciada em 2010, quando foi criado. Após o recuo por conta da pandemia de Covid-19 em 2021, ocorreram 1.152 notificações de possíveis doadores, 349 doações e 2.650 transplantes no ano passado. De janeiro a julho deste ano foram realizados 769 transplantes de órgãos sólidos e córneas. Lembrando que em uma doação pode haver captação de mais de um órgão.

Para melhorar as condições do transplante no estado do Rio, a SES-RJ tem investido na melhoria da prestação de serviços. Em 2021, disponibilizou um helicóptero exclusivo para o transporte dos órgãos. Em 2 anos de atuação, o helicóptero da Superintendência de Operações Aéreas (SOAer) transportou 367 órgãos para transplante.



FONTE: Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro
https://www.saude.rj.gov.br