Pesquisa do coordenador de transplantes de fígado do Estado é premiada pela Faperj
O médico Lúcio Pacheco, coordenador dos serviços de transplante de fígado do Centro Estadual de Transplantes e do Hospital Estadual da Criança, foi premiado pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), dentro do programa de fomento a pesquisa na área de Transplantes de Órgãos e Tecidos no estado do Rio de Janeiro. Com o trabalho “Uso da máquina de perfusão hipotérmica na divisão de enxertos de fígado provenientes de doadores falecidos”, o cirurgião – que também é vice-presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) – investiga as possibilidades de utilização de uma máquina de perfusão hemodinâmica para aumentar a quantidade de transplantes de fígado, com a melhora na qualidade dos órgãos doados e no índice de aproveitamento desses órgãos.
A máquina de perfusão hemodinâmica funciona mantendo o órgão a ser transplantado recebendo uma solução de preservação, o que o mantém viável por mais tempo. Além disso, o uso da máquina também permite o aumento na oferta de órgãos destinados às pessoas que estão na lista de espera, melhorando a qualidade do enxerto que poderia acabar sendo descartado.
“Há um projeto de pesquisa semelhante, nos Estados Unidos, que obteve ótimos resultados. Estamos há dois anos pensando nesse tema e há um ano efetivamente pesquisando nessa área”, explicou Lúcio Pacheco.
Ele acrescentou que mais do que pesquisar a utilização desse equipamento para a preservação da qualidade dos fígados a serem transplantados, está sendo estudada também a possibilidade de que um único fígado de doador adulto seja fracionado em duas partes, beneficiando uma criança e um adulto ao mesmo tempo. Com isso, com apenas uma captação, seria possível realizar dois transplantes.
“Existe uma carência grande de órgãos viáveis para transplantes de fígado em crianças. A linha de pesquisa é a possibilidade de fracionar um órgão adulto enquanto ele está na máquina de perfusão hipotérmica, possibilitando a realização de dois transplantes ao invés de apenas um”, informou o médico.
A utilização da máquina nesse tipo de transplante ainda está restrita ao campo da pesquisa e segundo Lúcio Pacheco, o estudo desenvolvido por ele pode auxiliar na liberação desse equipamento para uso clínico. “Essa é uma máquina para ser usada na pesquisa clínica. Para ser usada fora de um protocolo de pesquisa, precisa de uma autorização maior da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e muito provavelmente esse projeto vai funcionar como um facilitador para a liberação, pela Anvisa, do seu uso clínico. Já foi comprovada a sua eficácia nos Estados Unidos e é preciso comprovar essa eficácia aqui no Brasil. Essa pesquisa coloca o Rio no topo das pesquisas que estão sendo realizadas pelo mundo”, complementou.
Unidades estaduais transplantadoras – Desde que foi inaugurado, em 21 de fevereiro deste ano, o Centro Estadual de Transplantes, no Hospital São Francisco de Assis (Tijuca), já realizou 33 transplantes de fígado. Outras quatro cirurgias desse tipo foram feitas em pacientes pediátricos do Hospital Estadual da Criança, inaugurado no dia 4 de março deste ano.
FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro
http://www.saude.rj.gov.br