Casos de tétano têm queda de 44% em dez anos
Além da vacinação de rotina e do reforço durante as campanhas de vacinação, a imunização de risco, contribuiu para a queda dos casos no País
Nos últimos 10 anos, o número de casos de tétano no Brasil caiu em 44%. Enquanto em 2001 o País registrou um total de 578 casos, em 2011 foram 327. A redução foi ainda maior nos casos de tétano neonatal, chegando a 85% neste período. Os dados constam na publicação Saúde Brasil, apresentada durante a 12ª Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (Expoepi).
De acordo com o estudo, desde 2007 são registrados, em média, seis casos da doença por ano, com quatro mortes entre os bebês prematuros. A partir daquele ano, a média anual tem se mantido em 340 casos confirmados.
O tétano é uma doença infecciosa aguda não contagiosa, causada pela bactéria Clostridium tetani, encontrada, não apenas em metal enferrujado. A bactéria também está presente nas fezes, na terra, em galhos e arbustos, além de água contaminada, poeira da rua e, até mesmo, na pele. Apesar de não ser contagiosa, a doença pode ser transmitida por contato com ferimento na pele ou nas mucosas, como boca e região genital. No geral, 30% dos pacientes morrem por ano.
Já a contaminação pelo tétano neonatal acontece por causa falta de higiene com o cordão umbilical dos recém-nascidos. Os primeiros sintomas da doença são espasmos e contratura muscular, rigidez de nuca e abdômen, dores pelo corpo e febre baixa ou insistente.
A queda no número de casos de tétano no Brasil é atribuída à vacinação de rotina e ao reforço na imunização dos chamados grupos de risco, como agricultores, trabalhadores da construção civil e aposentados, grupo com maior risco de se ferir com objetos de metal. O calendário de vacinação conta com a pentavalente (contra difteria, tétano, coqueluche, doenças causadas pelo Haemophilus influenza tipo b, como meningite, e hepatite B), a DTP, para crianças de um e quatro anos, e a DT Adulto, disponível para reforço a cada 10 anos.
De acordo com o estudo Saúde Brasil 2012, do Ministério da Saúde, de 2007 a 2011, a vacinação nas mulheres em idade fértil foi considerada baixa. Já, em relação às grávidas, de 1993 a 2011, o número cresceu, porém ainda é menor do que 60%. No ano passado, o último analisado pelo estudo, 54% das gestantes tomaram a vacina contra o tétano em todo país, com variação, dependendo do estado: 42% no Rio de Janeiro a 69% em Pernambuco.
Vale lembrar que o Ministério da Saúde promove campanhas para que a população atualize o calendário de vacinação. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a vacina contra o tétano nos postos da rede pública. Além da vacina, cuidados com a higiene do cordão umbilical são fundamentais na prevenção, no caso da forma neonatal da doença.
TÉTANO ACIDENTAL – É uma doença infecciosa aguda não contagiosa, causada por uma bactéria chamada Clostridium tetani, que age diretamente no sistema nervoso. A doença pode atingir homens e mulheres de todas as idades que não tomaram vacina.
O tétano acidental acontece quando feridas em nossa pele e mucosas, como a boca e a região genital, são contaminadas pela bactéria. Os primeiros sintomas da doença são espasmos e contratura muscular, rigidez de nuca e abdômen, dores pelo corpo e febre baixa ou insistente.
O tratamento deve ser feito em uma unidade de saúde. A ferida tem que ser limpa e o paciente tratado com sedativos, Imunoglobulina Humana (IGHAT) ou soro Antitetânico (SAT) e antibiótico. A melhor maneira de prevenção da doença é tomar a vacina antitetânica.
TÉTANO NEONATAL – Pode atingir recém-nascidos de dois a 28 dias de vida, filhos de mães que não tomaram vacina. Também conhecida como tétano umbilical ou “mal de sete dias”, a doença é causada pela bactéria Clostridium tetani, encontrada em, praticamente, todos os lugares.
O bebê pode ser contaminado durante o parto, quando cordão umbilical é cortado com instrumentos impróprios e contaminados, ou mesmo depois do parto, se o coto umbilical for tratado com substâncias ou instrumentos contaminados. Deixar de mamar, chorar muito, contraturas musculares e febre baixa são os primeiros sinais de que o bebê pode estar com tétano neonatal.
Para prevenir contra o tétano neonatal, a mulher grávida precisa estar com a vacinação em dia. Se ela foi vacinada há mais de cinco anos, precisa tomar a dose de reforço. Além disso, o parto feito com limpeza e a higiene com o coto umbilical do recém-nascido são fundamentais na prevenção. A vacina na gestação tem o objetivo de evitar o tétano neonatal e não tem contraindicação.
FONTE: Ministério da Saúde