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Centro de Trauma do Idoso fará do RJ referência nacional no atendimento a pacientes da terceira idade

No Dia Nacional do Idoso, estado ganha também um Centro de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento para produzir conhecimento para aumentar qualidade de vida às pessoas acima de 60 anos

Transformar o estado em uma referência nacional no atendimento do idoso passa a ser uma realidade com a inauguração do Centro Estadual de Referência do Trauma do Idoso, especialmente voltado para o atendimento de pacientes acima de 60 anos com fraturas, como por exemplo a de fêmur proximal, que é o tipo mais comum entre pessoas nessa faixa etária. Para isso, o Hospital São Francisco, na Tijuca, vem sendo preparado pela Secretaria de Estado de Saúde, com reforma no centro cirúrgico, investimento na criação de 20 leitos de enfermaria, cinco leitos de CTI e reforço no quadro de médicos, com 10 ortopedistas e cinco anestesistas. Foi o que anunciaram hoje (1o.) o governador Sérgio Cabral e o secretário de Estado de Saúde, Sérgio Côrtes.


– O Centro de Trauma receberá pacientes vindos de emergências hospitalaraes, que serão operados em até 36 horas, aumentando a chance de sobrevida e a diminuição de sequelas – explicou o secretário de Estado de Saúde, Sérgio Côrtes, durante evento que também inaugurou o Centro de Estudos e Pesquisa do Envelhecimento (Cepe Pró-Idoso), na Gávea.


O Centro de Trauma vai começar a funcionar até o fim do ano, recebendo pacientes referenciados de outros hospitais; as cirurgias serão realizadas em 36 horas, no máximo 48h, o chamado período de ouro. A intenção é também diminuir o tempo médio de internação de 20 dias para quatro dias e os pacientes continuarão a receber atendimento domiciliar, com uma equipe multidisciplinar, que vai contar com enfermeiros, assistentes sociais e fisioterapeutas. 


– O objetivo de criamos o Centro Estadual de Referência do Trauma do Idoso é oferecer o melhor tratamento possível à população da terceira idade que cresce no mundo todo e demanda cuidados especiais. O estado tem hoje a segunda população mais idosa do país, com 13% das pessoas com mais de 60 anos – ponderou o secretário.


Aumento na demanda – A ideia da criação do Centro de Trauma para Idosos é atender aos casos ortopédicos que cada vez mais chegam às grandes emergências da rede; motivados, na maioria dos casos, por quedas em casa ou na rua. De acordo com o Sistema de Informações Hospitalares do SUS, a taxa de internação por quedas em pacientes acima de 60 anos era de 24,79% em 2010 (o dado mais recente). Dois anos antes, era de 19,27%. 


Por conta da alta demanda de cirurgias de emergência nas unidades de saúde, em especial, politraumatizados e baleados, muitas vezes esses idosos ficam internados por longos períodos, aguardando pela cirurgia. O objetivo da unidade é garantir um atendimento exclusivo, a fim de diminuir sequelas e permitir uma recuperação mais rápida, fundamental para pacientes acima de 60 anos.


Estatísticas indicam que o maior volume de procedimentos ambulatórias efetuados no estado foi para os atendimentos cujos diagnósticos de doenças do aparelho geniturinário (26,69%) e doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo (20,11%), ambos com maior concentração na faixa de 60 a 69 anos. As doenças do sistema nervoso corresponderam a 17,67%, com maior volume de procedimentos efetuados na faixa de 70 anos ou mais. 


Investimento em pesquisa – O Governo do Estado também inaugurou nesta segunda-feira (1o) o Cepe Pró-Idoso, que tem como objetivo congregar profissionais de saúde, universidades e sociedade civil para realizar estudos, pesquisas e protocolos na área do envelhecimento, com perspectiva de melhorar a qualidade de vida dos idosos. O Centro funcionamento desde abril de 2012 e é um projeto gerenciado pelo Instituto Vital Brazil. É uma iniciativa pioneira no sentido de procurar conhecer melhor a realidade da saúde do idoso no Rio de Janeiro. Os estudos possibilitarão novas propostas de políticas públicas voltadas para o cidadão idoso e a capacitação dos profissionais de saúde e outras categorias em cuidados geriátricos e gerontológicos.


– Já em 2013 vamos preparar um edital pra investimento de R$ 5 milhões em pesquisa geriátrica – anunciou o governador Sérgio Cabral.


O Cepe tem ainda a finalidade de ser um espaço de discussão de temas relacionados e capacitar cuidadores envolvidos na atenção ao idoso, por meio de debates, cursos e seminários abertos a profissionais de saúde e ao público em geral. 


– Este é o primeiro centro de referência no Brasil para o atendimento específico do idoso. Não é apenas um espaço de assistência ambulatorial, mas um espaço para avaliar como o estado do Rio está envelhecendo. Com isso, podemos criar protocolos sobre quedas e oferecer cursos de capacitação para cuidadores – completou Côrtes.


Durante a inauguração do Cepe Pró-Idoso e do anúncio do novo Centro de Trauma para a Terceira Idade, foram feitas três homenagens a funcionários públicos que estão há décadas a serviço do Rio de Janeiro. O primeiro deles, dr. Raul Fialho, recebeu das mãos do governador uma placa por seus 65 anos a frente do Instituto de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione e disse:


– Se eu soubesse que fazer 90 anos era tão bom, tinha feito antes – brincou dr. Raul.


PERFIL DOS HOMENAGEADOS:


Raul Fialho de Faria Júnior

É diretor técnico do Instituto de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (IEDE). Em 11 de setembro, o médico completou 90 anos de idade, 65 deles dedicados diariamente às atividades do IEDE. Raul Filho de Faria Júnior formou-se em 1947 pela Faculdade Nacional de Medicina, da então Universidade do Brasil e a escolha da profissão não era desejo da família e nem dele próprio. E, pelo que conta, a especialidade em endocrinologia parece ser uma ironia do destino. Ele fez parte do primeiro grupo a se especializar em endocrinologia, mas também como integrante da mudança metodológica. Desde 1990, é professor associado da disciplina de endocrinologia da escola médica de pós-graduação da PUC aonde leciona a matéria de bioestatística.


 Alice Rodrigues Bastos (Dona Alice) – memória, o filho Paulo Bastos é que recebeu


Alice Rodrigues Bastos morreu em 2009, aos 92 anos, após 73 anos de dedicação ao Instituto Vital Brazil, sem nunca ter faltado.  Foi, ao que tudo indica, a brasileira com mais tempo de trabalho num único lugar. Dona Alice, como era carinhosamente chamada pelos colegas, era um raríssimo exemplo de dedicação ao trabalho. Ingressou nos quadros do instituto ainda menor de idade, às vésperas de completar 17 anos, oito anos antes da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), criada por Getúlio Vargas em 1° de maio de 1943. Ela procurou o cientista Vital Brazil pedindo para trabalhar, já que havia acabado de perder o pai e a situação financeira da família vivia dias difíceis. Começou como funcionária no setor de vacinas do instituto. O tempo de trabalho rendeu a Dona Alice diversas homenagens. Sua história foi contada no livro Mulheres em Niterói, da pesquisadora Graça Porto. Em 1988, foi indicada como“Funcionária Padrão do Governo do Estado do Rio de Janeiro”. O velório de Dona Alice foi realizado no Instituto Vital Brazil, uma vontade antiga da funcionária.

Edmea Rangel dos Santos (Dona Edmea)


Edmea Rangel dos Santos entrou no Vital Brazil em 23 de dezembro de 1953 como manipuladora. Se aposentou em julho de 2010, mas continuou a serviço do Instituto. Trabalhou por 19 anos comomanipuladora no Departamento Científico, passou pelo Acondicionamento do Laboratório de Produtos Fluidoterápicos e Setor de Pirogênio da Divisão de Produtos Fluidoterápicos, tanto nas funções de encarregada como monitora. Em 1985, mudou de função e passou a ser auxiliar de laboratório, ainda no setor de Setor de Pirogênio da Divisão de Produtos Fluidoterápicos. No ano seguinte, foi para a Divisão de Nutrição Parenteral. Desde 1986, Edmea trabalha na Divisão de Controle Biológico, hoje chamado de Departamento de Controle Biológico. Hoje, com 73 anos, sendo 58 anos dedicados ao Instituto, é a funcionária mais antiga do Vital Brazil em exercício.

FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro