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Hemoglobina fetal e o tratamento da anemia falciforme

“O aumento dos níveis de hemoglobina fetal em adultos saudáveis não traz nenhuma consequência, mas pode conferir grandes benefícios clínicos em pacientes com anemia falciforme e talassemia, doenças que representam grandes problemas de saúde pública”, disse Swee Lay Thein, pesquisadora, da área de hematologia do King’s College London, durante palestra na tarde desta quinta-feira (27), no Salão Nobre da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp.

Segundo o reitor da Unicamp, Fernando Costa, é uma honra ter uma pesquisadora tão respeitada e prestigiada internacionalmente em seu campo de atuação proferindo uma palestra na Universidade. “Ela fez descobertas importantes na área de hemoglobina que são o futuro do tratamento dessas doenças”, disse Costa.

De acordo com os dados da pesquisa “Controle de hemoglobina fetal: novas perspectivas emergentes de implicações genômica e clínicas”, a variação da hemoglobia fetal é controlada geneticamente. Estudos genéticos identificaram três áreas que respondem de 20% a 50% da variação comum dos níveis de hemoglobina fetal em pacientes com anemia falciforme e talassemia. Dois deles incluem oncogenes.
“A partir de genes candidatos por meio de clonagem posicional, para associação do genoma, agilizamos a dissecação da arquitetura genética da hemoglobina fetal. O desafio agora é delinear as variantes para facilitar a identificação de novos alvos para reativação terapêutica. Um impacto imediato destas descobertas pode ser a previsão da capacidade da pessoa para produzir hemoglobina fetal em resposta à doença. Isto terá implicações para o aconselhamento genético e diagnóstico pré-natal das doenças da hemoglobina”, disse Swee Lay.
Nos próximos dias, Swee Lay também visitará o Centro Infantil Boldrini e o Laboratório Nacional de Luz Sincrotron. No dia 1º de outubro, segunda-feira, a pesquisadora coordenará um workshop sobre hemoglobinopatias restrito aos pesquisadores do Hemocentro. 

FONTE: UNICAMP