MS continua apoiando as vitimas e familiares
Foram destinados equipamentos e R$ 1,6 milhão para garantir a assistência às vítimas do incêndio, além do apoio de toda a Força nacional do SUS
Esta segunda-feira (27) marca o primeiro ano do incêndio que atingiu a boate Kiss, em Santa Maria (RS). A tragédia que resultou na morte de 242 pessoas e deixou centenas de feridos ocorreu na madrugada de 27 de janeiro do ano passado mobilizando todo o país no socorro e assistência às vítimas e seus familiares. Desde a tragédia, o Ministério da Saúde acompanha a assistência prestada às vítimas e familiares do incêndio.
No ano passado, o Ministério da Saúde destinou R$ 1,6 milhão para garantir a assistência às vítimas do incêndio. Os recursos foram empregados para a aquisição de equipamentos e serviram também para a contratação de 34 novos profissionais de saúde – assistentes sociais, enfermeiros, fisioterapeutas, cirurgião plástico, médicos clínicos, neurologista, psiquiatras, entre outros – para o Hospital Universitário de Santa Maria, que registrou aumento da demanda por causa da tragédia.
O coordenador de Média e Alta Complexidade do Ministério da Saúde, José Eduardo Fogolin, destacou que no dia do incêndio, o Ministério da Saúde, através da Força Nacional do SUS (FN-SUS) conseguiu chegou a Santa Maria em tempo recorde. “Em 10 horas a Força Nacional do SUS chegou ao município e instalou o gabinete de crise de onde eram dados os comandos para a organização do atendimento à população. Esse processo otimizou o trabalho e fez com que as vítimas, naquele momento, pudessem ser atendidas, medicadas e transportadas para outros locais para terem melhor acolhimento”, relembrou.
Além da FN-SUS, a tragédia intensificou as ações das Unidades de Suporte Avançado do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), equipados com respiradores. Na ocasião foram abertos 64 leitos de UTI e 36 leitos de Semi-UTIs em Porto Alegre, mobilizando hospitais da rede pública e privada. Tudo para garantir o tempo de resposta para a chegada das primeiras equipes em menos de 10 horas.
TRAGÉDIA – Para a ação, foram mobilizados no início do ano passado, 66 voluntários entre médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e psiquiatras integrantes do FN-SUS. Além do envio ao Estado do Rio Grande do Sul de 22 respiradores, sete ambulâncias de UTI do SAMU, 30 ventiladores, 30 oxímetros de pulso, 200 ampolas de imunoglobulina antitetânica, 140 kits de hidroxicobalamina e 15 monitores. Também foram disponibilizados 120 profissionais entre psicólogos e psiquiatras para atendimento a vítimas e familiares.
ETAPAS – O trabalho de assistência à saúde, coordenado pelo Ministério da Saúde e acompanhado pelo gabinete de crise instalado em Santa Maria foi dividido em três etapas. A primeira foi destinada ao atendimento emergencial que previu a assistência às vítimas no período inicial do incidente, no qual estiveram envolvidos os profissionais e serviços de urgência como SAMU e hospitais de Santa Maria.
O segundo momento, correspondente ao período imediato ao atendimento emergencial, caracterizado pela continuidade das ações e assistência dos pacientes internados nos diversos hospitais. E a terceira etapa consiste no atendimento ambulatorial por especialidades às vítimas do incêndio para acompanhamento por longo período.
“É importante ressaltar que o Ministério da Saúde desde o primeiro instante do incidente até o momento atual e no tempo que for necessário acompanha junto com o governo local e o Estado do Rio Grande do Sul todo o atendimento às vítimas”, afirmou José Eduardo Fogolin, durante o 1º Congresso Internacional Novos Caminhos – A vida em Transformação, organizado pela Associação de Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), realizado neste fim de semana, em Santa Maria (RS).
As vítimas recebem ainda, através do AcolheSaúde – programa da Secretaria Municipal de Santa Maria – atendimento na área de saúde mental. Foram feitos no período de fevereiro a dezembro de 2013, 6.209 atendimentos. E no Centro Integrado de Atenção às Vítimas de Acidentes do Hospital Universitário de Santa Maria (CIAVA/HUSM) foram realizados 5.387 agendamentos de consultas (fevereiro a dezembro/2013) com comparecimento em 4.329 agendamentos.
MUTIRÕES – Outra ação do Ministério da Saúde é o cadastramento das pessoas que tiveram contato com os gases e inalantes liberados pela fumaça tóxica durante incêndio para o recebimento de acompanhamento médico e psicossocial. O cadastro foi realizado em março através do link disponibilizado na página do Ministério da Saúde e por meio da Ouvidoria do SUS, no telefone 136. As informações recebidas pelo Ministério da Saúde foram encaminhadas à Secretaria Estadual de Saúde de Rio Grande do Sul, que entrou em contato para o agendamento da consulta médica.
Após o cadastramento, o Ministério da Saúde realizou – ainda no mês de março – os mutirões de atendimento no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM). Durante esses mutirões foram realizados 1.658 atendimentos, sendo 1.309 consultas e 349 exames.
FORÇA NACIONAL DO SUS – Criada em novembro de 2011 para agir no atendimento às vítimas de desastres naturais, calamidades públicas ou situações de risco epidemiológico, a Força Nacional do SUS já atuou em 21 missões, sendo oito de desastres naturais, sete de apoio à gestão local nas diversas situações, quatro de desassistência e duas relacionadas às tragédias.
A FN-SUS conta com 12.869 voluntários, sendo que 1.470 já foram capacitados para atuar em situações de desastres, desassistência, surtos epidêmicos, tragédias e apoio à gestão.
Atualmente, fazem parte da Força, 42 equipes assistenciais por semana epidemiológica para resposta às emergências em saúde pública e apoio à gestão em eventos de massa.
FONTE: Ministério da Saúde
http://www.saude.gov.br