Campanha de vacinação termina nesta sexta-feira
O desempenho por grupo de idade até o momento foi melhor entre os menores de um ano de idade, atingindo 92,7%, o que representa quase 2,7 milhões de crianças. Os estados com as maiores coberturas vacinais, até o momento, são Santa Catarina (96,2%), Paraná (94,4%), Goiás (93,8%), São Paulo (91,7%), Rio de Janeiro (90,8%) e Rio Grande do Sul (90,6%). Entre as regiões, o melhor desempenho é da Sul (93,4%), seguida pelas regiões Sudeste (90,8%), Centro-Oeste (86,9%), Nordeste (82,2%) e Norte (79,3%).
O Ministério da Saúde repassou 21,2 milhões de doses da vacina para as secretarias estaduais e municipais de saúde. Foram destinados R$ 16,7 milhões para a aquisição das vacinas. Além disso, o Ministério da Saúde investiu R$ 37,2 milhões em repasses do Fundo Nacional de Saúde para os fundos dos estados e dos municípios.
Neste ano, a campanha acontece em etapa única, sendo no primeiro semestre com a vacina oral, as chamadas gotinhas. Em agosto, será realizada, em todo o país, a campanha para atualização dos esquemas vacinais do calendário básico de vacinação da criança. Assim, a partir de agosto deste ano, as crianças que estão começando o esquema vacinal, ou seja, nunca foram imunizadas contra a paralisia infantil, irão tomar a primeira dose aos dois meses e a segunda aos quatro meses, com a vacina poliomielite inativada, de forma injetável. Já a terceira dose (aos seis meses), a dose de reforço (aos 15 meses) e as demais doses de campanha continuam com a vacina oral, ou seja, as duas gotinhas.
A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Carla Domingues, explica que, embora a campanha siga em ritmo considerado satisfatório, a meta de 95% de imunizados ainda não foi atingida. “Estamos na reta final. Neste momento, é fundamental que os pais e responsáveis se conscientizem da importância de proteger as crianças para que possamos manter o Brasil livre da poliomielite”, afirmou, frisando que a vacina é segura.
POLIOMIELITE – A paralisia infantil é uma doença infecto-contagiosa viral aguda que atinge principalmente crianças de até cinco anos. É caracterizada por quadro de paralisia flácida de início súbito, principalmente nos membros inferiores. Sua transmissão ocorre pelo Poliovírus, que entra pela boca. Ele é carregado pelas fezes e gotículas expelidas durante a fala, tosse ou espirro da pessoa contaminada. Falta de higiene e de saneamento na moradia, além da concentração de muitas crianças em um mesmo local favorecem a transmissão.
O período de incubação (tempo que demora entre o contágio e o desenvolvimento da doença) é geralmente de 7 a 12 dias, podendo variar de 2 a 30 dias. A transmissão também pode ocorrer durante o período de incubação.
ELIMINAÇÃO – O último caso da doença no país foi registrado em 1989, na Paraíba. Em 1994, o país recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) o certificado de eliminação da doença. Embora não haja circulação do vírus no Brasil, neste ano, 16 países registraram casos de paralisia infantil e, em três deles, a doença é endêmica: Afeganistão, Nigéria e Paquistão. Por isso, para evitar a reintrodução do vírus no Brasil, é fundamental a manutenção da vacinação.
A aplicação das gotinhas tem como objetivo manter o Brasil na condição de país certificado internacionalmente para a erradicação da poliomielite, estabelecendo proteção coletiva com a vacinação de todas as crianças menores de cinco anos no mesmo período. Esta estratégia também permite a disseminação do vírus vacinal no meio ambiente, ajudando a criar a imunidade de grupo. É importante ressaltar que não existe tratamento para a pólio, apenas a prevenção por meio da vacina.
Balanço parcial da Campanha de Vacinação contra a Poliomielite
|
|||
UF
|
Total
|
||
Meta
|
Doses
|
Cob.
|
|
SC |
411.967
|
396.430
|
96,2
|
PR |
729.410
|
688.774
|
94,4
|
GO |
440.856
|
413.338
|
93,8
|
SUL |
1.800.105
|
1.681.826
|
93,4
|
SP |
2.818.614
|
2.584.563
|
91,7
|
RJ |
1.030.026
|
935.661
|
90,8
|
SUDESTE |
5.383.518
|
4.888.444
|
90,8
|
RS |
658.728
|
596.622
|
90,6
|
MG |
1.284.628
|
1.149.616
|
89,5
|
ES |
250.250
|
218.604
|
87,4
|
DF |
202.083
|
175.696
|
86,9
|
C.OESTE |
1.082.741
|
941.359
|
86,9
|
PE |
696.028
|
596.809
|
85,7
|
PB |
295.190
|
252.042
|
85,4
|
AL |
276.467
|
235.733
|
85,3
|
SE |
173.528
|
147.763
|
85,2
|
RO |
129.844
|
110.121
|
84,8
|
RN |
241.152
|
204.527
|
84,8
|
CE |
656.647
|
556.799
|
84,8
|
AP |
70.700
|
58.391
|
82,6
|
NORDESTE |
4.314.453
|
3.544.130
|
82,2
|
PI |
254.147
|
208.367
|
82
|
AM |
376.280
|
306.062
|
81,3
|
MS |
195.136
|
157.596
|
80,8
|
AC |
81.351
|
65.302
|
80,3
|
MT |
244.666
|
194.729
|
79,6
|
NORTE |
1.567.365
|
1.243.241
|
79,3
|
PA |
736.683
|
575.999
|
78,2
|
BA |
1.080.715
|
842.650
|
78
|
MA |
640.579
|
499.440
|
78
|
TO |
124.688
|
94.967
|
76,2
|
RR |
47.819
|
32.399
|
67,8
|
BRASIL
|
14.148.182
|
12.299.000
|
86,9
|
FONTE: Ministério da Saúde