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A espera após o nascimento: Casa da Mãe abriga mulheres que aguardam filhos internados

Eva Wilma Diniz aguardou por meses Gabriel nascer. Após o nascimento, uma nova espera. Só meses após  dar à luz é que Eva começou a amamentá-lo. Cada dia vencido, virou um relato e Eva Wilma está escrevendo um livro sobre a experiência vivida na Casa da Mãe

b_800_600_0_00_images_stories_ASCOM_hospDaMulher-EvaWilma-casaDaMae_hosp_da_mulher_-_casa_da_mae_-_personagem_Eva_Wilma_8Tantos meses sonhando com a carinha do bebê, preparando quarto, a vida para receber o novo integrante da família. Toda gestante espera que o período de estada no hospital seja o menor possível e logo após o parto possa ir pra casa com seu rebento no colo. Mas infelizmente nem sempre esse tempo é tão curto assim. E a massoterapeuta Eva Wilma Diniz Ferreira, de 32 anos, sabe bem quanto uma espera pode significar a vitória.

Eva viveu durante quase três meses em um alojamento com outras mulheres que não conhecia. Não reclamou da falta de privacidade nem da falta que sentia de casa. Ela é uma das centenas de mulheres que foram hóspedes da Casa da Mãe, setor anexo ao Hospital Estadual da Mulher Heloneida Studart, referência para gestações de risco na Baixada Fluminense. Eva acompanhou a recuperação do filho Gabriel, que nasceu prematuro de 35 semanas e com perfuração intestinal. O menino passou por duas cirurgias e ficou internado na UTI por mais de dois meses.

Só meses após o nascimento é que Eva começou a amamentá-lo. Cada dia vencido, virou um relato e Eva Wilma está escrevendo um livro sobre a experiência.

– Não existe nada científico sobre o benefício da proximidade das mães, mas atendemos bebês muito prematuros, alguns nasceram com pouco mais de 500 gramas, um grau de complexidade altíssimo, e mesmo assim conseguimos esse índice de apenas 1% de mulheres que deixam a casa sem os filhos -, afirma o diretor-geral do Hospital da Mulher, Claudio Borges Moraes.

Casa da Mãe – A Casa da Mãe é um serviço pioneiro no Governo do Estado. Já são 3 anos e mais de 600 hóspedes. Localizado em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, o hospital recebe mulheres de todo o estado. São três quartos, com cinco camas cada e armários individuais. Há uma sala de estar, onde assistem à tevê e recebem aconselhamento de terapeutas, assistentes sociais e enfermeiras. Há ainda uma lavanderia. A alimentação é fornecida pelo hospital e a UTI da unidade fica permanentemente abertas às mães. Não há hora de visita.

– A gente vê uma resposta diferenciada da criança que recebe o toque da mãe -, constata o diretor.

Referência no estado – Há três anos, na mesma data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, 08 de março, era inaugurado o Hospital Estadual da Mulher Heloneida Studart (HMHS), em São João de Meriti, a primeira da rede estadual de saúde totalmente especializada no atendimento a gestantes de médio e alto risco e bebês prematuros. Com uma média de 10.800 atendimentos por mês, o Hospital da Mulher é hoje a principal unidade de referência para este tipo de atendimento na Baixada Fluminense.

– Quando a Secretaria de Estado de Saúde inaugurou o Hospital da Mulher, o objetivo era oferecer um atendimento diferenciado para mães com gestação de alto risco e bebês prematuros que precisam de uma estrutura especial, que inclui leitos de UTI e UI Neonatal e uma equipe de profissionais especializados. Mais do que isso, a unidade dispõe de atendimento humanizado, dando todo suporte também para as famílias neste momento especial e delicado – afirma a subsecretária de Unidades Próprias, Ana Neves.

Desde a inauguração, é colocada em prática a cultura do parto humanizado – conjunto de ações que visam atender as necessidades da gestante, incluindo desde a presença de um acompanhante de sua confiança durante o parto até aspectos fisiológicos, psicossociais e sociais. Em três anos de funcionamento, o Hospital da Mulher contabiliza quase 12 mil nascimentos.

Por se tratar de uma unidade especializada em casos de alta complexidade, as mulheres atendidas chegam por meio de encaminhamento de outras unidades e são acolhidas no ambulatório, realizam exames complementares e fazem o parto, exceto para as usuárias do SOS Mulher, que são atendidas por demanda espontânea. O SOS Mulher prestar atendimento às vítimas de violência a partir de 12 anos de idade.

Teste do Coraçãozinho – O Hospital da Mulher também foi a primeira unidade pública no país a realizar o Teste do Coraçãozinho. Chamado pelo nome técnico de oximetria de pulso, o exame detecta doenças cardíacas congênitas em bebês recém-nascidos, é indolor e prático e leva menos de 5 minutos. O principal benefício é descobrir problemas no coração do bebê antes de aparecerem os sintomas. Cerca de 30% das crianças que nascem com cardiopatia complexa não desenvolvem sintomas e ganham alta. Quando diagnosticadas tardiamente, as cardiopatias podem colocar em risco a vida do bebê caso ele não seja operado logo. O Teste do Coraçãozinho consegue diminuir em 10% a mortalidade infantil porque aumenta as chances de sobrevida do bebê cardiopata. O exame está em fase de implementação nas demais unidades de saúde.

Serviço para pacientes portadoras de NTG – Em julho de 2012, foi inaugurado um serviço voltado para pacientes portadoras de neoplasia trofoblastica gestacional NTG. Esta doença é identifica após a mulher receber um exame positivo para gravidez. No entanto, após o exame de ultrassom, descobre-se que em vez de esperar um bebê, ela tem uma mola hidatiforme, que é um tumor com potencial de se tornar maligno. O tratamento é feito através da retirada da mola por meio de aspiração Selo de qualidade  e a mulher é acompanhada por um tempo que varia de 6 meses a 1 ano. Em 20% a 30% dos casos, o quadro evolui para um câncer e a mulher precisa ainda passar por um tratamento de quimioterapia e é acompanhada por mais dois anos e, idealmente, uma vez por ano pelo resto da vida. Até agora, 1.760 mulheres foram tratadas na unidade.

– Com pouco mais de um ano de funcionamento, a unidade recebeu a Certificação Internacional 3M, categoria Diamante, do Programa de Certificação em Esterilização Hospitalar da instituição. O HMHS foi o primeiro do estado do Rio de Janeiro a receber tal certificação e a segunda em todo o Brasil. Durante um ano, técnicos da 3M visitaram o hospital a fim de inspecionar as rotinas aplicadas e criar um protocolo de normas e rotinas em conjunto com o setor.

Novidades – Nos próximos meses, o hospital passará a realizar exames de urodinâmica, além de realizar procedimentos clínicos ou cirúrgicos em uroginecologia para correção de distopias genitais e incontinência urinária, utilizando fisioterapia ou técnicas cirúrgicas convencionais, minimamente invasivas. Outro projeto que será implementado é o “Método Mãe Canguru”, voltado para bebês prematuros que ao invés de ficarem na incubadora durante tempo integral, eles ficam em contato com o corpo da mãe, ajudando na recuperação.

FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro

http://www.saude.rj.gov.br