Acordo entre ministérios traz investimentos para a saúde
Um acordo de cooperação e assistência técnica entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o Ministério da Saúde foi assinado no último dia 31 de agosto, em São Paulo. O objetivo é fortalecer a produção, modernizar e qualificar as plantas produtivas do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) e do Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), institutos de pesquisa ligados à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
O acordo é realizado no âmbito do Programa para o Desenvolvimento do Complexo Industrial da Saúde (Procis), com investimento no IPEN de R$ 17,5 milhões, e no IEN de R$ 9,5 milhões, para a área de radiofarmácia, onde são produzidos elementos radioativos utilizados em medicina nuclear para terapia e diagnóstico em várias áreas, como oncologia, neurologia, cardiologia, entre outras. Também são desenvolvidas pesquisas visando a obtenção de novos radiofármacos e radioisótopos, em parceria com a classe médica.
O investimento do Ministério da Saúde ocorrerá nos próximos dois anos e permitirá adequação da infraestrutura da produção de radiofármacos às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) estabelecidas no final de 2009. O IPEN ministrou cursos de capacitação para a Agência e para as vigilâncias estaduais, a fim de auxiliar na elaboração desta legislação. Até 2014 toda a área de produção de radiofármacos passará por adequações, para atender todos os requisitos legais da ANVISA. Após os dois anos, além da estrutura mais adequada, a radiofarmácia dos institutos terá equipamentos mais modernos.
Ao anunciar os R$ 27 milhões para as unidades de produção de radiofármacos, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que o intuito não é apenas adequar ao padrão da ANVISA, mas ao padrão internacional. “Além de atender o mercado nacional podemos disputar o mercado global. O Brasil aposta no potencial do conhecimento, da inovação, para geração de riquezas”, completou.
A assinatura do acordo entre os ministérios foi realizada durante a solenidade comemorativa pelos 56 anos de fundação do IPEN. Durante a cerimônia, o presidente da CNEN, Angelo Fernando Padilha, fez uma análise sob uma perspectiva histórica do desenvolvimento da área nuclear, que ele qualificou de recente, mas de muito sucesso. Para o dirigente, áreas como a indústria aeroespacial, de petróleo e de alimentos devem ser exaltadas, “mas não incluir a tecnologia nuclear no rol de exemplos de sucesso do país é uma grande injustiça”.
O MCTI, Marco Antonio Raupp parabenizou a instituição, reforçando a importância das parcerias históricas do IPEN, entre os governos Federal e Estadual, com a Marinha e com a Universidade de São Paulo (USP). E afirmou que outra “parceria de suma importância firmada pelo instituto é com a sociedade”. Parabenizou ainda a dedicação dos 21 pesquisadores homenageados na solenidade – servidores aposentados que prestam serviços como pesquisadores voluntários na instituição – e todos os colaboradores do instituto.
FONTE: CNEN