Bolsa Família ajuda a melhorar situação de saúde do brasileiro
Programa que mudou a vida de milhões de brasileiros, na última década, também ajudou a melhorar as condições de saúde, incluindo hábitos alimentares e até números de vacinação
Principal programa de transferência direta de renda do governo brasileiro e um dos maiores do mundo, o Programa Bolsa Família (PBF) tem contribuído também para avanços na saúde dos seus 13 milhões de beneficiários. Ao melhorar, principalmente, o acesso das famílias à alimentação, o programa (criado em 2003) impactou no peso das crianças ao nascer, na estatura média do brasileiro e até no aumento da cobertura das campanhas de vacinação infantil.
As conclusões fazem parte do Saúde Brasil 2010, que estão sendo apresentadas e discutidas durante a 11ª Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (Expoepi), que vai até a próxima quinta-feira (3), no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, em Brasília (DF). Estudo revelou que houve redução de 10 pontos porcentuais no número de entrevistados que alegaram falta de comida em casa em algum momento da vida – fazendo com que um membro da família tivesse que deixar de comer ou comesse menos do ideal. Com o Bolsa-Família, cerca de 48,6% dos entrevistados alegaram ter tido este problema contra 58,9% ouvidos antes de serem beneficiados pelo programa.
O Ministério da Saúde e a rede pública de saúde acompanham as condicionalidades do programa. As gestantes devem inscrever-se no pré-natal e comparecer às consultas, além de participar das atividades educativas ofertadas pelas equipes de saúde sobre aleitamento materno e promoção da alimentação saudável. Já os responsáveis pelas crianças menores de 7 anos, devem leva-las às unidades de saúde ou aos locais de vacinação e manter atualizado o calendário de imunização. Ainda a criança será acompanhada no seu estado nutricional e do desenvolvimento e outras ações, conforme calendário mínimo do Ministério da Saúde.
A melhora da alimentação da população de baixa renda impactou também na altura da população. Quando comparado a estatura de crianças menores de cinco anos pertencentes ao Bolsa Família com aquelas não-pertencentes, as do primeiro grupo tiveram 26% de chances a mais de atingir a altura ideal para idade. Para crianças com idade entre três e cinco anos, a diferença é ainda maior. As pertencentes ao Bolsa-Família apresentaram 41% a mais de chance de alcançarem a altura adequada para a idade.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirma que a saúde é fundamental para a construção de um Brasil sem pobreza. “A saúde, no governo Dilma, está no centro das políticas de inclusão social e para o crescimento econômico do Brasil, que é o único país do mundo com mais de 100 milhões de habitantes que optou pela construção de um sistema nacional universal público de saúde”, reforça.
Outro importante avanço foi em relação ao número de crianças vacinadas. Este avanço foi possível graças à exigência da apresentação do cartão de vacinação, em dia, das crianças das famílias beneficiadas pelo programa. Isso fez com que a proporção de crianças que receberam a primeira dose da poliomielite no período apropriado fosse 15% maior nas famílias favorecidas pelo Bolsa-Família. A vacinação contra tétano, difteria e coqueluche (DTP) também foi mais frequente entre as famílias do programa, 18% maior.
BAIXO PESO AO NASCER – Outro estudo avaliou o efeito do Programa Bolsa Família no peso de recém-nascidos, com menos de 2.500 gramas. O peso ao nascer é um dos principais fatores de risco relacionados à mortalidade infantil e a sobrevivência das crianças. O baixo peso ao nascer nos filhos de mulheres beneficiárias do Programa Bolsa Família foi menor (5,5%) do que nas não beneficiárias (6,5%), no estrato de renda menor R$ 70,00. Neste estudo, foram coletadas informações de uma amostra de 1.345.785 nascidos vivos. As informações se referem ao período de 2006 a 2008.
FONTE: Ministério da Saúde
http://www.saude.gov.ber/