Brasil produzirá kit para diagnóstico rápido
Governo assina parceria para produção nacional de equipamento inovador, capaz de realizar testes em poucos minutos, como o de HIV
O Ministério da Saúde iniciou, nesta quinta-feira (17), a primeira Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) para a produção de equipamentos para o Sistema Único de Saúde (SUS). O Instituto Carlos Chagas (ICC)Fiocruz-Paraná e a Lifemed Industrial de Equipamentos e Artigos Médicos Hospitalares assinaram, durante reunião do Grupo Executivo do Complexo Industrial da Saúde, acordo para transferência de tecnologia para produção de kits para diagnóstico rápido de HIV, rubéola, sífilis, toxoplasmose e hepatite B. O protótipo do equipamento foi desenvolvido pela Universidade Federal do Paraná, sob a coordenação do ministério.
Utilizando apenas uma gota de sangue, o kit dá o diagnóstico de todas essas doenças em poucos minutos. Portátil, o teste pode ser realizado no próprio consultório médico, o que facilita a execução dos testes em locais remotos. Ele será indicado para o diagnóstico de doenças infecciosas durante o período pré-natal, como previsto na Rede Cegonha – política estratégica coordenada pelo Ministério da Saúde para a ampla assistência humanizada às mães e aos bebês.
“As parcerias de desenvolvimento produtivo têm tornado possível o amplo acesso da população a produtos de tecnologia avançada. Elas geram economia, segurança e estabilidade na compra, uma vez que a aquisição independe de oscilações externas”, destaca o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
A redução de preços a partir de PDPs permite maior investimento de recursos em pesquisa, desenvolvimento e inovação em território nacional. O acordo para a produção dos kits de diagnóstico, que estarão disponíveis no SUS a partir de 2014, soma-se a outras 30 parcerias para fabricação de medicamentos já em curso.
ECONOMIA – O Ministério da Saúde investirá cerca de R$ 950 milhões, em cinco anos, na compra dos kits. O número de equipamentos produzidos irá aumentar progressivamente neste período. A compra em escala progressiva vai gerar economia de mais de R$ 177 milhões no decorrer dos cinco anos, com a redução em cerca de 30% no preço individual do item.
A Fiocruz foi a responsável por desenvolver o kit e coordenará a pesquisa e o desenvolvimento de novos dispositivos diagnósticos e aplicações. A empresa Lifemed produzirá todos os equipamentos necessários à utilização destas plataformas.
“A parceria possui um caráter sistêmico de inovação em saúde, envolvendo, de um lado, o desenvolvimento avançado em novas abordagens biotecnológicas e, de outro, um esforço para a produção de equipamentos e dispositivos médicos no Brasil. A ação integrada contribuirá para o enfrentamento das barreiras técnicas, econômicas e, principalmente, do conhecimento em prol do sistema de saúde brasileiro”, explica o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha.
Além do anúncio da nova PDP, o Gecis assumiu a função de comitê executivo para o Complexo Industrial da Saúde. A partir de agora, passa a atuar como um dos conselhos de competitividade setorial na formulação e articulação política do Plano Brasil Maior – política de incentivo e fortalecimento da indústria nacional lançada pela presidenta Dilma Rousseff.
PRODUÇÃO NACIONAL – Os laboratórios públicos têm sido objeto de medidas voltadas para a qualificação da gestão e modernização produtiva – decisivas para atenuar a vulnerabilidade do SUS e as desigualdades regionais como também para ampliar o acesso da população aos serviços públicos de saúde.
Atualmente, 19 laboratórios públicos estão voltados para o desenvolvimento e a produção nacional de medicamentos, soros e vacinas. Juntos, produzem 80% das vacinas e 30% dos medicamentos utilizados no SUS.
Com a nova PDP para a produção do kit de diagnóstico rápido de HIV, rubéola, sífilis, toxoplasmose e hepatite B, serão nove as parcerias entre laboratórios públicos e empresas privadas firmadas pelo Ministério da Saúde neste ano, totalizando 29 acordos para produção nacional de 30 produtos de saúde (28 medicamentos, o DIU e o kit diagnóstico). Os produtos são voltados à detecção e ao tratamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), doenças crônicas não transmissíveis, doenças degenerativas, doença de Crohn, antipsicóticos, hemofilia e tuberculose. A produção de cinco destes produtos já começou: do antirretroviral Tenofovir, dos antipsicóticos Clozapina e Quetiapina, do relaxante muscular Toxina Botulínica e do imunossupressor Tacrolimo.
PARCERIAS – As atuais parcerias na saúde envolvem 32 laboratórios, sendo dez públicos e 22 privados nacionais e estrangeiros. Elas devem gerar uma economia de R$ 400 milhões por ano, aplicados em inovação tecnológica. Esta melhor gestão dos recursos envolve também vacinas – R$ 500 milhões por ano – e os ganhos de eficiência – R$ 800 milhões anuais, o que leva a uma economia geral de R$ 1,7 bilhão por ano no orçamento do Ministério da Saúde.
Anualmente, são gastos R$ 4 bilhões em compras públicas estratégicas, incluindo os produtos que envolvem parcerias público-privadas, vacinas e estratégias de negociações para viabilizar o acesso da população a serviços e tecnologias no SUS.
FONTE: Ministério da Saúde
http://www.saude.gov.br/