Centro de Trauma do Hospital Alberto Torres aprimora atendimento com equipe americana
O Centro de Trauma do Hospital Estadual Alberto Torres, em São Gonçalo, recebeu equipe de profissionais de saúde do Ryder Trauma Center, da Universidade de Miami, na última semana. Composta por dois médicos, duas enfermeiras, um paramédico do serviço pré-hospitalar e um professor de saúde pública, o grupo de estrangeiros veio dar sequência ao programa de treinamento dos médicos brasileiros que atuam no Centro de Trauma. Inaugurado em junho, o serviço é uma das mais avançadas e modernas unidades de traumatologia do país e o primeiro núcleo de referência no atendimento a pacientes politraumatizados no estado.
Ao longo de toda a semana, a equipe da Universidade de Miami acompanhou o trabalho no Centro de Trauma. Nesta segunda-feira (30/9), antes de retornar aos Estados Unidos, a equipe americana participa de uma oficina de trabalho no Hemorio, para discutir temas relacionados à transfusão de sangue em vítimas de trauma.
Segundo Antônio Marttos, chefe de Telemedicina do Ryder Trauma, o objetivo da visita ao Centro de Trauma do Hospital Estadual Alberto Torres é aprimorar o trabalho dos profissionais brasileiros, que aprenderam o protocolo internacional de atendimento a casos de trauma durante treinamentos realizados nos Estados Unidos.
— O atendimento está muito bom e ocorrendo dentro do tempo desejado. Pelo protocolo internacional, cada profissional tem uma missão dentro da equipe. A diferença em relação ao que costuma ser feito em outras unidades de saúde está na organização e integração entre médicos e enfermeiros — explica Antônio Marttos.
Hora de ouro – Pelo padrão internacional de atendimento, as vítimas devem ser socorridas em até uma hora após a ocorrência do trauma — a chamada hora de ouro. De acordo com o protocolo, dois cirurgiões, dois profissionais de enfermagem e um anestesista atendem o paciente, enquanto o líder da equipe e um líder de enfermagem coordenam o trabalho. Cada profissional ocupa uma posição definida e aparelhos de ultrassom e raio- X portáteis, ajudam na agilidade do atendimento.
— Também colhemos sangue do paciente assim que ele entra na unidade. O maior diferencial está na hierarquização das atividades para dar celeridade ao trabalho, porque tempo é vida. Como contamos com a experiência do RyderTrauma, nós não precisamos cometer os mesmos erros que eles cometeram. Podemos aprender com a bagagem deles — explica Rogério Casemiro, coordenador de Trauma da Secretaria de Estado de Saúde.
Agilidade – Alexandre Muniz e Léa Rezende, pais de Vinícius Resende Muniz, de 13 anos, descobriram as vantagens dessa celeridade no atendimento. O menino deu entrada na unidade depois de ser atropelado, com fraturas na face.
— O atendimento foi rápido. A equipe logo diagnosticou e ele passou por exames de ultrassom e tomografia sem demora. Assim que minha mulher chegou, psicólogos e assistentes sociais do hospital vieram fornecer informações e dar apoio. Confesso que isso foi uma surpresa. Não esperava este tipo de atendimento em unidade pública. Nem vou transferir o meu filho porque aqui ele está sendo tão bem tratado quanto seria em qualquer unidade privada — disse o pai do menino.
Intercâmbio – Desde a inauguração do Centro de Trauma, 24 profissionais do Ryder Trauma já passaram pela unidade. Além das visitas presenciais, uma vez por semana, a equipe brasileira discute atendimentos com os colegas americanos por vídeo conferência. Desde junho, já foram 146 atendimentos realizados.
Além do Ryder Trauma, Vinte e sete profissionais do Centro de Trauma passaram pelo Children’s Hospital, dedicado à criança em Washington, e pelo Centro de Trauma de Baltimore, na Universidade de Maryland, referência americana para casos de politraumatismo e para atendimento ao presidente Barack Obama. Esse grupo é responsável pela capacitação de toda a equipe, que hoje conta com 55 médicos, 26 enfermeiros e 102 técnicos de enfermagem.
Com mil metros quadrados, o Centro de Trauma do Hospital Estadual Alberto Torres tem três salas de cirurgia, uma sala de tomografia exclusiva, cinco leitos de recuperação pós-anestésica, 35 leitos de CTI, quatro leitos de observação e heliponto para receber casos urgentes de todo estado do Rio. Ao todo, foram investidos R$ 6,2 milhões em infraestrutura e equipamentos.
FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro
http://www.saude.rj.gov.br