Cirurgias oferecidas a partir de 2007 beneficiaram cerca de 9 mil pacientes
Neste Dia Mundial da Saúde, conheça os procedimentos novos que elevaram o estado do Rio de Janeiro à referência nacional em diversas áreas médicas
Procedimentos cirúrgicos muitas vezes complexos e inéditos que foram responsáveis por salvar ou melhorar substancialmente a saúde e qualidade de vida de cerca de 9 mil pessoas nos últimos oito anos. Implantadas pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) em unidades da sua rede, muitas vezes de forma exclusiva, as cirurgias que passaram a ser ofertadas pelo Estado a partir de 2007 vêm fazendo com que o Rio de Janeiro se torne polo de referência nacional em diversas áreas, seja pelo ineditismo dos procedimentos ou pela alta produtividade. Neste Dia Mundial da Saúde, comemorado anualmente em 7 de abril, conheça os principais procedimentos realizados atualmente pela Secretaria de Estado de Saúde.
Um dos maiores destaques é o Programa de Cirurgia Bariátrica, que funciona desde dezembro de 2010, no Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, e que já operou mais de 750 pacientes, resgatando a saúde e a autoestima dos que passaram pelo procedimento. Além dos quilos perdidos, os relatos são de melhorias expressivas na vida pessoal e profissional. O procedimento é feito por videolaparoscopia, técnica minimamente invasiva que reduz o tempo de cirurgia e anestesia, apresenta menor incidência de complicações imediatas ou no pós-operatório, retorno mais rápido às atividades cotidianas e ao trabalho e resultado estético superior ao das técnicas convencionais.
– A criação do programa representa até hoje um crescimento de mais de 3.000% no número de cirurgias realizadas pelo SUS em pacientes de todo o estado, todas sem nenhuma intercorrência. Em 2010, antes do projeto, foram feitas apenas 16 cirurgias bariátricas em todo o Rio de Janeiro. Nossos índices são resultado de um sistema eficiente de triagem de pacientes, com uma equipe altamente qualificada e uma estrutura ímpar: temos um tomógrafo para obesos que suporta pacientes de até 250 kg, leitos equipados e CTI – afirma o coordenador do Programa, Cid Pitombo.
Inaugurado em agosto do ano passado, o Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer (IEC) se destaca pelos procedimentos cirúrgicos inéditos que oferece. O de maior produção desde a abertura da unidade é a cirurgia de tumores da hipófise, que já operou 97 pacientes, praticamente zerando a fila de espera do estado pelo procedimento. De alta complexidade, a cirurgia endovascular com uso de stents diversores de fluxo trata aneurismas cerebrais gigantes e complexos. Além destes, o IEC realiza com exclusividade o implante de eletrodos de estimulação cerebral profunda, indicado para pacientes com tremores, doença de Parkinson e outros distúrbios do movimento, e cirurgia de epilepsia, que já realizou 13 procedimentos.
Alta produção em Ortopedia – Também em 2013, uma unidade estadual passou a realizar transplante de tecido do músculo esquelético. O Hospital Estadual de Traumatologia e Ortopedia Dona Lindu (HTODL) é o primeiro da rede a fazer o procedimento, oferecendo assistência mais específica nos casos de perdas ósseas e lesões ligamentares graves, ajudando a suprir a demanda das cirurgias ortopédicas realizadas na unidade. O transplante também é uma alternativa para os procedimentos que necessitam de enxerto, já que em muitos casos pode-se poupar uma intervenção cirúrgica adicional.
Desde que foi inaugurado, em 2010, o HTODL vem realizando outras cirurgias até então inéditas na rede estadual de saúde. É o caso da artroplastia total de joelho e quadril que, juntas, totalizam 2.797 procedimentos; a revisão desses procedimentos, que são o tipo de cirurgia mais complexa que existe nas regiões de quadril e joelho; cirurgia de escoliose e cirurgias relacionadas à Medicina esportiva.
Em 2013, o Rio de Janeiro se tornou o primeiro estado do país a criar um centro especializado para a realização de cirurgia de implantação de marca-passo diafragmático, procedimento complexo e pouco comum na rede pública de saúde – só foi realizado 13 vezes no Brasil, três deles pela SES, que oferece o serviço no Hospital Universitário Pedro Ernesto.
A implantação do equipamento é indicada para pacientes com lesões de alta complexidade e que precisam respirar com ajuda de aparelhos. Na rede privada, este tipo de cirurgia pode custar entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão. Só o dispositivo, importado dos EUA, chega a custar R$ 400 mil.
Crianças em foco – Mais de 1.000 bebês com cardiopatias congênitas já foram beneficiados desde 2009 através de parceria firmada entre a SES e a Clínica Perinatal da Barra. Os pequenos pacientes são encaminhados à clínica pela Central Estadual de Regulação de Leitos e o Corpo de Bombeiros faz a transferência do paciente e sua família de qualquer lugar do estado, tendo à disposição, inclusive, o helicóptero UTI da CBMERJ.
Os pacientes do SUS também têm acesso gratuito a uma tecnologia inédita no país para um tipo específico de patologia cardíaca. Trata-se de um tipo raro de problema cardíaco onde as crianças nascem sem a metade esquerda do coração, zerando a chance de sobrevivência caso não sejam operadas em até dois dias, no máximo.
– Hoje, fazemos esse procedimento na Perinatal com um médico especialista de São Paulo que vai à unidade toda vez que a Central de Regulação nos informa sobre um caso. Essas crianças precisam ser operadas pelo menos três vezes na vida, com uma técnica que refaz a circulação cardíaca – explica a coordenadora do Programa de Cirurgia Cardíaca da unidade, Sandra Pereira.
Antes, muitos pacientes neonatais eram transferidos para São Paulo para serem operados. O Estado custeava essas transferências por meio do Tratamento Fora de Domicílio (TFD), o que, além de gerar um custo ainda maior para a saúde pública, também representava risco à saúde do paciente pela complexidade do transporte.
Inaugurado em março de 2013, o Hospital Estadual da Criança, em Vila Valqueire, é a primeira unidade pública pediátrica do estado voltada exclusivamente para cirurgias de média e alta complexidade, além do tratamento do câncer. Entre elas, estão transplantes de rim e fígado; otoplastia, mais conhecida como cirurgia de correção da chamada orelha de abano e que já operou nove pacientes; correção de obstrução congênita do intestino delgado e de hérnia do diafragma, que podem levar o bebê a óbito caso não sejam tratadas; correção de refluxo vésico-ureteral, que pode causar destruição dos rins, hipertensão arterial e necessidade de hemodiálise; correção de tumor do pâncreas e correção de megaesôfago, causador de desnutrição grave. Com exceção da otoplastia, todas as outras cirurgias são feitas por videolaparoscopia, menos invasiva e mais segura. Além disso, a unidade realiza cirurgia para confecção de nova genitália em meninos que sofreram amputação traumática do pênis.
Segundo lugar nos transplantes hepáticos – Dois mil e treze também foi o ano de início da realização de transplantes de rim e fígado na rede estadual de saúde. A criação do Centro Estadual de Transplantes, que funciona no Hospital São Francisco de Assis, na Tijuca, vem colaborando para elevar a colocação do estado no ranking nacional. Até agora, foram 273 transplantes, sendo 181 de rim e 92 de fígado. Com o Hospital Estadual da Criança, que já realizou 19 transplantes de fígado e seis de rim, detém o segundo lugar no país no ranking de transplantes hepáticos.
Alta complexidade a serviço do SUS – Iniciado em 2008 a partir do caso de uma menina, então com 10 anos, que se acidentou em uma máquina de lavar industrial no abrigo onde morava, em Areal, o programa SOS Reimplante, que funciona no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, é o único que oferece esse tipo de atendimento no estado. Até hoje, foram realizadas 396 cirurgias e 148 reimplantes com alto índice de sucesso, cerca de 80%.
No Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro (Iecac), no Humaitá, funciona desde o ano passado o Programa de Angioplastia Primária (PAP-RIO). O procedimento é uma das tecnologias mais modernas para o tratamento do Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) e consiste na implantação de stent para desobstrução do vaso coronariano. Para se ter uma ideia, nos Estados Unidos, onde a técnica é amplamente utilizada há mais de oito anos, as taxas de mortalidade de pacientes com IAM caíram de cerca de 13% para os atuais 3%. Desde sua implantação no Iecac, o projeto atendeu 20 pacientes encaminhados por UPAs estaduais que têm o perfil para ser submetidos ao tratamento.
FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro
http://www.saude.rj.gov.br