CNEN e SBMN participam de reunião na França para discutir possível crise no fornecimento de molibdênio 99
O titular da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento (DPD) da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Isaac José Obadia, e o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), Cláudio Tinoco Mesquita, participam de reunião na França, entre os dias 21 e 23 de janeiro, para discutir a possível crise no fornecimento de molibdênio 99 (Mo-99), prevista para ocorrer em 2016. O radioisótopo é usado para gerar radiofármacos, substâncias necessárias em atividades de Medicina Nuclear, cada vez mais demandadas no Brasil.
Apesar de usar o molibdênio em larga escala, o Brasil é totalmente dependente de importação. Em 2009, com a paralisação de um reator canadense, que é o principal fornecedor brasileiro, juntamente com a interrupção de funcionamento de reatores na Bélgica e na Holanda, houve uma crise mundial no fornecimento. O Brasil buscou alternativas de importação na Argentina e na África do Sul, mas a área de Medicina Nuclear nacional precisou adaptar-se a uma situação de escassez no abastecimento.
O reator do Canadá voltou a funcionar e a crise de 2009 foi contornada. A situação, porém, criou a expectativa de se garantir ao Brasil independência na produção de radioisótopos. O Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) tornará isso possível. O empreendimento, a cargo da CNEN, deverá entrar em funcionamento nos próximos anos, no município de Iperó, no interior de São Paulo.
Porém, o RMB ainda não estará funcionando em 2016, ano no qual está prevista uma crise no fornecimento do molibdênio 99, de acordo com o Grupo de Alto Nível para Segurança de Fornecimento de Radioisótopos Médicos da Agência de Energia Nuclear da Organização para Cooperação para o Desenvolvimento Econômico (HLG-MR/NEA/OECD). A entidade está baseada na França e é responsável pela organização da reunião da qual participam Isaac Obadia e Cláudio Tinoco.
A CNEN já vem se preocupando com esta possível escassez do molibdênio 99 e tomando algumas medidas. Em junho do ano passado, a Comissão organizou em sua sede, no Rio de Janeiro, o “Workshop Estratégia Nacional para Garantir Fornecimento de Molibdênio 99 (Mo-99) no País.” No evento, estiveram reunidos segmentos relevantes na construção de uma estratégia nacional para enfrentar uma possível crise de fornecimento do molibdênio 99, como órgãos públicos, associações de classe, financiadores e usuários dos serviços de saúde que envolvem radiofármacos.
FONTE: CNEN
http://www.cnen.gov.br