CNEN realiza curso de formação para busca de fontes órfãs
Com o apoio da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), a Coordenação Geral de Instalações Médicas e Industriais (CGMI) da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) promoveu o Curso Regional de Formación de Búsqueda de Fuentes Huérfanas. Realizado entre os dias 05 e 09 de agosto na sede da Comissão no Rio de Janeiro. O objetivo principal do evento foi proporcionar o conhecimento necessário para os participantes compreenderem a importância da busca de fontes órfãs, assim como orientar sobre o modo seguro de resgatá-las.
Após o atentado de 11 de setembro de 2001, houve uma crescente preocupação de diversos países com a destinação e o rastreamento das fontes radioativas e identificação de fonte órfãs (que são as fontes radioativas fora do controle regulatório em função de terem se perdido, sido abandonadas ou retiradas sem autorização). Esse rastreamento visa evitar que o metal usado para embalá-las, que pode estar contaminado, seja comercializado de modo irregular ou clandestino e que a própria fonte se perca, gerando risco à segurança física ou provocando a contaminação daqueles que a manipulem sem o devido conhecimento técnico. Para isso, é necessário o treinamento de profissionais para atuar de acordo com as recomendações internacionais da área.
O programa do curso foi amplo e dividido em dez módulos, incluindo seis exercícios, quatro deles de campo, realizados em áreas cedidas pelo Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), unidade da CNEN também localizada no Rio de Janeiro. Durante o evento, a Coordenadora da CGMI, Dra. Maria Helena Marechal, palestrou sobre como é feito o controle de fontes radioativas no Brasil: existe um cadastro integrado com o registro de fontes, instalações, responsáveis técnicos e um sistema de certificação de profissionais. Além disso, a CNEN atua junto com a Receita Federal para aprovação e controle de importação de fontes de radiação, dentre diversas outras ações.
O Coordenador de Rejeitos da CNEN, Walter Ferreira, apresentou um exemplo brasileiro de acidente ocorrido em decorrência da manipulação indevida de uma fonte radioativa: em Goiânia, em 1987, houve a contaminação de pessoas e do ambiente como consequência da violação da blindagem da fonte contendo Césio 137, que havia sido abandonada em uma clínica desativada. O especialista Josilto de Aquino, da Divisão de Aplicações Industriais da CGMI, foi o responsável pelos exercícios práticos nas instalações do IEN.
Esta é a primeira vez que o curso é realizado na América Latina. Segundo a Coordenadora Maria Helena, a CNEN foi escolhida pela AIEA para realizar o treinamento e isso demonstra a importância da Comissão como órgão de referência do setor nuclear e divulgador de boas práticas nessa região.
FONTE: CNEN
http://www.cnen.gov.br/