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Dia Mundial de Combate à Tuberculose: desinformação ainda é desafio

A desinformação sobre os sintomas e processo de cura da tuberculose ainda é um grande desafio no combate à doença no Estado do Rio de Janeiro. Marcando o Dia Mundial de Combate à Tuberculose – 24 de março – e visando aumentar a conscientização da população, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) realizou nesta sexta-feira (23), em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, com o Fórum de ONGs, Cruz Vermelha Brasileira e o Fundo Global de Combate à Tuberculose, a campanha “Rio Sem Tuberculose”.

Durante todo o dia, representantes da SES e de ONGs se uniram na distribuição de folhetos e cartilhas com informações sobre o que é a doença, como ela se dissemina e como curá-la. O público que circulou pela Cinelândia também conferiu apresentações do coral Projeto Partitura e de teatro. As informações sobre contágio e tratamento também figuraram em jogos lúdicos, como um jogo da memória, que atraiu a atenção de que passava.

– Ainda há muita desinformação entre as pessoas, mas a situação sócioeconômica ruim da população é o mais grave. Quem não tem nada se preocupa em comer, mas mora em qualquer cubículo. E é nesses lugares que a tuberculose se prolifera, em locais muito aglomerados e sem sol. É preciso melhorar as condições de moradia da população – afirma a Coordenadora do Programa de Combate à Tuberculose da SES, Ana Alice Pereira.

Estatísticas – De acordo com a última pesquisa realizada pelo Programa, de 2000 a2010 a taxa de incidência passou de 91,2 para 70,7 casos por 100.000 habitantes. Em 2004, o estado do Rio de Janeiro apresentava menos de 20% dos seus casos com resultado do tratamento conhecido. Foi realizado um trabalho para mudar este indicador e, já em 2009, foi alcançado 95,8% dos casos com resultado conhecido.

Em 2009, o Estado contabilizou 14.534 casos notificados, sendo 5.924 novos casos. A taxa de cura dos casos de tuberculose no estado foi de 69,2%. e o abandono foi de 15,8%. Em 2010, o número de casos notificados caiu para 14.302. Desses, 5.881 foram novos casos, com 61% de cura e 12,8% de abandono de tratamento. De acordo com o último boletim, o Estado do Rio de Janeiro tem taxa de incidência da doença de 70,7/100.000 habitantes.

No Estado, a Região Metropolitana do Rio de Janeiro é a responsável pela grande maioria dos casos de tuberculose, registrando um total de casos notificados de 11.113 e incidência de 87,1/100.000 habitantes. Isso se deve à grande densidade demográfica da região, de 5.269,20 habitantes/km², de acordo com o censo demográfico de 2010.

– Além de investir na disseminação da informação, também estamos trabalhando para melhorar a qualidade da notificação dos casos. Há muita gente que mora em favelas e, para fins de notificação, informam endereços em bairros próximos – alerta Ana Alice.

Tratamento – Por ser um tratamento longo, ainda são altos os índices de abandono. Em 2009 essa taxa foi de 15,8% e em 2010, de 12,8%. De acordo com Ana Alice, o abandono de tratamento tem a ver com grau de informação e com o acolhimento recebido nas unidades de atendimento básico.

– Se o paciente não se sente bem acolhido ao ser diagnosticado ele não retorna para o tratamento e não toma o remédio adequadamente. Mas alguns municípios têm apresentado bons indicadores de tratamentos concluídos com sucesso – afirma.

Moradora de Senador Camará, a aposentada Marlene Paulino Rodrigues está curada de tuberculose. Ela é portadora do vírus HIV e teve tuberculose em 1998. Marlene descobriu a doença durante um exame pré-operatório.

– Entrei em pânico porque precisava fazer a operação na época. Depois de dois meses de tratamento já pude ser internada, mas não desisti ali. Por ser soropositiva precisava me curar totalmente. O tratamento era rigoroso, eu passava mal, mas não desisti. Minha vontade de querer viver e ver meus netos foi maior – conta, orgulhosa, Marlene.

Tuberculose – É uma doença infecto-contagiosa, causada pelo bacilo de Koch e que afeta principalmente os pulmões, podendo também ocorrer em outros órgãos como ossos, rins e meninges, membrana que protege o sistema nervoso central. A transmissão é feita via respiratória e está ligada às baixas condições de vida, particularmente, à moradia em locais sem ventilação adequada e sem exposição ao sol.

Os sintomas são tosse por mais de três semanas, febre, suores noturnos, falta de apetite, emagrecimento e cansaço. Deve-se buscar fazer o diagnóstico o mais rápido possível e iniciar logo o tratamento, pois após 15 dias sendo medicado o paciente para de transmitir a doença, diminuindo o número de pessoas que se infectam, bem como o número de doentes.

Dia Mundial – O Dia Mundial da Tuberculose foi lançado em 1982, pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela União Internacional Contra a Tuberculose e Doenças  Pulmonares, em homenagem aos 100 anos do Descobrimento do bacilo causador da tuberculose (em 24 de março de 1882), pelo Dr, Robert Koch.

FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro