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Dia Mundial do Diabetes: ação na Rocinha alerta população sobre cuidados com a doença

Secretaria de Estado de Saúde participa do evento, através do Iede, destacando a importância dos cuidados com o pé diabético, uma das partes do corpo mais sensíveis para quem sofre da doença

Nesta quarta-feira, dia 14 de novembro, comemora-se o Dia Mundial do Diabetes e o Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (Iede) estará no Complexo Esportivo da Rocinha participando de ação organizada pela Sociedade Brasileira de Diabetes. Uma equipe da instituição da Secretaria de Estado de Saúde – formada por fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, enfermeiros, assistente social e massoterapeuta – atenderá quem passar pelo local oferecendo informações sobre a doença e os principais cuidados com os pés, uma das partes do corpo mais sensíveis para quem sofre da doença.


Durante a ação, que acontece das 8h às 12h, será realizado o exame do monofilamento, que avalia a sensibilidade dos pés. Além disso, os visitantes diabéticos vão aprender exercícios para melhorar a saúde do pé e receberão kits com pau de laranjeira, lixa, toalhinha e creme hidratante para cuidar da região. O tratamento já é feito em pacientes da unidade.

– Nossa equipe multidisciplinar vai fazer avaliações de pés em risco, verificar a existência de frieiras e machucados, oferecer orientação sobre calçados e formas de hidratar a pele, que, em pacientes diabéticos, costuma ser mais fina e seca do que o normal. Isso acaba predispondo a lesões que podem evoluir para um quadro mais grave, levando à amputação. A ideia é que a preocupação em cuidar do pé comece assim que o paciente seja diagnosticado com a doença – explica a chefe do serviço de diabetes do Iede, Rosane Kupfer.


Estado oferece serviço especial para o pé diabético – Lixadeira, cola de sapateiro, fôrmas. Muitos dos pacientes que se tratam no Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (Iede), no Centro do Rio, não imaginam que esses instrumentos sejam usados em uma sala no final do corredor do primeiro andar do instituto. Lá, funciona uma pequena oficina, operada por técnicos em órteses e próteses, que recondiciona e ajusta palmilhas para pacientes diabéticos que se tratam na unidade. Esse é apenas um dos serviços presentes na Unidade do Pé Diabético (UPD), que existe há 16 anos. Focada no tratamento e cuidado aos pés de quem tem diabetes, a UPD fornece gratuitamente palmilhas e sapatos personalizados exclusivamente para pacientes do Iede, além de serviços de massoterapia, exercícios para os pés e procedimentos fisioterapêuticos. Até 2011, o serviço forneceu mais de 1,2 mil palmilhas e calçados.

A UPD foi criada para orientar e ajudar diabéticos na prevenção de lesões e de consequentes amputações. Além disso, as palmilhas e calçados oferecidos previnem lesões, distribuem a pressão do pé e protegem a planta do pé, além de auxiliarem também na melhoria da qualidade de vida do doente, que, em geral, passa a sofrer menos com calos e fissuras nos pés ao usar essas órteses. 


Para participar do projeto, o paciente é avaliado pela equipe da UPD, composta por assistente social, enfermeiras, fisioterapeutas, massoterapeutas e terapeuta ocupacional, que faz a anamnese do caso, e passa por um exame detalhado dos pés, que avalia o grau de risco para desenvolvimento de lesão e amputação. A partir daí, ele é agendado para o grupo de orientação dos cuidados básicos.

59% dos diabéticos com lesões no pé são homens – Pesquisas recentes comprovam a seriedade do problema do pé diabético. Segundo levantamento realizado entre agosto e setembro deste ano pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular – Regional Rio de Janeiro, mais da metade das pessoas que procuraram as emergências da rede pública do estado do Rio com problema de pé diabético acabaram sofrendo amputação. O estudo foi feito em 30 hospitais do estado e detectou que, de 193 casos de pacientes diabéticos com lesão no pé, 59% eram homens, com mais de 62 anos de idade e mais de 11 anos de diabetes.


– A principal causa de amputações é a falta de cuidados preventivos com os pés. O problema pode começar com um simples arranhão mal tratado. Por isso, é muito importante essa orientação sobre os cuidados com a região – ressalta Rosane.


Este é o 5º ano que o Iede participa da ação no Dia Mundial do Diabetes e a expectativa é atender cerca de 100 pessoas no estande da instituição. Além disso, o instituto aproveita a data para oferecer, em sua sede, atividades lúdicas para as crianças portadoras de diabetes no intuito de gerar uma melhor aceitação da doença. Até o final desta semana, a fachada do instituto, que é tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ficará iluminada de azul. Este ano, o tema da campanha é “Diabetes: proteger o nosso futuro”.


Números da doença – Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 80% dos diabéticos vivem em países pobres e cerca de 183 milhões de pessoas não sabem que têm a doença. Quando ocorre o diagnóstico, metade dos pacientes já desenvolveu complicações crônicas como alterações na retina, nos rins e o pé diabético. Pesquisa da organização mostrou que o diabetes foi a causa de 4,6 milhões de mortes no mundo em 2011. A cada cinco segundos uma pessoa fica diabética e uma morre a cada 10 segundos por causa da doença. A taxa de mortalidade cresce também no país. Entre 2000 e 2010, registrou-se aumento de 21% somente no Rio de Janeiro e 38% no Brasil.


– O diabetes tornou-se um desafio pra qualquer sistema de saúde do mundo. Além da obesidade e sedentarismo, principais responsáveis pelo diabetes tipo II, ainda temos a forma da doença de origem autoimune, o tipo I, quando o corpo produz anticorpos que bloqueiam ou destroem células que produzem a insulina e, muitas vezes, estão associados a outras doenças como lúpus, artrite reumatóide e doença celíaca – esclarece Rosane.


O Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde mostrou que, em 2010, as mortes causadas por doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas foram a 6ª causa de morte entre pacientes com 50 anos ou mais no estado do Rio e subiram para o 4º lugar na população acima dos 60 anos. Os homens foram os mais atingidos pela doença no estado nos últimos 10 anos.

FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro