Enfermaria juvenil do Hemorio oferece espaço humanizado para a internação
A diversão com vídeo game e jogos de futebol é um dos diferenciais da ala que já realizou mais de 800 internações
No sétimo andar do Hemorio, diferente do visual nem sempre tão alegre de hospitais, há um espaço diferente: paredes coloridas, notebooks com internet, vídeo game, televisão, livros e revistas fazem parte do espaço destinado especialmente para adolescentes internados na unidade. Decorado pelo arquiteto e cenógrafo Gringo Cardia, a enfermaria possui dois espaços, com seis leitos, três para meninos e três para meninas (todos com direito a acompanhante), e já melhorou a rotina de internação para mais de 862 adolescentes de 12 a 17 anos.
A enfermeira chefe de internação do andar, Danielle Marques, conta que nunca viu algo parecido nos hospitais que trabalhou. Para ela, o ambiente humanizado contribui para o sucesso do tratamento.
– O adolescente não é mais criança, mas também não chega a ser um adulto. Tem dúvidas, mitos e isso se agrava quando ele é um paciente com doença crônica. Ter um espaço somente para ele, para o seu universo faz com que ele esqueça que está no hospital. O ambiente faz com que eles gostem de estar aqui, marcam de assistir os mesmos filmes, combinam partidas de vídeo game. Além disso, o quarto é acolhedor e se sentem inseridos no mundo porque têm acesso à internet – explica.
No notebook, jogos de futebol – O estudante Rodrigo de Souza, de 14 anos, passa horas vendo jogos do Flamengo pelo notebook. Morador do Complexo do Alemão, Rodrigo é apaixonado pelo time rubro-negro. Essa paixão ameniza a rotina de quem trata uma hemofilia grave há mais de 10 anos. Além dos vídeos, o menino também se aproxima do esporte através de jogos no vídeo game.
– Gosto do ambiente porque meu filho fica conectado com o mundo. Ele é adolescente, precisa sair e, quando não pode, precisa se distrair. Esta enfermaria é ótima para ele. Espero que mais enfermarias assim sejam feitas – disse Cláudia de Souza, mãe do menino.
A paixão por futebol é um ponto em comum entre Rodrigo e a estudante Nathália Gomes Tostes, que aos 18 anos, recorda sua internação na enfermaria juvenil do Hemorio, que aconteceu em 2010.
– Foram seis meses, entre internações e altas. Durante o período em que ficava internada, aproveitava toda a estrutura da enfermaria para me sentir em casa, e adorava assistir aos jogos do Fluminense, principalmente quando o jogador Conca estava em campo. Hoje tenho uma vida normal, curso faculdade de Letras e de Pedagogia e, se isso é possível, agradeço a toda à equipe do Hemorio pelo tratamento que recebi. Ainda tenho amigos que fiz lá, inclusive uma paciente que também ficava internada na enfermaria juvenil – conta ela.
Ampliando a humanização – Além do espaço para adolescentes, em dezembro de 2013, o Hemorio ganhou uma nova ala com 750 metros quadrados, que abriga um setor de quimioterapia e transfusão. O local concentra duas áreas: o Aquário Carioca, espaço lúdico e acolhedor para atendimento infantil, inspirado no fundo do mar, criado em parceria com a ONG Instituto Desiderata e o designer Gringo Cardia; e a Ala Henfil, para atendimento de pacientes adultos. A Secretaria de Saúde investiu R$ 4,2 milhões nos dois projetos. O hemocentro inaugurou ainda o novo Centro de Imagens, que recebeu equipamentos mais modernos, como tomógrafo, aparelhos de Raios-x e ultrassom.
FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro
http://www.saude.rj.gov.br