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Estado do Ceará interrompe cadeia de transmissão do sarampo

Para o combate ao surto, o ministério enviou ao estado 5,1 milhões de doses de vacina com componente sarampo, dupla viral, tríplice viral e tetra viral

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, anunciou nesta quinta-feira (24), em Brasília, em conjunto com o governador do Ceará, Camilo Sobreira de Santana, o encerramento do surto de sarampo no estado. Desde 2013, foram notificados no estado do Ceará 4.094 casos suspeitos de sarampo entre 2013 e 2015. Desses, 22% (916/4094) foram confirmados e 78% (3178/4094) descartados.

Desde 2000 não havia transmissão continuada de sarampo no país. Em 2013 e 2014, nos estados de Pernambuco e Ceará, ocorreu surto da doença que acometeu pessoas em todas as faixas etárias. Em Pernambuco, a transmissão foi interrompida, após o desenvolvimento de diferentes estratégias de vacinação. Os surtos ocorrem devido ao chamado ‘vírus importado’ que encontra pessoas suscetíveis, ou seja, não vacinadas, havendo capacidade de transmissão da doença. Por isso, a importância de toda a população está imune e em dia com o calendário de vacinação.

Durante o anúncio, o ministro da Saúde destacou que houve um forte trabalho entre o Ministério da Saúde, o Estado e os municípios para interromper a cadeia de transmissão do vírus. “Esse sucesso só foi possível devido à intensa articulação entre todos os envolvidos, provando, mais uma vez, a qualidade e rapidez das estratégias de vigilância desenvolvidas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Entretanto, é fundamental mantermos uma vigilância epidemiológica ativa e uma estratégia de vacinação capaz de eliminar os bolsões de suscetíveis na população de seis meses a 49 anos de idade não vacinadas em todo o estado”, ressaltou Chioro.

O governador do Ceará, Camilo Sobreira de Santana, agradeceu ao ministro da Saúde pela parceria no combate ao surto. “Foi a construção coletiva entre os três entes federados que nos permitiu o enfrentamento do surto de sarampo no Ceará.  A saúde é uma dos grandes desafios de nosso país, e, a construção coletiva de ações como a que fizemos no estado é um dos caminhos para o enfrentamento desse desafio”, afirmou Camilo Sobreira.

Durante todo o período do surto, o Ministério da Saúde acompanhou de perto e apoiou o Ceará e seus municípios na realização das ações de prevenção e controle do surto do sarampo no Estado. Para isso, foram enviados recursos financeiros no montante de R$ 2,2 milhões. As ações também foram apoiadas pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)/Organização Mundial de Saúde (OMS), que disponibilizou para o estado R$ 1,2 milhão. Além disso, foram distribuídas 5,1 milhões de doses de vacina com componente sarampo (dupla viral, tríplice viral e tetra viral), como estratégia de vacinação frente ao surto no estado.

Esses recursos foram utilizados no desenvolvimento das ações de vacinação nos municípios afetados, a capacitação de recursos humanos, a mobilização e sensibilização de profissionais de saúde, e a contratação de equipes para fortalecer os profissionais já existentes. Além disso, os recursos serviram para o pagamento de horas extras para a manutenção de equipe de vacinadores e supervisores em escala de finais de semana, feriados e períodos estendidos, além dos serviços em logística para atender às demandas das áreas de vigilância epidemiológica, laboratório e imunizações.

“As ações que desenvolvemos são permanentes: ampliação da vacinação e busca ativa dos casos casa a casa. O fato da cadeia de transmissão está interrompida não significa que não existem mais casos de sarampo no mundo. Precisamos continuar nossas ações de vigilância de forma a sempre que houver suspeita de novos casos, possamos acionar as medidas necessárias, evitando a reintrodução do vírus no país”, afirmou o secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Antônio Carlos Nardi.

Os meses com maior número de casos confirmados no Ceará foram janeiro, julho e agosto de 2014. Também nesse ano foi registrada a maior incidência, 8,6 por 100.000 habitantes. Para bloquear a propagação do vírus no estado, o Ministério da Saúde intensificou a rotina de vacinação, com a ampliação da faixa etária para crianças a partir dos seis meses de idade até os cinco anos incompletos, e também para profissionais de saúde. Além disso, foram vacinadas pessoas até 29 anos de idade nos municípios de Fortaleza e Caucaia. Outra medida foi a vacinação seletiva de pessoas que tiveram contato com casos suspeitos ou confirmados da doença.

Em 2014, a Campanha Nacional contra a Poliomielite e o Sarampo alcançou 100% do público-alvo no estado. A vacina ofertada pelo SUS faz parte do Calendário Nacional de Vacinação do Programa Nacional de Imunizações e está disponível durante todo o ano, nos mais de 35 mil postos de vacinação de todo o país.

SARAMPO – O sarampo é uma doença viral aguda grave e altamente contagiosa. Os sintomas mais comuns são febre alta, tosse, manchas avermelhadas, coriza e conjuntivite. A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, por meio de secreções expelidas pelo doente ao tossir, falar ou respirar. As complicações – como otite, pneumonia, diarreia, entre outras – contribuem para a gravidade do sarampo, particularmente em crianças desnutridas e menores de um ano de idade. A única forma de prevenção também é por meio da vacina.

Em todo o mundo, em 2014, foram registrados 160 mil casos da doença, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Cabe ressaltar que, com o fluxo de turismo e comércio entre os países, o risco de importação do vírus é maior, por isso a importância da imunização.

FONTE: Ministério da Saúde
http://www.saude.gov.br