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Estado do Rio bate recorde de autorização familiar para doação de órgãos

Quase 65% de parentes diretos consentiram a doação de órgãos no primeiro trimestre de 2015

unnamed (6)Mais famílias estão dizendo “sim” à doação de órgãos para transplantes no Rio de Janeiro: no primeiro trimestre de 2015, o estado atingiu a marca de 64,5% de autorizações de familiares diretos para a doação de órgãos de pacientes com morte encefálica. Esta é a primeira vez que o Rio de Janeiro ultrapassa a margem histórica de 60% neste tipo de autorização, nos últimos cinco anos, desde a criação do Programa Estadual de Transplantes (PET), em 2010.

Há pouco mais de dois meses, a secretaria de Estado de Saúde lançou a campanha Doe+Vida, que busca conscientizar a sociedade a respeito da importância de discutir a doação de órgãos. A campanha conta com um site – doemaisvida.com.br – onde as pessoas que queiram se declarar doadoras podem se cadastrar e imprimir seu cartão virtual Doe+Vida.

Para o secretário de Estado de Saúde, Felipe Peixoto, o aumento do número de autorizações se deve à conscientização da população fluminense, além de ser resultado de um conjunto de ações – principalmente, do investimento e da estruturação do sistema de doação de órgãos e transplantes no RJ.

– O PET vem batendo recordes desde a sua criação. Hoje, temos um programa estruturado e eficiente, mas a realização de transplantes não depende somente disso. Sem órgãos doados, não há transplantes. É preciso que as pessoas se informem e discutam o assunto entre suas famílias. A doação de órgãos é um ato de amor que pode salvar muitas vidas – destacou o secretário.

Atualmente, o Rio de Janeiro é segundo estado do país no ranking nacional de doações de órgãos. De acordo com o coordenador do PET, Rodrigo Sarlo, os números também mostram a mudança no comportamento das famílias quanto à doação. Por trás dos números, está a atuação de equipes especializadas na Coordenação Familiar, responsáveis pelo suporte aos familiares de potenciais doadores, e o lançamento de campanhas de incentivo à doação.

– O aumento de doações reflete a mudança no comportamento da sociedade, que está abraçando a causa da doação de órgãos, mostrando que esse assunto tem sido objeto de discussão no dia a dia das pessoas. Essa mudança de comportamento também está associada ao trabalho das equipes especializadas do PET, feito junto às famílias que perderam seus entes queridos. Além disso, estamos buscando uma aproximação maior ainda com a sociedade com o lançamento da campanha Doe + Vida, visando intensificar a sensibilização e, por conseguinte, seguir aperfeiçoando o sistema de doação e transplantes do nosso estado – explicou Sarlo.

Campanha Doe + Vida – A campanha busca incentivar a sociedade a discutir o tema doação de órgãos. Lançada no último dia 26 de abril, a Doe+Vida conta um site – doemaisvida.com.br -, onde as pessoas que querem se declarar doadoras podem se cadastrar e imprimir seu cartão virtual. Ao fazer o cadastro, também é possível incluir foto e compartilhar com amigos e familiares nas redes sociais. Vale lembrar que a legislação brasileira determina que somente familiares diretos podem autorizar a doação de órgãos de pacientes com morte encefálica. Não existe nenhum documento que possa ser deixado, em vida, para garantir a doação. Por isso, declarar a vontade de ser doador entre as famílias é a melhor forma de fazer com que a vontade seja conhecida e respeitada.

Salvando vidas – Nesta terça-feira (30/6), faz exatamente um ano que a administradora de empresas Débora Machado disse “sim” à doação de órgãos, quando perdeu a mãe. Apesar da saudade que fica mais forte nesta data, Débora não esquece a sensação de conforto que sentiu ao autorizar a doação dos rins da mãe, que colocou fim à rotina de hemodiálise de duas pessoas.

– Nosso ente querido não volta mais, porém temos que lembrar que a doação dos órgãos pode resgatar a esperança de pessoas que dependem de um transplante para sobreviver, para ter uma nova vida. É muito importante que as famílias se conscientizem sobre isso – opinou ela.

Entre os motivos mais comuns para a não autorização da doação de órgãos estão a falta de consenso entre os parentes, que, muitas vezes, desconhecem qual seria a vontade do paciente, e também a falta de compreensão de que a morte encefálica é um diagnóstico irreversível.

Programa Estadual de Transplantes – O PET é responsável por coordenar as atividades referentes à doação de órgãos no Rio de Janeiro e, desde a sua criação, o programa tirou o RJ da lanterna e colocou o estado em segundo lugar no ranking nacional de doações no país. Em cinco anos, foram mais de 5,4 mil vidas salvas. O número de doações vem registrando aumento ano após ano – em 2015, até abril, foram realizadas 100 doações, número que já é maior do que o total de doações realizadas em 2010, quando foram realizadas 80 doações no ano inteiro. Atualmente, mais de 2 mil pessoas aguardam na lista por um transplante no estado do Rio de Janeiro.

FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro
http://www.saude.rj.gov.br