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Febre Amarela: RJ receberá mais 1 milhão de doses de vacina contra febre amarela nas próximas semanas

Com as novas remessas, SES dará continuidade à estratégia de priorizar os habitantes das regiões consideradas mais vulneráveis

Novos lotes que totalizam 1 milhão de doses de vacina contra febre amarela serão disponibilizadas pelo Ministério da Saúde para o estado do Rio de Janeiro nas próximas semanas. Com as novas remessas, a Secretaria de Estado de Saúde seguirá com a estratégia que vem sendo adotada desde janeiro, dando prioridade na destinação das vacinas para os municípios elencados como prioritários, com base na avaliação constante do cenário epidemiológico no estado e no país, principalmente em estados vizinhos, como Minas Gerais e Espírito Santo.

Atualmente, a lista de municípios prioritários conta com 64 cidades, das quais 44 já tiveram disponibilizadas doses de vacina em quantitativo suficiente para a imunização de seus habitantes. Os novos lotes servirão para abastecer os 20 municípios estratégicos, além de repor estoques de outras cidades. Em coletiva de imprensa realizada pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira (05/04), o governo federal anunciou a adoção da dose única de vacina contra a febre amarela no Brasil, como já ocorre internacionalmente, de acordo com a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS).

– Compreendemos a preocupação da população fluminense e, desde janeiro, antes mesmo de termos indícios da circulação do vírus no território fluminense, estamos nos antecipando e adotando medidas preventivas, como a vacinação de bloqueio nos municípios que fazem divisa com MG e ES. Expandimos nossa estratégia de acordo com a avaliação constante do cenário epidemiológico, que é dinâmico e requer análise ininterrupta, até para que possamos nos ajustar em caso de qualquer eventualidade. É essencial que tenhamos um plano de contingência, por exemplo, que possa ser colocado em prática em caso de necessidade. O cenário nacional, não só o do RJ, exige que estejamos preparados, uma vez que não se pode descartar hipóteses, mas sim garantir que teremos prontas respostas, de forma coordenada, dos serviços de saúde – explicou o secretário estadual de Saúde, Luiz Antonio Teixeira Jr, que esteve presente à coletiva e participou, ainda durante a tarde, de reunião técnica com o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

Durante a coletiva, o Ministério da Saúde informou ainda que está preparando a rede pública de saúde para o caso de haver necessidade da adoção do fracionamento de doses da vacina. O plano de contingência, elaborado em conjunto, contou com a participação de representantes da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/MS) e do Centro de Controle de Doenças e Prevenção dos Estados Unidos (CDC), com aprovação do Comitê Técnico Assessor em Imunizações (CTAI) e por especialistas. A medida só será adotada em caso de necessidade de conter a expansão da doença em regiões metropolitanas que porventura precisem de ações de bloqueio. De acordo com o Ministério da Saúde, o treinamento das equipes de saúde e preparação da rede terá início em três estados – Rio de Janeiro, São Paulo e parte da Bahia. Os locais, estratégias e período para, caso seja necessária, a adoção do fracionamento nas regiões que apresentarem risco serão definidos em conjunto com estados e municípios.

– O plano de contingência, que inclui a possibilidade do uso de doses fracionadas, garantirá a vacinação para toda a população de regiões metropolitanas, em caso de necessidade – disse o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

Entenda como funciona o fracionamento – Medida preventiva que está sendo preparada em caso de necessidade, o fracionamento de doses é uma estratégia utilizada quando há aumento de casos de febre amarela silvestre de forma muito intensa, gerando risco de expansão da doença em áreas com elevado índice populacional – como regiões metropolitanas. É importante deixar claro que a dose fracionada é tão eficaz quanto a dose padrão, levando-se ainda em consideração o fato de a vacina produzida no Brasil ser reconhecida internacionalmente pela eficácia e segurança. A única diferença está no tempo de proteção, que se reduz com o fracionamento, chegando a, pelo menos, 1 ano de imunidade. A adoção desta medida, pensada de forma preventiva, requer a aquisição de seringas especiais, treinamento de pessoal e adequação do sistema de informação para registro nominal. Atualmente, o Brasil utiliza a dose padrão da vacina contra febre amarela, feita com 0,5ml (mililitros). Já a dose fracionada conta com quantidade menor a ser aplicada (1/5) – portanto, um frasco com cinco doses de vacina, por exemplo, pode imunizar 25 pessoas e um frasco com 10 doses pode vacinar 50 pessoas.

Disponibilização de vacinas para o RJ – De acordo com o MS, as vacinas a serem disponibilizadas nas próximas duas semanas para os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia totalizam 1 milhão de doses para cada estado, divididas em duas remessas de 500 mil doses.

Ações preventivas adotadas no RJ – Desde o início do ano, o estado do RJ já recebeu mais de 3,6 milhões de doses de vacinas contra febre amarela, que foram disponibilizadas aos 92 municípios, seguindo critérios técnicos, como a prioridade para as regiões mais vulneráveis, a população de cada cidade e as capacidades operacional e de armazenamento de cada prefeitura. Entre os 64 municípios considerados estratégicos pela SES, elencados com base na avaliação constante do cenário epidemiológico, 44 já tiveram disponibilizadas as vacinas em quantitativo suficiente para imunizar seus habitantes. Os demais 20 municípios desta lista terão novos lotes sendo liberados a partir da entrega das remessas, previstas para o mês de abril. Outras cidades do Rio também terão reposição de doses, para que possam continuar imunizando, com prioridade, as pessoas que planejam viajar para áreas de risco.

FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro
http://www.saude.rj.gov.br