Final feliz para paciente com AVC submetida a trombólise no Hospital Estadual Getúlio Vargas
Unidade é a segunda do país em número de casos tratados com o medicamento
Um caso de sucesso marcou a rotina da emergência na noite desta quarta-feira, 1° de maio, no Hospital Estadual Getúlio Vargas (HEGV), na Penha. A paciente Marluci de Lima, de 54 anos, vítima de Acidente Vascular Cerebral (AVC), chegou à unidade transferida da UPA Sarapuí, em Duque de Caxias, com perda dos movimentos, incapacidade de fala e alteração da mímica facial. Submetida à trombólise no HEGV, ela passa bem e já recuperou boa parte dos movimentos em menos de 24 horas após o procedimento.
A trombólise, procedimento não invasivo indicado para casos de AVC, foi implementada no HEGV em julho de 2010 e, desde então, todos os casos de pacientes que dão entrada nas UPAs e hospitais com sintomas do problema são avaliados remotamente pela Central de Neurologia do HEGV, que funciona 24 horas, e, caso tenham o perfil de tratamento com trombolítico, são transferidos para o hospital. Na maioria dos casos, as sequelas são revertidas ou diminuídas significativamente.
Atualmente, o HEGV ocupa o segundo lugar do país entre as unidades que mais realizam trombólise, já tendo aplicado o procedimento em 111 pacientes. O resultado desse trabalho, coordenado pela médica Soraya Pulier, foi apresentado no Congresso Mundial de AVC de 2012. Hoje, além do HEGV, apenas duas outras unidades particulares de saúde do estado atuam com trombolíticos para reduzir sequelas de AVC.
– O médico que recebe o paciente na UPA ou no hospital faz uma consulta via telefone com o neurologista do HEGV para que este avalie se o paciente é elegível ao trombolítico de acordo com critérios técnicos pré-estabelecidos. Se sim, ele é transferido para o Getúlio Vargas, passa por uma tomografia onde é verificado se há sangramento e, caso não haja, é submetido à trombólise, que tem por objetivo dissolver o coágulo que foi formado no cérebro, fazendo com que a circulação volte ao normal. É importante salientar que é fundamental que o paciente seja encaminhado rapidamente para um serviço de saúde assim que os sintomas sejam percebidos, pois esse tratamento deve
acontecer em, no máximo, quatro horas e meia após o início desses sintomas – explica Rogério Casemiro, coordenador de Trauma e Núcleos Especializados da Secretaria de Estado de Saúde.
AVC – Existem dois tipos de Acidente Vascular Cerebral: o isquêmico, quando ocorre o entupimento de um vaso e a circulação cerebral é interrompida, e o hemorrágico, quando um vaso ou um aneurisma se rompe, causando hemorragia. No caso do AVC hemorrágico não se aplica o uso da trombólise, mas sim o tratamento convencional, através de cirurgia.
Segundo o Ministério da Saúde, o número de vítimas fatais por AVC no Brasil chega a quase 100 milhões de pessoas: passou de 84.713, em 2000, para 99.726, em 2010. Atualmente, a doença é responsável pela primeira causa de mortes registradas no país.
Sintomas – Os sintomas mais comuns do Acidente Vascular Cerebral são a perda de força muscular de um lado do corpo, fala enrolada, desvio da boca para um lado do rosto, sensação de formigamento no braço, dores de cabeça súbita ou intensa, tontura, náusea e vômito. O problema pode acontecer em qualquer faixa etária, mas fatores como hipertensão, diabetes e colesterol alto são alguns dos principais desencadeadores da doença. Após a alta, alguns cuidados devem ser observados, como acompanhamento médico para que os fatores de risco sejam controlados, visita regular ao cardiologista e ao neurologista, uso de medicação específica que melhora o prognóstico e prática de atividades físicas e controle da alimentação.
FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro