Força Nacional do SUS apoiará atendimento a indígenas
Duas equipes partiram nesta sexta-feira de Brasília com a missão de contribuir na busca ativa dos casos, atendimento à saúde na aldeia e remoção dos casos graves
Duas equipes da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) vão prestar apoio assistencial e logístico à Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) em aldeias indígenas na região de Santa Rosa do Purus (AC) e Eirunepé (AM), locais onde o Ministério da Saúde investiga possível surto de Doença Diarreica Aguda (DDA) em crianças menores de dois anos. No total, 23 profissionais de saúde partiram de Brasília com a missão de contribuir na busca ativa dos casos, atendimento na aldeia e remoção dos casos graves.
Entre Brasília e Rio Branco (AC), o grupo partiu em avião cedido pelo Departamento da Polícia Federal. Os profissionais passarão a noite na capital do Acre. Na manhã de sábado, uma parcela do grupo segue para Santa Rosa do Purus (AC) e o outro para Eirunepé (AM), em avião cedido pelo Ministério da Defesa/Força Área Brasileira (FAB). Na bagagem, levam duas tendas infláveis, que servirão para o apoio à hidratação, com capacidade de até 20 leitos cada. Além disso, contam com equipamentos para suporte básico e avançado para atendimento em área, como medicamentos, instrumentos para acesso venoso e respiratório, respiradores e um kit desastres. Cada kit é composto por antibióticos, antiinflamatórios, antiparasitários, analgésicos, antitérmicos, anti-hipertensivos, ataduras, esparadrapos, luvas, máscaras, cateteres e seringas, entre outros medicamentos e insumos. O material é suficiente para atendimento de 500 pessoas.
A decisão de enviar as equipes de saúde foi tomada pelo Gabinete Permanente de Emergências, na noite desta quarta-feira (25). O gabinete é formado por técnicos e diretores de diversas secretarias do Ministério da Saúde. Este é o mesmo gabinete de crise que foi acionado quando surgiu a gripe H1N1, em abril de 2009.
Do total, para Santa Rosa do Purus (AC), viajaram oito profissionais de saúde, sendo 3 médicos, 3 enfermeiros e dois técnicos de enfermagem . Eles se juntarão às equipes que já estão em área da Sesai/Distrito Sanitário Especial de Saúde Indígena Alto Rio Purus(Dsei ARP) do Ministério da Saúde, Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de saúde de Santa Rosa do Purus (SMS). O foco para o atendimento são as sete aldeias que apresentaram óbitos de crianças por DDA até o momento: Novo Repouso, Nova Família, Morada Nova, Nova Fronteira, Novo Marinho, Nova Moema e Canamary. Para Eirunepé (AM) seguiu uma equipe de 13 profissionais de saúde: 3 médicos, 5 enfermeiros e 5 técnicos de enfermagem, ou seja, para os dois municípios, no total, 23 profissionais integram a missão. O secretário especial de Saúde Indígena, Antônio Alves, que está no Acre, também integrará a missão que viaja para Eirunepé (AM).
CASOS SANTA ROSA DO PURUS (AC) – Até o momento, encontram-se internadas no Hospital da Criança, em Rio Branco, três crianças indígenas de aldeias da região de Santa Rosa do Purus (AC), sendo que uma delas permanece internada na UTI pediátrica em estado grave desde a semana passada e as outras duas estão na enfermaria em recuperação.
Além das equipes de atendimento, outra equipe de investigação epidemiológica integrada por técnicos da Secretaria de Vigilância em Saúde do MS (SVS), Sesai, DSEI ARP e Sesacre está em Santa Rosa do Purus para identificar o agente causador do possível surto, se há vínculo entre os óbitos e quais os fatores de risco. Dados preliminares apontam a ocorrência de 263 casos de DDA entre 23 de outubro do ano passado e 24 de janeiro, sendo 70 neste ano. Foram registrados também nove óbitos de dezembro de 2011a 24 janeiro de 2012.
CASOS EIRUNEPÉ (AM) – Nesta quarta-feira (24), o Ministério da Saúde recebeu a notificação de cinco óbitos em crianças por DDA, entre dezembro do ano passado e janeiro deste ano, em Eirunepé (AM). O atendimento a saúde na região indígena, de difícil acesso, é feita pelo Distrito Sanitário Especial de Saúde Indígena (DSEI) Médio Rio Solimões e Afluentes. Ainda não há informações sobre número de casos. Os sintomas apresentados são semelhantes aos casos em Santa Rosa do Purus, mas ainda não há confirmação de vínculo epidemiológico: febre alta, vômito e diarreia.
FONTE: Ministério da Saúde