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Instituto Estadual do Cérebro realiza a milésima cirurgia antes de completar um ano

Procedimento trouxe chances de cura à paciente que buscava diagnóstico há um ano e meio

unnamedA perda progressiva da audição e o aumento da frequência de momentos com visão turva levaram a empregada doméstica Pedrolina Freitas, de 45 anos, a procurar atendimento médico. Após uma peregrinação por serviços que não identificavam o verdadeiro problema e diagnósticos errados, a paciente foi finalmente operada de um tumor intracraniano, chamado tumor do acústico, no Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer (IEC), e é a milésima paciente a passar por cirurgia na unidade.

Há um ano e seis meses, na primeira ida a um serviço de saúde para pesquisar o problema, o oftalmologista indicou o uso de óculos. Os sintomas persistiram e se agravaram e ela foi encaminhada a um neurologista que, após uma ressonância magnética, anunciou o diagnóstico: um tumor de classificação T4, a maior entre ostumores do acústico. Sem saber onde procurar ajuda, a paciente chegou a pensar que não sobreviveria à doença. Depois de um episódio de mal-estar e desmaio no trabalho, Pedrolina foi levada às pressas para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, que encaminhou a paciente para o IEC.

– Nos últimos tempos eu ficava constantemente com a visão turva e tinha que parar o que estava fazendo e esperar uns 20 minutos pra voltar a enxergar. Além disso, minha audição estava bem prejudicava, sentia muita dor na cabeça e na nuca e perdi a sensibilidade do meu rosto no lado direito. Achava que estava ficando cega e não conseguia saber o porquê. Quando descobriram o tumor, fiquei muito assustada, achei que ia morrer. Já estava muito grande e eu não sabia onde procurar tratamento – conta.

A cirurgia levou cerca de quatro horas e foi comandada pelo neurocirurgião Paulo Niemeyer Filho, diretor médico da unidade, e sua equipe. Para ele, a cirurgia é motivo de comemoração não somente pelo sucesso do procedimento, mas também pela marca que a unidade alcançou.

– Completamos a milésima cirurgia com menos de um ano de inauguração. Nos transformamos em referência em neurocirurgia não somente no Rio de Janeiro, mas também no país. Não há serviço público no Brasil tão focado e especializado como o nosso em uma mesma unidade. É uma satisfação chegar a essa marca com o comprometimento de todos que atuam aqui. Esse número tão emblemático tem um significado muito especial pra nós – ressalta.

Segundo Paulo José da Mata, diretor técnico do IEC e neurocirurgião que participou da cirurgia, o avanço do tumor e o diagnóstico tardio, como no caso de Pedrolina, são fatores que contribuem para o aumento do risco da cirurgia.

– Fazendo uma analogia, o tumor da Pedrolina era do tamanho de um limão, bem avançado. É um tumor relativamente comum, mas que pode ser fatal caso não seja tratado a tempo. Agora, com a cirurgia, nossa paciente poderá levar uma vida normal.

Para Pedrolina, a cirurgia representa a perspectiva de uma vida com mais saúde e tranquilidade de realizar tarefas básicas do dia a dia.

– Eu estava muito preocupada com minha saúde, tinha medo de atravessar a rua, fazer coisas simples porque a visão estava prejudicada. Só tenho a agradecer à equipe do hospital, que cuidou de mim com muito carinho, e a Deus pela oportunidade de cura. Operei há três dias e, de lá pra cá, não senti mais as dores de antes, minha visão está perfeita e a audição melhorou também – comemora.

Instituto Estadual do Cérebro – Inaugurada em julho de 2013, a unidade é o primeiro centro do país voltado exclusivamente para o tratamento neurocirúrgico de doenças do sistema nervoso central, como tumores, doenças vasculares e doença de Parkinson e utiliza técnicas inéditas na rede pública. Com uma equipe de 180 médicos, conta com quatro centros cirúrgicos – todos eles com capacidade de realizar cirurgias neuronavegacionais, operação menos invasiva feita por computador,e um centro equipado com ressonância magnética -, nove consultórios, 40 leitos de UTI adulto e quatro leitos de UTI pediátrica, além de dois leitos para pacientes com epilepsia. Neste primeiro ano de funcionamento, já foram realizadas 1.000 cirurgias e 7.674 atendimentos ambulatoriais, além de 1.243 exames de ressonâncias magnéticas e 7.946 tomografias computadorizadas no instituto.

Sala Híbrida – Em dezembro do ano passado foi inaugurado o espaço, que reúne sala cirúrgica com um aparelho de ressonância magnética. A tecnologia de ponta implantada na unidade permite a realização de exames de ressonância durante as cirurgias, com o paciente ainda na mesa de operação. Entre as vantagens, está a possibilidade de os cirurgiões sanarem dúvidas através do exame durante os procedimentos nos pacientes. Somente no espaço, a Secretaria de Estado de Saúde investiu R$ 16,7 milhões.

A sala é usada para a realização de cirurgias de tumores cerebrais, que correspondem atualmente a 60% dos atendimentos do instituto, e algumas cirurgias de epilepsia, entre outros procedimentos na área de neurocirurgia. Quando não há necessidade do uso da ressonância durante a cirurgia, o aparelho é utilizado para os outros pacientes da unidade, permitindo a utilização plena do equipamento.

Atendimento referenciado – A unidade não tem atendimento de emergência, o serviço é integralmente referenciado pela Central Estadual de Regulação. Após o primeiro diagnóstico de necessidade de neurocirurgia, o paciente será encaminhado via Central para realização de consulta para avaliação de exames e risco cirúrgico. O modelo de agendamento de consulta é o mesmo já utilizado no Rio Imagem – Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI) do Governo do Rio. Cada município tem sua cota de consultas em um sistema online, de acordo com a sua população.

FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro
http://www.saude.rj.gov.br