Melhor em Casa dá mais qualidade de vida ao Idoso
O programa do Ministério da Saúde atende pessoas em casa, com dificuldades de locomoção, em sua maioria com idade acima dos 60 anos
Jesus Menezes, 80 anos, tem o que comemorar hoje, Dia Internacional do Idoso. O aposentado teve o pé esquerdo salvo graças ao empenho e dedicação da equipe do Programa Melhor em Casa. Uma lesão no pé, agravada pela diabetes, levou os médicos a recomendar a amputação, mas os curativos periódicos feitos pela equipe multiprofissional descartou a cirurgia radical. Atualmente, 64,4% das pessoas atendidas pelo programa são idosos (acima dos 60 anos) – levantamento entre abril e junho deste ano – 2.302 pacientes.
Em novembro de 2011, a família de Jesus passou a receber o atendimento domiciliar de médicos e enfermeiros do Programa Melhor em Casa. “As visitas eram quase todos os dias. Os enfermeiros limpavam, passavam pomadas, faziam o curativo. E hoje ele está melhor. Eles são uns anjos”, conta a mulher de Jesus, Milce, 75 anos. As equipes multidisciplinares atendem pessoas em casa com necessidade de reabilitação motora, idosos, pacientes crônicos sem agravamento ou em situação pós-cirúrgica, com possibilidade de desospitalização.
A coordenadora da Área Técnica de Saúde do Idoso do Ministério da Saúde, Cristina Hoffmann, explica que o programa Melhor em Casa, ao lado do Saúde da Família, é uma das vertentes da estratégia Envelhecimento Ativo, desenvolvido pelo Ministério da Saúde depois de assumir compromisso junto à Organização Mundial de Saúde. No contato com o paciente que é assistido pelo Melhor em Casa, os profissionais desenvolvem e ensinam hábitos saudáveis de vida, como: alimentação balanceada, prática regular de atividades físicas, convivência social estimulante, atividade ocupacional prazerosa e mecanismos para atenuar o estresse. Em contrapartida, desestimulam a prática do tabagismo, o alcoolismo e a automedicação, considerados nocivos.
Segundo ela, o Melhor em Casa assume importância diante do envelhecimento natural da população brasileira. Atualmente, existem no Brasil cerca de 21 milhões de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, o que representa, aproximadamente, 11% do total da população, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estimativas da OMS apontam que de 1950 a 2025 a quantidade de idosos no país aumentará 15 vezes. Com isso, o Brasil ocupará o sexto lugar no total de idosos, alcançando, em 2025, aproximadamente 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade.
MELHOR EM CASA — Desde o seu lançamento, em novembro de 2011, o programa já habilitou 400 Equipes Multiprofissionais de Atenção Domiciliar e 167 equipes multiprofissionais em 20 estados, alcançando 107 municípios. Deste total, 132 EMADs e 58 EMAPs já estão atendendo a população em 60 municípios de 17 estados.
“O Melhor em Casa está reabilitando os pacientes em domicílio, garantindo a continuidade do tratamento integrado à rede de atenção à saúde. Além disso, o programa possibilita a redução da internação hospitalar e reduz o tempo de permanência dos usuários internados”, explica o coordenador do programa Melhor em Casa, Aristides Oliveira.
O Ministério da Saúde custeia as equipes principais com o valor de R$ 34,56 mil mensais e R$ 6 mil/mês por equipe de apoio. Até 2014, o investimento total é de R$ 1 bilhão, para implantação de mil equipes de Atenção Domiciliar e outras 400 equipes de apoio.
INVESTIMENTOS — O Ministério da Saúde já destinou ao programa Melhor em Casa, antes de completar um ano de existência, R$ 25,84 milhões aos estados e municípios que possuem equipes de Atenção Domiciliar implantadas. O programa também continua em plena expansão.
ASSISTÊNCIA — As equipes multidisciplinares fazem atendimento durante toda a semana (de segunda a sexta-feira), 12 horas por dia e, podendo ser em regime de plantão nos finais de semana e feriados. Cada equipe pode atender, em média, 60 pacientes, simultaneamente. Cada paciente recebe, em média, uma visita semanal.
As equipes são formadas, prioritariamente, por médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem e fisioterapeuta ou assistente social. Outros profissionais como fonoaudiólogo, nutricionista, terapeuta ocupacional, odontólogo, psicólogo e farmacêutico, além de fisioterapeuta e assistente social poderão compor as equipes de apoio.
O programa Melhor em Casa ajuda a reduzir internações desnecessárias e filas dos serviços de urgência e emergência, já que a assistência, quando há indicação médica, passa a ser feita na própria residência do paciente, desde que haja o consentimento dele e da família. Até 2014, serão implantadas equipes em todos os estados brasileiros.
FONTE: Ministério da Saúde