Mesquita ganha UPA, a primeira com chip de controle de frequência e patrimônio
Unidade de Pronto-Atendimento aberta nesta terça-feira (10) também é a primeira do Estado a ser gerida pelo modelo de Organização Social
Foi inaugurada nesta terça-feira, 10 de julho, a 49ª UPA do Estado do Rio de janeiro, em Mesquita, na Baixada Fluminense. A unidade é a primeira a contar com o modelo de gestão por Organização Social (OS), que irá se estender a todas as UPAs até o final do segundo semestre de 2012. Entre as novidades apresentadas pelo secretário de Estado de Saúde, Sérgio Côrtes, está a utilização de microchips eletrônicos instalados nos jalecos dos profissionais de saúde e nos equipamentos da unidade. Sensores espalhados em vários pontos da UPA detectam tudo o que saiu e entrou – dos funcionários às caixas de medicamentos e insumos, passando pelo mobiliário e material que vai para lavanderia.
– Ousamos em 2009 quando colocamos o ponto biométrico e estamos ousando novamente agora colocando o chip para controlar frequência e permanência na UPA e controle de patrimônio. A nossa grande preocupação é com a população, para que ela não seja desassistida. O objetivo é garantir ainda mais que aquilo que o Estado esteja efetivamente pagando em salários e recursos seja revertido em atendimento à população. Para isso vamos implantar todos os mecanismos de controle necessários para a população ter atendimento ainda melhor – disse o secretário Sérgio Côrtes, acompanhado do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Controle de frequência e infecção – Além de garantir que o profissional que registrou sua presença no ponto biométrico esteja efetivamente dentro da UPA, o modelo com os microchips também permite uma garantia maior do respeito aos protocolos de higiene a fim de evitar infecções e contaminações nos materiais de saúde. Ou seja, o profissional que sair da unidade, deve retirar o seu jaleco.
– Aqui em Mesquita são três saídas e cada uma tem uma antena para leitura do software. Se um profissional quiser sair com o jaleco, ele acusa, apita pra alertá-lo que não deve fazer – explica o diretor-presidente da Organização Social Instituto Data Rio, Luis Roberto.
A tecnologia deve ser estendida em breve às UPAs de Queimados, Nova Iguaçu I e II, que serão administradas pela mesma OS.
Serviços da UPA de Mesquita – Na unidade, os pacientes vão dispor de serviços de pediatria, odontologia e urgências clínicas, além de exames laboratoriais e salas de Raios-x, sutura, gesso, medicação e nebulização. A unidade conta com uma sala de cuidados intensivos, com quatro leitos, e unidades semi-intensivas adulta e pediátrica. Serão 13 leitos de observação adulto e infantil.
Cuidado especial com doenças contagiosas – A UPA de Mesquita tem ainda duas salas de observação individual, com um leito cada uma, para que pacientes com doenças infectocontagiosas, como tuberculose e meningite, possam receber os primeiros cuidados até serem transferidos para um hospital. Uma ambulância ficará disponível no local. Além disso, haverá cinco consultórios, sendo três de clínica médica e dois de pediatria. A Unidade de Pronto Atendimento funcionará com cerca de 250 profissionais.
A UPA de Mesquita foi construída próxima à estação do trem para facilitar o ACesso à população. Moradores de Nilópolis e São João de Meriti também poderão ser atendidos no local. Ao todo, foram investidos R$ 4,5 milhões e a previsão é que cerca de 350 pacientes recebam atendimento por dia. Cada UPA possui cerca de 1.500m² distribuídos em um pavimento.
No final do mês, no dia 31, é a vez de Itaboraí receber sua primeira unidade, a 50ª de todo estado.
Organizações Sociais– A implementação dessa nova forma de administração – inaugurada em UPAs na unidade de Mesquita – tem como objetivos reduzir custo, melhorar a gestão e garantir atendimento de qualidade à população. Essas organizações sem fins lucrativos passam a administrar bens e equipamentos das unidades, utilizando modernas técnicas de gestão e estabelecendo relação de parceria entre o Estado e a sociedade. O controle de fiscalizar e garantir a eficiência das políticas públicas de saúde continua sendo do Governo do Estado. As OSs são uma resposta do Estado do Rio de Janeiro ao problema da falta de profissionais de saúde, sobretudo médicos, um desafio que se repete em todo o Brasil.
– Esse é um problema identificado no país inteiro, problema de recursos humanos, especialmente de médicos. Situação crítica em todo país. Estamos implantando o modelo de OSs para tentar enfrentar esse tipo de problema. A OS tem maleabilidade maior na contratação e assim garantir que tenhamos médicos para atender a população, Reconhecemos o desafio e por causa dele inauguramos esse novo modelo de gestão que é através das Organizações Sociais – esclarece o secretário Sérgio Côrtes.
UPAs em números – Implementadas a partir de 2007, as UPAs representam um modelo de sucesso na saúde pública estadual do Rio de Janeiro, ajudando a reduzir o fluxo nas grandes emergências, uma vez que a taxa de resolução dos casos ultrapassa 99,5%. Até o último dia 08 de julho, as UPAs tinham realizado 13.447.584 atendimentos e 9.439.314 exames laboratoriais, além de mais de 96.196.160 medicamentos distribuídos. O modelo foi adotado pelo Governo Federal em todo o país e pela Argentina, que importou a ideia.
– A UPA tem laboratório 24h e faz todo e qualquer exame, inclusive exames que só são realizados em Unidades de Terapia Intensiva. Mas para que a UPA funcione adequadamente é fundamental que a Prefeitura invista na Atenção Básica, invista no Programa de Saúde da Família, promovendo a saúde, prevenindo doenças e a UPA fique com os casos menores de urgência e emergência e, se for necessário, transferir para um hospital de grande emergência.
A UPA Mesquita fica na Avenida Costa e Silva, s/nº, Edson Passos.
FONTE: Governo do Estado do Rio de Janeiro