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NASA quer criar protetor solar feito a partir de fungos de Chernobyl

Todos sabem da importância do uso do protetor solar – mas, você besuntaria o seu corpo voluntariamente com um produto feito a partir de fungos encontrados em Chernobyl? Essa é a proposta de cientistas da NASA, que se interessaram por esse organismo depois de saberem que ele floresce na usina onde se deu o terrível acidente nuclear, se alimenta de radiação e poderia ajudar a proteger astronautas e equipamentos contra os rigores do espaço.

Radiossíntese
O fungo devorador de radiação pertence à espécie Cryptococcus neoformans. O organismo foi identificado no início dos anos 90, quando uma equipe de cientistas o encontrou – juntamente com outras espécies – no interior da usina de Chernobyl, apenas cinco anos depois do acidente nuclear.

Na época, os pesquisadores concluíram que o tal fungo se alimentava de radiação e determinaram que esse organismo “radiossintético” pode ser bastante perigoso caso infecte pessoas com o sistema imunológico debilitado, como seriam os portadores de doenças crônicas, idosos e gestantes, podendo desencadear uma micose potencialmente letal chamada criptococose.

Contudo, após décadas de ser classificado, cientistas da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, descobriram que o C. neoformans também contém grandes quantidades de melanina – ou seja, do pigmento que dá cor à nossa pele –, que é precisamente o ingrediente que interessa ao pessoal da NASA.

No caso do fungo, ele absorve a radiação gama do ambiente por meio da melanina e a converte em energia por meio de um processo semelhante à fotossíntese das plantas – que absorvem o CO2 através da clorofila e o convertem em oxigênio e glicose. Pois, cientistas da NASA ficaram sabendo dessa curiosa característica do “radiofungo” e estão estudando formas de extrair e usar a sua melanina na produção de um protetor solar que possa ajudar a bloquear a ação da radiação cósmica sobre os astronautas.

Além disso, os pesquisadores da agência espacial também estão pensando em usar a melanina obtida a partir do C. neoformans no desenvolvimento de escudos de proteção para equipamentos – o que, consequentemente, acabaria por aumentar o nível de segurança dos humanos contra a exposição à radiação cósmica.

Vale lembrar que, se a criação de protetores e escudos antirradiação der certo, eles também poderão beneficiar pacientes submetidos a tratamentos de radioterapia, técnicos de radiologia e funcionários de usinas nucleares, por exemplo.

FONTE: CONTER
http://www.conter.gov.br