Nascimento do príncipe britânico chama a atenção para benefícios do parto normal
Carioca tem bebê no mesmo dia e horário que duquesa e, como ela, deixa unidade de saúde em 24 horas
Londres, 22 de julho, 16h24: a duquesa de Cambrige, Kate Middleton, dá à luz, aos 31 anos, o herdeiro do trono britânico, George Alexander Louis, terceiro na linha sucessória. Rio de Janeiro, 22 de julho, 16h25: a enfermeira Mariana Cristina Pereira de Jesus dos Santos dá à luz, aos 32 anos, seu próprio reizinho, Arthur. Mães de primeira viagem, ambas optaram pelo parto normal, a duquesa no Hospital St. Mary´s e a carioca na Casa de Parto David Capistrano Filho, em Campo Grande. Enquanto o trabalho de parto de Kate levou mais de dez horas, o de Mariana durou um pouco menos, seis horas. Ambos os bebês nasceram saudáveis e com suas mães tiveram alta no dia seguinte.
Mais do que coincidências de data e horário, as histórias de Kate e Mariana chamam a atenção para a opção pelo parto normal, considerado menos arriscado para a mãe e o bebê do que uma cesariana, esta recomendada somente quando há necessidade clínica. Seus benefícios vão desde uma melhor recuperação da mulher e redução dos riscos de infecção hospitalar até uma incidência menor de desconforto respiratório do bebê. Na cesariana também é mais frequente a ocorrência de infecção e hemorragia, além da possibilidade de laceração acidental de algum órgão, como bexiga, uretra e artérias. A gestante pode ainda ter problemas de cicatrização capazes de afetar a próxima gravidez.
No caso de Mariana, a opção pelo parto normal a levou à Casa de Parto David Capistrano Filho, onde é realizado exclusivamente esse tipo de parto e apenas em gestantes de baixo risco, acompanhadas na unidade desde o início da gestação. Assim como o príncipe William, que esteve sempre ao lado de Kate, o marido de Mariana, o policial militar Gandhi Ferreira dos Santos, de 32 anos, também acompanhou a mulher nas seis horas que antecederam ao nascimento de Arthur.
“Estávamos muito tranquilos e felizes porque tudo estava acontecendo da forma como tínhamos planejado”, disse Mariana.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que o índice ideal de cesarianas é de 15%. No município do Rio, tirando a David Capistrano, onde todos os partos são normais, o Hospital Maternidade Maria Amélia Buarque de Hollanda é o que tem a menor taxa de cesarianas e a mais próxima do recomendado pela OMS. Dos 3.163 partos realizados na maternidade do Centro em seu primeiro ano de funcionamento, apenas 18% foram cirúrgicos. Entre as unidades da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o índice de cesarianas é de 36%. Na rede particular, 93% dos partos são cirúrgicos, o que eleva a média geral da cidade para 57%. No Brasil, 52% de todos os partos realizados (incluindo as redes pública e privada) são cesarianos.
O incentivo ao parto natural humanizado é uma recomendação do Sistema Único de Saúde (SUS) e faz parte da proposta do programa Cegonha Carioca, da Secretaria Municipal de Saúde. As boas práticas incluem a garantia de acompanhante à gestante, respeito à privacidade da mulher e à liberdade de movimentar-se e alimentar-se durante o trabalho de parto e de escolha da posição do parto.
FONTE: Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro
http://www.rio.rj.gov.br/web/smsdc