OMS defende aumento de impostos para reduzir epidemia de tabagismo no mundo
Novos estudos corroboram a tese de que a elevação de impostos sobre o cigarro, e o consequente aumento de preços, é um forte indutor da redução do consumo de tabaco. De acordo com esses estudos, que serão apresentados dia 30, em evento promovido pela Organização Pan-americana da Saúde, os impostos sobre cigarros no Brasil subiram 116% (acima da inflação) entre o fim de 2006 e o fim de 2013. Como consequência direta, a venda de cigarros no País sofreu uma queda de 32% no período. O número de fumantes diminuiu 28% nos últimos oito anos.
A relação direta entre o aumento dos preços e a queda do consumo de cigarros e das mortes por doenças relacionadas ao tabaco já havia sido estabelecida por levantamento recente do INCA. Entre 1989 e 2010, as políticas públicas para a redução do tabagismo no Brasil resultaram em uma diminuição de quase 50% da prevalência de fumantes, sendo que o aumento de preços dos cigarros respondeu por quase metade dessa diminuição, o que evitou cerca de 420 mil mortes.
Os resultados dos novos estudos e um balanço da política de preços e impostos sobre cigarros brasileiros serão apresentados a partir das 9h, no auditório da Opas, em Brasília, para marcar o Dia Mundial sem Tabaco.
Um dos estudos em questão é a Pesquisa Internacional sobre Tabagismo (ITC). O ITC é um projeto multicêntrico coordenado pela Universidade de Waterloo, no Canadá, em 20 países, dentre eles o Brasil. O estudo mede o impacto psicossocial e comportamental das principais políticas da Convenção-Quadro da Organização Mundial da Saúde para o Controle do Tabaco.
O professor de Economia e pesquisador do Centro de Políticas da Saúde da Universidade de Illinois, Chicago Frank Chaloupka será um dos palestrantes. Colaborador do Projeto ITC, Chaloupka é considerado um dos principais especialistas mundiais em análise de medidas econômicas para reduzir o consumo de substâncias como tabaco, álcool e drogas ilícitas.
A Pesquisa ITC Brasil é coordenada pela Secretaria Executiva da Comissão Nacional para a Implementação da Convenção-Quadro (Conicq) e conta com a parceria da Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas (Senad), da Fundação do Câncer, do Centro de Estudos do Tabaco e Saúde (Cetab/Fiocruz) e da Aliança de Controle do Tabagismo (ACT).
FONTE: INCA
http://www.inca.gov.br